A chegada da água do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte marca uma nova fase para o abastecimento hídrico no semiárido nordestino. Nesta terça-feira (5), o governo federal autorizou o início da operação para enviar água do canal de transposição até a divisa com o RN. A expectativa é que entre os dias 18 a 22 de agosto as águas comecem a chegar às barragens do estado, consolidando mais um passo crucial da infraestrutura hídrica que beneficiará milhões de pessoas.

Liberação e percurso das águas no RN

A água captada na Estação de Bombeamento EBI‑1, em Cabrobó (PE), começou a fluir nesta manhã a partir da Estação de Controle de Caiçara (PB), com vazão inicial de 10 m³/s, percorrendo cerca de 239 km de estrutura do Projeto de Integração do São Francisco (PISF). A partir de 6 de agosto, o fluxo seguirá pelo Túnel Engenheiro Avidos, passando a 12,5 m³/s, sendo destinados 10 m³/s ao Rio Grande do Norte.

Esse volume de água seguirá até o Túnel São Gonçalo, em Sousa (PB), num percurso de até 25 km. Por aproximadamente 132 dias, o Rio Grande do Norte receberá em média 4,06 m³/s, totalizando 46,3 milhões de m³ destinados às barragens de Oiticica e Armando Ribeiro Gonçalves.

Situação atual da obra e perspectiva de conclusão

Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a transposição será concluída até 2026, beneficiando entre 12 e 13 milhões de pessoas em 390 municípios do Nordeste. Desde 2013, o investimento já soma mais de R$ 12 bilhões no projeto, com nova tranche de R$ 2 bilhões anunciada em junho de 2025 para acelerar o encerramento da obra.

Paralelamente, está em andamento a modelagem de Parceria Público-Privada (PPP) para a operação e manutenção do sistema, com edital previsto para o fim de 2025. A iniciativa será coordenada pelo BNDES e envolverá os estados beneficiários: Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Os ramais da Transposição beneficiarão mais de 8 milhões de pessoas. Foto: Governo Federal.

Ramais complementares e próximas fases

  • O Túnel Major Sales, integrante do Ramal do Apodi, está com mais de 80% da obras concluídas, com previsão de entrega para 2025. Ele vai interconectar reservas entre Paraíba e RN.
  • O Cinturão das Águas do Ceará (CAC) também estimula a redistribuição hídrica para diversas bacias cearense, reduzindo vulnerabilidade à seca.

Situação atual da Transposição do Rio São Francisco

Aspecto Detalhe Atualizado (Ago/Set 2025)
Início da liberação ao RN Estação Caiçara (PB), vazão inicial de 10 m³/s
Fluxo via túnel Túnel Eng. Avidos (PB), vazão de 12,5 m³/s (10 m³/s destinados ao RN)
Principais barragens abastecidas Oiticica e Armando Ribeiro Gonçalves (RN)
Volume previsto ao RN 46,3 milhões de m³ em 132 dias, média de 4,06 m³/s
Conclusão prevista Até dezembro de 2026 (Lula)
Investimento total até agora Aproximadamente R$ 12 bi
Novo aporte federal (2025) + R$ 2 bilhões
Sistema de gestão futura PPP com estados do RN, PB, CE, PE (leilão até o final de 2025)
Ramal do Apodi Túnel Major Sales com 80% de execução, conclusão em 2025
Cinturão das Águas do Ceará (CAC) Integrado ao PISF, beneficia bacias do Ceará

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Relação entre Governos está sendo importante

A governadora Fátima Bezerra saudou o momento como o cumprimento de um sonho antigo. Já o secretário de Recursos Hídricos do RN, Paulo Varella, reforçou que as estruturas estão operando de forma planejada e sustentável, visando levar água para consumo humano, agricultura e dessedentação animal em municípios como Caicó, Jucurutu e São Rafael.

O ministro Waldez Góes complementou que a transformação da governança do sistema com a PPP tornará a operação mais eficiente, com instalação de conjuntos de bombas adicionais e manutenção aprimorada do sistema hidráulico.

Portanto, com a liberação econômica e controlada das águas do Rio São Francisco, o Rio Grande do Norte dá um passo significativo rumo à segurança hídrica definitiva. A operação técnica, os investimentos recentes e o compromisso político nacional consolidam um grande pacto por dignidade e qualidade de vida no semiárido nordestino.

Afinal, a obra histórica, que transformou esperança em realidade, avança para beneficiar milhões de moradores, com impactos sociais, agrícolas e ambientais duradouros para toda a região do Nordeste.

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