Por Dr. André Telis


				
					Cirurgia do governador acende alerta: o que todo mundo precisa saber sobre pedras na vesícula
Ilustração mostra vesícula biliar com cálculos, condição que pode causar dor intensa e é uma das cirurgias mais realizadas no SUS. André Telis

O governador João Azevêdo foi submetido a uma cirurgia para retirada da vesícula biliar após diagnóstico de cálculos, as chamadas “pedras na vesícula”. A condição é comum e pode afetar homens e mulheres, sobretudo a partir dos 40 anos.

Mas afinal, o que são essas pedras, como elas aparecem e quando a cirurgia é indicada?

O que é a vesícula e por que surgem as pedras?

A vesícula biliar é um pequeno órgão localizado logo abaixo do fígado. Ela armazena a bile, um líquido que ajuda na digestão das gorduras.

Em algumas pessoas, a bile pode formar cristais que se aglomeram e viram cálculos. Essas pedras podem ficar silenciosas por anos ou causar crises dolorosas chamadas de cólicas biliares.

Sintomas mais comuns

• Dor intensa no lado direito ou na “boca do estômago”, geralmente após refeições gordurosas.

• Náuseas e vômitos.

• Sensação de má digestão frequente.

• Em casos complicados, febre, icterícia (pele e olhos amarelados) e inflamação do pâncreas.

Quando a cirurgia é indicada?

O tratamento padrão, quando há sintomas, é a colecistectomia – retirada cirúrgica da vesícula.

Hoje, a técnica mais comum é a laparoscopia, minimamente invasiva, com pequenas incisões e recuperação rápida.

A vesícula não é um órgão essencial, e o fígado continua produzindo bile normalmente após a cirurgia.

Tira-dúvidas sobre pedras na vesícula

1. Toda pedra na vesícula precisa ser operada?

👉 Não. Se a pessoa tem cálculos, mas nunca apresentou sintomas, em muitos casos basta acompanhamento. A cirurgia é indicada quando há dor, inflamação ou risco de complicações.

2. A cirurgia é perigosa?

👉 Atualmente, a colecistectomia laparoscópica é considerada um procedimento seguro, com baixo índice de complicações. O risco maior está em adiar quando há crises frequentes.

3. A pessoa pode viver normalmente sem a vesícula?

👉 Sim. A bile passa a ser liberada diretamente pelo fígado para o intestino. Algumas pessoas relatam leve alteração no hábito intestinal nos primeiros meses, mas em geral a vida segue normal.

4. Existe algum remédio para dissolver as pedras?

👉 Existem medicamentos com essa função, mas são pouco eficazes e restritos a casos muito específicos. O tratamento definitivo continua sendo a cirurgia.

5. O que aumenta o risco de ter pedras na vesícula?

👉 Fatores mais comuns:

• Obesidade ou perda rápida de peso.

• Dieta rica em gorduras e pobre em fibras.

• Sexo feminino (pela influência dos hormônios).

• Idade acima de 40 anos.

• Histórico familiar.

6. Como prevenir?

👉 Manter alimentação equilibrada, evitar excesso de gordura, praticar atividade física e controlar o peso são medidas que ajudam a reduzir o risco.

Recuperação

A cirurgia para retirada da vesícula biliar está entre as mais realizadas pelo SUS em todo o país. Milhares de brasileiros passam por esse procedimento todos os anos, com alta taxa de sucesso.

A recuperação geralmente é rápida: na maioria dos casos, o paciente recebe alta no dia seguinte ou em poucos dias, e pode retomar suas atividades em pouco tempo.

Por isso, o caso do governador João Azevêdo serve de alerta e também de tranquilidade: quando diagnosticada a tempo e tratada corretamente, a pedra na vesícula tem solução segura e eficaz, permitindo que a vida siga normalmente.



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