Mulheres avançam no mercado de trabalho do RN e superam médias nacionais em liderança e responsabilidade domiciliar
O Rio Grande do Norte tem se destacado nacionalmente quando o assunto é a participação feminina no mercado de trabalho. Dados recentes do Boletim do Observatório do Trabalho e de Políticas Sociais, divulgado pelo Governo do Estado em parceria com o DIEESE, revelam que o estado superou a média nacional em dois pontos-chave: número de mulheres responsáveis por domicílios e ocupação de cargos de chefia.
As informações, baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua/IBGE), comparam a evolução entre os anos de 2014, 2019 e 2024, revelando tendências importantes e desafios ainda persistentes.

Avanço feminino nos lares potiguares
O número de mulheres apontadas como responsáveis pelos lares potiguares cresceu de forma expressiva na última década. Em 2014, apenas 37,6% dos domicílios do estado tinham uma mulher como principal responsável. Esse número subiu para 48,5% em 2019 e atingiu 56,4% em 2024 — bem acima da média nacional, que foi de 51%.
A metodologia da PNAD considera como responsável pela residência a pessoa identificada como tal pelos demais moradores, não necessariamente a de maior renda. O crescimento é especialmente notável na região Oeste potiguar, onde 60,7% dos domicílios são liderados por mulheres, superando a média estadual.
Proporção de mulheres responsáveis por domicílios no RN:
Região | Percentual (2024) |
---|---|
Oeste | 60,7% |
Entorno metropolitano de Natal | 55,4% |
Região Central | 55,0% |
Natal (capital) | 54,6% |
Agreste | 54,4% |
Liderança feminina cresce e ultrapassa média nacional
A presença das mulheres em cargos de chefia também mostrou crescimento contínuo no Rio Grande do Norte. Em 2014, elas ocupavam 34,5% dos cargos de direção e gerência. Já em 2019, o percentual subiu para 41%, e em 2024 alcançou 44,9% — superando a média brasileira, que foi de 39,2%.
Esse avanço é ainda mais expressivo quando comparado ao total de pessoas ocupadas no estado. Enquanto as mulheres representavam 40% do total de trabalhadores potiguares em 2024, sua participação em cargos de liderança era superior, chegando a 44,9%. No cenário nacional, o efeito é inverso: as mulheres são maioria entre os ocupados (43,2%), mas ainda sub-representadas nas posições de chefia.
Mulheres em cargos de direção e gerência:
Ano | RN (%) | Brasil (%) |
---|---|---|
2014 | 34,5% | — |
2019 | 41,0% | 39,6% |
2024 | 44,9% | 39,2% |
Perfil populacional do RN
De acordo com o IBGE, a população do Rio Grande do Norte foi estimada em pouco mais de 3,6 milhões de pessoas no último trimestre de 2024, representando cerca de 1,7% da população nacional. As mulheres continuam sendo maioria, embora com leve queda percentual ao longo dos anos: eram 52% em 2014, 51,9% em 2019 e 51,3% em 2024. A média é próxima à nacional, de 51,2%.
Avanços e desafios da presença feminina no mercado
O aumento da participação feminina em domicílios e cargos de liderança reflete avanços importantes na inclusão das mulheres em espaços historicamente dominados por homens. Ao mesmo tempo, o cenário exige políticas públicas que enfrentem as desigualdades estruturais que ainda impactam o acesso a oportunidades, salários e condições de trabalho.
A análise feita pela SETHAS e pelo DIEESE aponta que, apesar dos avanços, ainda há caminhos a percorrer, especialmente no combate à desigualdade de gênero no ambiente profissional.
Destaques do levantamento
Indicador | RN (2024) | Brasil (2024) |
---|---|---|
Mulheres responsáveis por domicílio | 56,4% | 51,0% |
Mulheres em cargos de chefia | 44,9% | 39,2% |
Participação feminina na população total | 51,3% | 51,2% |
População total estimada no RN | 3,6 milhões | — |
LEIA TAMBÉM:
– João Pessoa atrai investimentos em imóveis de alto padrão
– Chocolat Festival Bahia 2025 consagra o Nordeste como polo do chocolate fino
– Sudene e UFPE iniciam estudos para linha de trem de Recife a Caruaru
– Nordeste registra 3% de crescimento econômico em abril