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    Piauí

    Guerra sem fim – revista piauí

    8 de outubro de 202510 Minutos de Leitura
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    Motivado por uma mensagem de Walter Lima Jr. que recebi no WhatsApp, fiz o que deixei de fazer com frequência há algum tempo – ir ao cinema domingo à tarde. Dessa vez, assisti a Uma batalha após a outra. O filme de 2h42min foi produzido com um orçamento estimado entre 130 e 175 milhões de dólares, sem contar os substanciais gastos de lançamento. O roteirista e diretor, além de produtor com Adam Somner e Sara Murphy, é Paul Thomas Anderson, “sem dúvida o maior cineasta americano em atividade”, segundo Walter escreveu na mensagem. Para ele, o filme é um painel da América assombrada por uma guerra sem fim, onde a boa-fé e o pudor do puritanismo deram lugar à irracionalidade do ódio permanente. Eis que se apresenta como um abismo sem fim, Apocalipse made in USA! É assim mesmo que vejo UMA BATALHA APÓS A OUTRA, de Paul Thomas Anderson…

    Desta vez, Anderson nos mostra uma América onde a esperança e a raiva se confrontam no contraditório, onde a Estátua da Liberdade está nua e ainda carrega a chama que pode incendiar o mundo. Nada é descuidado nesse épico da autodestruição, onde o humor tempera um prato de vários sabores e saberes, tal como já víramos no Dr. Strangelove [Dr. Fantástico, 1964] de Kubrick.

    Elenco soberbo, mas se não derem um Oscar a Sean Penn como melhor ator podem fechar a Academia de “Ciências e Artes” de Hollywood e reinaugurá-la como pizzaria porque ela terá perdido sua razão de ser, o mesmo repito para o “melhor filme” e seu diretor.

    A sessão em que assisti a Uma batalha após a outra teve início de maneira inusitada – uma denúncia, cujo tom não deixou de ter certa conexão com o que se assistiria em seguida. A torrente de publicidade anterior ao filme mal começara quando se ouviu o protesto gritado por um rapaz sentado um pouco à minha frente: “Ideologização da plateia!” Outro espectador reagiu: “Tá bêbado?”, a que o primeiro replicou: “Não tô bêbado, não! Ideologização da plateia!” – uma breve escaramuça, adequada para introduzir os combates que se sucederiam na tela.

    Saí do cinema acabrunhado depois de ter assistido ao filme, em parte por divergir do brilhante texto do Walter, mas não só por isso – o roteiro de Uma batalha após a outra é confuso. Oferece visão caricata da militância política na década de 1960 transposta para nossos dias, trata a perseguição atual aos imigrantes nos Estados Unidos de modo superficial e explora a violência per se. Leonardo DiCaprio não é convincente no papel de “Ghetto” Pat Calhoun, especialista em explosivos e membro do grupo revolucionário French 75. Após um intervalo de dezesseis anos, tendo passado a se chamar Bob Ferguson e se tornado viciado em drogas, sua filha Charlene passa a se chamar Willa (Chase Infiniti). Do romance Vineland, de Thomas Pynchon, que Anderson considerou por muito tempo adaptar, uma das partes preservadas é a relação de Bob e Willa, na qual o filme acaba se concentrando.

    No entanto, segundo a chamada “declaração de consenso” redigida pela equipe do site Rotten Tomatoes, site que agrega críticas de cinema e televisão nos Estados Unidos, trata-se de “uma aventura épica amalucada repleta de cenas de ação dignas de serem admiradas. Uma batalha após a outra é o filme mais divertido de Paul Thomas Anderson até agora, além de um dos mais ricos tematicamente”.

    A suposta fórmula do sucesso seria combinar divertimento e riqueza temática ou entretenimento e mensagem, conforme a citação do célebre crítico Andrew Sarris feita por Mario Abbade no suplemento RioShow, de O Globo, onde o bonequinho aplaude o filme de Anderson de pé: “‘…o cinema chega à perfeição quando ambas vertentes caminham lado a lado no mesmo filme, com uma estimulando a outra’”, escreveu Abbade citando Sarris, para arrematar em seguida: “E é exatamente essa perfeição que Paul Thomas Anderson alcança com Uma batalha após a outra […] entregando um longa divertido, reflexivo e cheio de qualidades.”

    Discordo de tais e tamanhos louvores. Quando se busca tornar temas contemporâneos ingredientes de um espetáculo voltado para obter grande sucesso comercial, normalmente o resultado, como no filme de Anderson, é mera diluição esquemática de conflitos na qual emergem diversos preconceitos e distorções simplificadoras.

    Os encômios prosseguem, porém. Para a colunista Michelle Goldberg, no The New York Times de 29 de setembro, Uma batalha após a outra é “magnífico”. “É o melhor filme novo que vi em anos”, ela escreve, dizendo ter se “perguntado se um filme tão abertamente antifascista poderia ser produzido em Hollywood hoje”. Goldberg conclui, afirmando haver “algo subversivo, no melhor sentido possível, na visão do bem e do mal do filme […] Assistir a Uma batalha após a outra é libertador, em parte porque ignora todos os novos tabus que Trump e seus capangas estão tentando nos impor. O filme dificilmente poderia ser mais relevante para os Estados Unidos de Trump, mas carrega consigo as premissas de um país melhor”.

    Poucas vezes terá havido tamanha manifestação de autoengano, ao indicar a alegada relevância e “premissa de um país melhor” de um grupo de personagens cujas peripécias são pautadas pela violência lugar-comum do cinema americano.

    A corrente de opinião entusiasmada com Uma batalha após a outra arrastou também o crítico da revista The New Yorker no texto publicado no número de 6 de outubro. Justin Chang conclui seu comentário, em grande parte meramente descritivo, assim: “Os tempos poucas vezes foram tão hostis à criação de mitos políticos audaciosos como este, ou à inteligência de blockbuster nessa escala. A atualidade de Anderson é inegável, mas mera atualidade nunca foi argumento em defesa da grandeza. Uma batalha após a outra, cujo mérito iguala qualquer outro grande filme dos Estados Unidos que vi este ano, não apenas está à altura do momento. Com extraordinária ternura, fúria e imaginação, forja um momento próprio e insiste que outros ainda melhores podem estar por vir.”

    Tardou, mas afinal surgiu um aliado à minha divergência em relação às supostas virtudes de Uma batalha após a outra. Para esse amigo que prefere ficar anônimo, “o pior é tanto talento (Anderson sabe filmar) a serviço de um enredo cuja solução catártica exige que uma menina de 16 anos mate a tiros o canalha da vez. Pela segunda vez, a plateia da minha sessão sorriu reconfortada (a primeira foi quando o matador indígena de bom coração sai de arma em punho para aniquilar a turma dos Proud Boys). Fascismo não é muito diferente disso.” No mesmo e-mail, veio um trecho de Daniel Cohn-Bendit, publicado em Le Grand Bazar, de 1975:

    Para Godard, o cinema de Hollywood é realmente a arma do fascismo. Um certo tipo de cinema, seja um faroeste tradicional ou Z [de Costa-Gavras, 1969], é “fascista” no sentido de que é realmente um espetáculo em que se manipulam as emoções e se tenta enganar o espectador. E quanto mais ele se deixa levar, melhor. Nesse cinema não há absolutamente nenhuma tentativa de fazer outra coisa. E ele [Godard] buscava usar o cinema em uma luta política… O que é fascinante na recepção dos filmes por meus amigos é que, quanto mais reacionários forem, mais eles gostam. Os faroestes têm quase todos um fundo de sobre-humano, representam essas relações sexuais sádicas com o outro – as mulheres, os homens. […] É por isso que eu penso que, se gostamos desses faroestes, trata-se de um problema político fundamental porque isso mostra uma ruptura radical entre nossa política e nossa vida cotidiana.

    “Politicamente equivocado, o conflito se resolve no filme do Anderson com um tiro (na realidade com vários tiros, mas com um em particular) […] E o mais impressionante é que as pessoas caem na cilada americana. Acham que o filme do PTA é político e progressista. Político ele é, mas não como Manohla Dargis ou o próprio PTA imaginam. Liberal na superfície, profundamente reacionário no que conta – no modo como representa o mundo e manipula a plateia, fazendo-a torcer pela resolução violenta”, acrescentou meu aliado, antes de me enviar Uma década após a outra, comentário sobre Uma batalha após a outra que David Runciman publicou, em 3 de outubro, na newsletter do podcast Past Present Future: 

    Bem, não é ruim, mas não é uma obra-prima. Os melhores pedacinhos são uma espécie de cruzamento entre O Grande Lebowski [de Ethan e Joel Coen, 1998] e Thelma & Louise [de Ridley Scott, 1991] com um pouco de Karatê Kid [John G. Avildsen, 1984 e 1986], o que é divertido até certo ponto. O verdadeiro problema, porém, é que o recorte temporal não faz sentido. É um filme que não consegue decidir sobre a relação entre passado, presente e futuro… A contracultura dos anos 1960 é transposta para a contracultura dos anos 2000. Então, a resistência na América de Reagan se torna resistência na América de Trump. O que há de errado nisso? Os filmes toda hora realocam no tempo seu material de origem. Mas, neste caso, a realocação é apenas parcial. Anderson fez um filme sobre política pré-internet e o empurrou para a era digital. Nada realmente faz sentido…

    […] A vibração e a sensibilidade deste filme têm nostalgia de uma época em que a resistência política era uma questão de esconderijos secretos, perseguições de carro e identidades falsas. Era assustador, mas também parecia divertido. Não é mais esse o tipo de divertimento. Deixou de ser há um bom tempo.

    […] Em Uma batalha após a outra, a intenção clara é estarmos no século XXI, mas a contracultura ainda se organiza em torno da ideia de que a política revolucionária é uma questão de interações humanas pessoais. Talvez seja tão verdadeiro agora quanto era naquela época que a revolução não será televisionada. Mas, infelizmente, estará em toda a internet, por mais que Anderson desejasse que fosse diferente.

    Um crítico chamou esse filme de “uma visão de autoridade e resistência em sintonia precisa com o tempo e o lugar em que se passa. Ou seja, aqui e agora… uma transmissão desorientadora feita das linhas de frente do nosso presente”. Mas esse é o problema – é uma notícia transmitida para uma era de tecnologia em rede. Mesmo que você queira retratar pessoas que estão fora do tempo, você precisa primeiro acertar o tempo.

    Depois de estrear no fim de setembro e render 22 milhões de dólares no primeiro fim de semana nos Estados Unidos, Uma batalha após a outra já arrecadou 42 milhões de dólares no mercado americano e pouco mais de 59 milhões de dólares nos demais países, de acordo com o site Box Office Mojo.

    No Brasil, o filme, lançado em 666 cinemas, foi visto por 120.343 espectadores de 25 a 28 de setembro, ficando em segundo lugar na lista de vinte maiores públicos, conforme os dados do Portal Filme B. Na segunda semana em exibição, de 2 a 5 de outubro, exibido em 644 cinemas, foi visto por cerca de 82 mil espectadores, tendo sofrido queda de frequência de 30% e acumulado um público total de 255 mil espectadores (os dados para os primeiros quatro dias de outubro ainda são os estimados).





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