No segundo mês consecutivo após o aumento tarifário imposto pelo governo de Donald Trump, as exportações do Brasil para os Estados Unidos registraram queda de 20,3% em setembro na comparação com o mesmo período de 2024, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O recuo nas vendas para o mercado norte-americano, no entanto, não prejudicou o desempenho global das exportações brasileiras, que alcançaram um recorde histórico no mês passado.
Segundo os dados oficiais, o Brasil vendeu US$ 2,58 bilhões aos Estados Unidos em setembro, contra US$ 3,23 bilhões no mesmo período de 2024. Já as importações vindas do país aumentaram 14,3%, passando de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 bilhões. O resultado gerou um déficit comercial de US$ 1,77 bilhão, o nono consecutivo e o maior registrado neste ano na relação com os Estados Unidos.
No acumulado de 2025, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 29,213 bilhões, representando uma queda de apenas 0,6% frente aos nove primeiros meses de 2024. As importações somaram US$ 34,315 bilhões, aumento de 11,8%, elevando o déficit comercial anual para US$ 5,102 bilhões.
Apesar da retração no comércio com os EUA, o desempenho das vendas para outros mercados compensou o impacto. As exportações para a Ásia, por exemplo, tiveram forte crescimento, com destaque para Singapura, que recebeu US$ 500 milhões em produtos brasileiros em setembro, alta de 133,1% sobre o mesmo mês do ano passado.
O Brasil exportou US$ 30,54 bilhões no total em setembro, um valor recorde para o mês, 7,2% superior ao de 2024. O superávit da balança comercial, porém, caiu 41,1%, totalizando US$ 2,99 bilhões, impactado principalmente pela compra de uma plataforma de petróleo de US$ 2,4 bilhões de Singapura.