Em resposta aos relatórios de fiscalizações elaborados pelo Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern), a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) admitiu à TRIBUNA DO NORTE que há “dificuldades de abastecimento” enfrentadas pela rede estadual, que reúne 21 hospitais próprios e diversas unidades de referência.

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Segundo a pasta, em nota enviada nesta segunda-feira (16), a queda de cerca de R$ 132 milhões na arrecadação do ICMS em 2024 impactou diretamente o financiamento da saúde, mas medidas emergenciais já estão em curso para restabelecer o suprimento de medicamentos, insumos e serviços hospitalares.

Em nota, a Sesap informa que, em parceria com as gestões hospitalares, acelerou dezenas de processos de aquisição, que foram conduzidos tanto pela administração central quanto pelas próprias unidades e que vem regularizando o pagamento aos fornecedores. “Mantemos todos os serviços de atendimento à população operando normalmente”, afirma a Sesap.

A secretária destacou que, só em maio, foram abertos mais dez leitos de UTI em Mossoró. Desde 2019, a rede estadual teve a ativação de 40 novos leitos em hospitais da cidade.

Sobre as obras no Hospital Regional Tarcísio Maia, que consta nos relatórios do Cremern, a Sesap esclareceu que a reforma está em andamento e que a primeira etapa deverá ser concluída em breve.

Quanto à falta de bolsas de colostomia, a compra via pregão para mais de 50 itens teve parte dos lotes homologados esta semana, com o restante previsto para homologação nos próximos dez dias. A expectativa é normalizar o estoque em até 30 dias. Atualmente, cerca de duas mil pessoas têm cadastro ativo para o recebimento do material, das quais aproximadamente 600 estão temporariamente sem suprimento.

Na nota, a Secretaria afirma que “o enfrentamento dessa crise de abastecimento não se limita a ações pontuais, mas faz parte de um esforço contínuo de modernização e fortalecimento da gestão hospitalar”.

Questionada sobre o desabastecimento superior a 75% apontado pelo Cremern em inspeções realizadas em maio e fevereiro, a pasta reforçou que os indicadores mais recentes, ainda não tornados públicos, mostram melhora gradual no fluxo de insumos e na execução orçamentária.

Mesmo diante das promessas de regularização, entidades médicas e usuários do sistema público de saúde aguardam comprovação prática das melhorias. Para os próximos dias, além da conclusão de compras e obras, a Sesap informou que vai divulgar um balanço consolidado do abastecimento em toda a rede, com indicadores de estoque, número de cirurgias realizadas e quantidade de exames laboratoriais processados. O relatório está previsto para o final de mês.



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