Projeto prevê até US$ 120 milhões em Parnaíba com geração de energia renovável como diferencial competitivo

O estado do Piauí, no Nordeste brasileiro, está prestes a entrar no mapa global da mineração de criptomoedas. A Enegix Global, uma das maiores operadoras de data centers de mineração de Bitcoin do mundo, estuda investir até US$ 120 milhões na construção de uma unidade de grande porte no município de Parnaíba, localizado no litoral piauiense.

A iniciativa foi oficializada com a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) entre a empresa e autoridades estaduais durante a Brazil Energy Conference 2025, realizada em Teresina.

Estrutura do projeto e cronograma de implantação

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A mineração de bitcoin demanda grande energia Foto Enegix Reprodução

Segundo o planejamento da Enegix, a nova unidade terá capacidade instalada de até 100 megawatts (MW), com um ciclo de implantação estimado entre quatro e seis anos. A operação utilizará um modelo de instalação modular, com contêineres plug-and-play, o que deve permitir o início das atividades em tempo reduzido.

O sócio brasileiro da Enegix, Mário Palombini, destacou o potencial do estado:

“As condições energéticas que o Brasil, e especialmente o Piauí, estão oferecendo são extremamente atraentes para um projeto desta magnitude”, afirmou.

A expectativa é de que parte da clientela internacional da Enegix, atualmente sediada no Cazaquistão, seja transferida para o novo centro brasileiro.

Por que o Piauí? Energia verde e incentivo fiscal são atrativos

O potencial energético do Piauí, principalmente com geração solar e eólica, foi um dos principais fatores para atrair a atenção da Enegix. O estado tem se destacado como um dos maiores produtores de energia renovável do país, o que reduz os custos operacionais de atividades de alto consumo energético como a mineração de criptomoedas.

Além disso, o Governo Federal zerou, em maio de 2025, o imposto de importação sobre equipamentos de mineração de Bitcoin por meio da Resolução Gecex nº 726/2025, válida até dezembro deste ano. A medida busca incentivar a instalação de operações como essa no Nordeste, onde há oferta excedente de energia.

Fatores que atraíram a Enegix para o Piauí Detalhes
Custo competitivo de energia Abundância de energia solar e eólica
Incentivos fiscais Isenção de imposto de importação para equipamentos de mineração
Infraestrutura escalável Modelo plug-and-play com contêineres prontos
Apoio institucional Parceria com Investe Piauí e governo estadual
Excedente de geração elétrica Energia renovável sem demanda plena local

Impacto econômico e geração de empregos

O diretor de Mercados Europeus da Investe Piauí, Daniel Martins, afirmou que o projeto da Enegix não só colocará o estado no radar do mercado global de criptomoedas, como também vai impulsionar a economia local:

“Estamos falando de geração de empregos, movimentação na construção civil, aumento na arrecadação de impostos e, claro, projeção internacional para o Piauí”, ressaltou.

Além disso, a chegada de um grande centro de dados pode estimular a modernização da infraestrutura elétrica e tecnológica da região.

LEIA MAIS – Piauí avança no protagonismo tecnológico com projeto pioneiro

Desafios ambientais e monitoramento regulatório

Embora a operação de mineração da Enegix utilize predominantemente energia renovável, ambientalistas e especialistas em energia alertam para a necessidade de acompanhamento regulatório. O aumento do consumo de energia, mesmo que com fontes limpas, pode gerar impactos indiretos na rede elétrica, especialmente em horários de pico.

A experiência de outros estados nordestinos, como o Ceará, onde a mineração já utiliza energia de pequenas centrais hidrelétricas, mostra que o modelo pode ser sustentável — desde que haja controle e transparência.

Mineração de Bitcoin como alternativa para energia ociosa

Um estudo recente da startup Arthur Inc., feito em parceria com a Genial Investimentos, apontou que a mineração de Bitcoin pode ajudar a monetizar a energia ociosa na matriz elétrica brasileira. O levantamento estima que, já em 2026, o setor pode gerar cerca de R$ 300 milhões em receitas fiscais, ao absorver a energia que atualmente é desperdiçada.

Esse cenário reforça o papel de estados como o Piauí na nova economia energética baseada em tecnologia e inovação.

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