O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), anunciou que os secretários estaduais que pretendem disputar cargos eletivos nas eleições de 2026 deverão deixar as respectivas pastas até o dia 31 de dezembro de 2025. A medida, segundo o petista, foi construída em diálogo com os partidos que compõem sua base aliada e tem como objetivo assegurar que a gestão não seja prejudicada pelo calendário eleitoral.

“Eu já estou de acordo com os partidos políticos, e todos os secretários ou cargos do meu governo que forem candidatos em 2026, o acordo feito é que até 31 de dezembro eu possa fazer a troca”, afirmou Jerônimo, em entrevista concedida nesta sexta-feira (13).

Pastas estratégicas na mira

O governador destacou que, até o momento, pelo menos três secretarias estratégicas devem sofrer alterações:

  • Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), sob o comando de Jusmari Oliveira;
  • Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), dirigida por Pablo Barrozo;
  • Casa Civil, chefiada por Afonso Florence.

Apesar de não confirmar oficialmente quais secretários deixarão o cargo, Jerônimo deixou claro que os ajustes serão feitos de forma planejada, permitindo a substituição por nomes técnicos ou políticos indicados pelos partidos da base.

Continuidade administrativa x disputa eleitoral

A definição de uma data-limite é vista como um movimento para blindar a administração estadual do desgaste natural provocado pela campanha eleitoral. Secretários que entram em período de pré-candidatura costumam dividir seu tempo entre as obrigações administrativas e a articulação política, o que pode comprometer o andamento de programas e projetos em andamento.

Jerônimo reforçou essa preocupação:

“É preciso respeitar o calendário, mas, acima de tudo, garantir que a gestão siga em ritmo acelerado. A Bahia tem desafios grandes e não pode parar.”

Tradição política e estratégia de bastidores

Historicamente, a saída antecipada de secretários para disputar eleições não é novidade na política baiana. Em governos anteriores, movimentos semelhantes foram adotados, tanto para evitar conflitos de interesse quanto para abrir espaço a novos quadros políticos dentro da administração.

No caso de Jerônimo, a decisão também é interpretada como uma estratégia para manter o equilíbrio entre os partidos da base aliada, que já se articulam visando 2026. O prazo até o fim do ano permite que lideranças políticas organizem suas pré-candidaturas sem comprometer a governabilidade.

Impactos esperados para 2026

As mudanças podem ter efeitos diretos no tabuleiro eleitoral da Bahia. A saída de nomes ligados a importantes pastas do governo tende a fortalecer a presença da base aliada em diferentes regiões do estado, principalmente no interior, onde secretarias como Agricultura e Desenvolvimento Urbano exercem forte influência.

Analistas políticos apontam que a movimentação de Jerônimo reforça o papel do governador como articulador central na condução da sucessão dentro do grupo liderado pelo PT e seus aliados. Ao mesmo tempo, o gesto é interpretado como um recado de que a prioridade do governo seguirá sendo a execução de políticas públicas até o último dia do mandato, mesmo diante da antecipação do debate eleitoral.



Source link

Compartilhar.
Exit mobile version