Se o empreendedorismo é o motor da economia, o empreendedorismo antirracista é o combustível que move comunidades inteiras rumo à equidade e à inovação. No Brasil, onde mais de 15 milhões de micro e pequenos empreendedores se declaram pretos ou pardos, as barreiras ainda são muitas, mas as iniciativas de impacto estão fazendo a diferença – e os resultados são inspiradores.

Dados do Sebrae mostram que a presença de empreendedores negros passa de 72% no Nordeste. A princípio, este número revela força, representatividade e, ao mesmo tempo, desafios históricos. O acesso limitado a crédito, capacitação e visibilidade são alguns deles.

A força das mulheres negras à frente dos negócios

A maioria das pessoas impactadas por essas iniciativas são mulheres negras que empreendem não apenas por oportunidade, mas por necessidade e propósito. Como explica Andressa Trivelli, coordenadora do Projeto Negócio Raiz, em entrevista ao Carta Capital.

“Elas carregam propósito e responsabilidade social em seus negócios. Nosso papel é oferecer suporte técnico, emocional e estratégico para que ampliem impacto e visibilidade.”

Alianças que fortalecem: O case do projeto Negócio Raiz

Com apoio da Youth Business International (YBI) e financiamento da Standard Chartered Foundation, via programa Futuremakers, o Negócio Raiz já beneficiou mais de 1.800 microempreendedores em dois ciclos – todos atuantes na bioeconomia das regiões Norte e Nordeste.

O projeto não oferece apenas mentoria e capacitação técnica; cria redes de apoio essenciais para enfrentar o racismo estrutural. Taís reforça:

“Participar de acelerações específicas, ter acesso a capital semente e criar conexões são estratégias para superar barreiras.”

As mulheres são mais da metade das pessoas que empreendem no Brasil

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Um ecossistema em crescimento

O empreendedorismo no Brasil nunca esteve tão vivo. Ao mesmo tempo, pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2024 aponta que 33,4% da população adulta está envolvida em algum negócio. Essa é a maior taxa dos últimos anos, puxada principalmente por jovens entre 18 e 34 anos.

Para Mariana Nunes, do Comitê de Diversidade da Aliança Empreendedora, incluir empreendedores negros é mais do que um gesto de diversidade – é um impulso para toda a economia:

“Incluir empreendedores negros é valorizar identidades e criar oportunidades em comunidades afetadas pelas desigualdades.”

Micro negócios, macro impacto

Os números falam por si, mas as histórias falam mais alto. Empreendimentos como os de Taís e Erika mostram que é possível construir um futuro economicamente justo e socialmente inclusivo – começando de baixo para cima, do micro ao macro.

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