
A Justiça do Trabalho bloqueou bens do influenciador Hytalo Santos e do marido dele, Israel Nata Vicente. A decisão sigilosa, confirmada pelo Conversa Política, atende pedido do Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), que investiga denúncias de trabalho infantil nas redes sociais, exploração sexual e tráfico humano para fins de exploração de crianças e adolescentes.
Foram bloqueados cinco veículos de luxo, além de empresas, imóveis e valores até o limite de R$ 20 milhões, como solicitado pelo Ministério Público.
O pedido do MPT para o bloqueio aconteceu na segunda-feira (18) e a decisão da Justiça, atendendo a solicitação, aconteceu na terça-feira (19).
Segundo o MPT, o objetivo é garantir o futuro pagamento de “indenização por dano moral coletivo e medidas de reparação e assistência às vítimas”, já que há indícios de ocultação do patrimônio, com “movimentação financeira atípica e manobras de ‘blindagem’, ocultação e dissipação patrimonial”.
Prisões em São Paulo
Hytalo Santos e Israel Vicente foram presos na última sexta-feira (15), em São Paulo, após mandados expedidos pela Justiça da Paraíba.
A operação foi realizada de forma conjunta pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do GAECO, o MPT-PB, a Polícia Civil da Paraíba, a Polícia Civil de São Paulo (PCSP) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Eles devem ser transferidos para a Paraíba por voo comercial, de acordo com decisão do juiz da 2ª Vara Mista de Bayeux, Rudimacy Firmino, à qual o Jornal da Paraíba teve acesso.
Três procedimentos em investigação no MPT da Paraíba
O MPT-PB possui três procedimentos em investigação contra o influenciador Hytalo Santos. Além do procedimento que apura denúncias de trabalho infantil nas redes sociais, exploração sexual e tráfico humano para fins de exploração infantil, o MPT abriu duas novas investigações trabalhistas.
“Os depoimentos colhidos ao longo da investigação sobre trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes relatavam a possível existência de outros ilícitos trabalhistas. As informações prestadas pelas testemunhas foram devidamente documentadas. Foram abertas duas novas investigações. Uma delas apura denúncias de possível ocorrência de assédio sexual contra funcionários e a outra apura a possível ocorrência de assédio moral, maus-tratos e atos de violência física também contra funcionários. Nenhum desses novos inquéritos tratam de questões relacionadas a crianças e adolescentes. São denúncias que envolvem pessoas que prestaram serviços ao investigado”, informou o procurador do Trabalho Flávio Gondim.