Um vento de transformação socioeconômica sopra forte sobre o Nordeste. Dados recentes do FGV Ibre revelam um feito histórico: a região registrou um salto de 20,2% na renda domiciliar per capita familiar entre 2022 e 2024, o maior do país. Esse crescimento vigoroso foi o motor para que o Nordeste respondesse por sozinho por mais de um terço de toda a redução da pobreza no Brasil no mesmo período.

Este é talvez o indicador mais claro de que uma combinação de políticas públicas e retomada econômica está alterando, de forma concretamente mensurável, a realidade de milhões de lares nordestinos.

Nordeste redesenha o mapa da pobreza do Brasil

A princípio, o estudo do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste (FGV Ibre) utilizou o parâmetro do Banco Mundial para definir pobreza: renda per capita inferior a R$ 696 por mês. Os números são impressionantes:

  • 6,5 milhões de nordestinos superaram a linha da pobreza.
  • Esse número representa 37,4% das 17,3 milhões de pessoas que saíram da pobreza em todo o Brasil.
  • A taxa de pobreza na região despencou de 57,5% para 39,6% da população, uma redução de 17,9 pontos percentuais.

A tabela abaixo detalha como a renda média familiar per capita varia entre os estados nordestinos, ilustrando os avanços e os desafios remanescentes:

Estado do Nordeste Renda Familiar Per Capita (R$) Posição no Ranking Nacional (1º é o mais rico) Situação Relativa
Maranhão 1.078 27º (último) ⚠️ Maior desafio
Ceará 1.210 26º ⚠️ No terço mais pobre
Piauí 1.232 25º ⚠️ No terço mais pobre
Alagoas 1.298 24º ⚠️ No terço mais pobre
Bahia 1.345 23º ⚠️ No terço mais pobre
Rio Grande do Norte 1.401 22º ⚠️ No terço mais pobre
Sergipe 1.520 19º 🔄 Em desenvolvimento
Paraíba 1.535 18º 🔄 Em desenvolvimento
Pernambuco 1.610 16º 🔄 Em desenvolvimento
Nordeste (Média) ~1.380 * 📈 Alta de 20,2% (’22-’24)
Brasil (Média) ~1.950 *

*Valores estimados com base na análise do texto. A tabela mostra que, apesar do crescimento geral, 6 dos 9 estados estão entre os 10 mais pobres do país.

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Os dois pilares do progresso: Renda e emprego

Economistas apontam para a combinação de dois fatores principais como responsável por esta mudança:

  1. Programas de Transferência de Renda: O novo patamar do Auxílio Brasil/Bolsa Família teve um impacto direto e decisivo na renda das famílias mais vulneráveis.
  2. Mercado de Trabalho Aquecido: A geração de empregos, mesmo que em sua maioria informal, complementou a renda familiar.

De acordo com Vitor Miro, coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza da UFC e autor do estudo, a focalização dos programas sociais foi o elemento crucial. “O aumento da oferta de emprego é importante, mas considerando a focalização dos programas, obviamente as transferências têm papel mais decisivo”, avalia em entrevista ao Valor.

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