Estrutura geológica que passa pelo Rio Grande do Norte é associada a eventos sísmicos e desperta atenção científica

A Falha da Samambaia é uma estrutura geológica localizada no estado do Rio Grande do Norte, no Nordeste do Brasil, conhecida por estar associada a diversos abalos sísmicos registrados na região. Embora muitas vezes mencionada em momentos de tremores de terra, poucos conhecem exatamente do que se trata essa falha, como ela se forma e quais os riscos que representa.

Conheça tudo sobre a Falha da Samambaia no Nordeste

A princípio, neste texto, explicamos de forma clara o que é a Falha da Samambaia, onde ela está localizada, sua importância geológica e por que ela está no radar de especialistas em sismologia.

O que é uma falha geológica?

Inicialmente, antes de entender a Falha da Samambaia, é importante saber o que é uma falha geológica. Trata-se de uma fratura ou zona de fraturas na crosta terrestre, ao longo da qual ocorre o deslocamento das rochas. Dessa maneira, esse movimento pode causar liberação de energia acumulada, resultando em tremores de terra, também chamados de abalos sísmicos.

Falhas como essa não são visíveis a olho nu na maior parte do tempo, mas podem se estender por dezenas ou até centenas de quilômetros no subsolo.

No Brasil, a Falha de Samambaia é considerada a maior. Ela tem 38 quilômetros de extensão e até 4 km de largura e é principal estrutura geológica responsável pelos abalos sísmicos no Nordeste.

Onde fica a Falha da Samambaia?

falha da samanbaia
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Atingindo profundidades entre 1 e 9 km, ela atravessa os municípios de Parazinho, João Câmara, Poço Branco e Bento Fernandes, no interior do Rio Grande do Norte. Próxima a ela está a Falha de Poço Branco, de menor porte, mas também ativa. Essa região foi palco de diversos tremores de terra ao longo das últimas décadas, sendo o mais marcante o terremoto de João Câmara em 1986, que chegou a 5,1 graus na escala Richter.

O sismo de João Câmara foi o de maior magnitude em uma série de eventos sísmicos que tiveram início no ano de 1986. O primeiro tremor aconteceu no dia 21 de agosto de 1986 e alcançou 4,3 na escala Richter. No mês seguinte, foram dois eventos sísmicos: 4,3 e 4,4, respectivamente. O terremoto principal ocorreu no dia 30 de novembro, com magnitude de 5,1, seguido por milhares de réplicas.

Apesar de não ser uma falha ativa em termos de grandes terremotos, como as que existem no Japão ou na Califórnia, a Falha da Samambaia é considerada a principal estrutura sismogênica do Brasil — ou seja, a que mais gera tremores.

Por que a Falha da Samambaia provoca terremotos?

Contudo, o Brasil está localizado no centro da placa tectônica sul-americana, uma região considerada tectonicamente estável. No entanto, algumas áreas do território brasileiro apresentam falhas geológicas antigas, como a Samambaia, onde ocorrem ajustes internos de estresse geológico.

Esses pequenos realinhamentos nas rochas subterrâneas são o que provocam os tremores. Assim, a Falha da Samambaia, por estar em uma zona de tensão acumulada, é uma das que mais registram esse tipo de movimento.

O que dizem os especialistas?

Estudos conduzidos por instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Laboratório Sismológico do Nordeste (LabSis) apontam que a Falha da Samambaia precisa ser monitorada continuamente. Desde os anos 1980, esta área é considerada uma das zonas sísmicas mais ativas do Brasil.

Portanto, de acordo com especialistas, embora os tremores raramente causem danos severos, o monitoramento é essencial para prevenção e segurança da população local. Em regiões como João Câmara, muitos imóveis já são construídos com maior atenção a normas de segurança estrutural.

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Existe risco de grandes terremotos?

Até o momento, não há registro de tremores de grande magnitude ligados à Falha da Samambaia. A maioria dos abalos detectados varia entre 2,0 e 4,5 graus na escala Richter, sendo geralmente sentidos como vibrações leves ou ruídos subterrâneos.

O maior já registrado foi o de 1986, com magnitude 5,1, suficiente para causar rachaduras em prédios e assustar moradores. Porém, mesmo esse evento foi considerado moderado pelos padrões internacionais.

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