Um hábito tradicional do Nordeste brasileiro acaba de ganhar respaldo científico: dormir em rede pode melhorar o desenvolvimento de bebês prematuros. É o que revela uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em Sobral, que mostrou que o balanço suave da rede ajuda os recém-nascidos a ganharem peso mais rápido e a terem um sono mais tranquilo, simulando a sensação do útero materno.

Os benefícios da rede em bebês prematuros

Ao mesmo tempo, os pesquisadores descobriram que a rede oferece benefícios significativos para os prematuros, incluindo:

✅ Sono mais profundo e reparador
✅ Melhor ganho de peso
✅ Redução do estresse e do desconforto
✅ Menor perda de calor corporal

A princípio, a explicação está no formato côncavo e aconchegante da rede, que envolve o bebê de maneira semelhante ao ventre materno, proporcionando segurança e reduzindo movimentos bruscos que podem gastar energia desnecessária.

Como ocorreu o estudo?

Assim, a pesquisa conduzida na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, analisou 60 bebês prematuros entre julho de 2022 e outubro de 2023. Eles foram divididos em grupos que receberam diferentes tipos de cuidados, e os resultados mostraram que os bebês que dormiram em rede tiveram melhor evolução no ganho de peso em comparação com os que receberam apenas os métodos tradicionais.

Grupo Método Utilizado Resultados Principais
Grupo 1 Cuidados tradicionais Ganho de peso mais lento
Grupo 2 Rede + Hidroterapia Melhor desenvolvimento
Grupo 3 Apenas rede Sono mais tranquilo e ganho de peso acelerado

Benefícios comprovados

  • Redução do estresse – O balanço suave acalma os bebês, diminuindo a liberação de hormônios do estresse.
  • Economia de energia – Menos agitação significa que o bebê gasta menos calorias, direcionando-as para o crescimento.
  • Conforto térmico – O tecido de algodão ajuda a manter a temperatura corporal ideal.
Bebê prematura na rede. Foto_ Agência UFC
Bebê prematuro na rede. Foto_ Agência UFC

Cuidados necessários

Contudo, apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que o uso da rede deve ter supervisão por profissionais de saúde. Em casa, sem os devidos cuidados, há riscos de queda ou sufocamento. No hospital, o recomendado é que os bebês fiquem na rede por até duas horas por vez, em momentos que não interfiram nos procedimentos médicos.

A descoberta traz esperança para pais e médicos, já que bebês prematuros com baixo peso têm até 10 vezes mais risco de complicações, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A rede, um símbolo da cultura nordestina, pode se tornar uma ferramenta importante no cuidado neonatal.

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