A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro provocou forte repercussão no meio político, especialmente entre parlamentares da esquerda, que usaram as redes sociais para se manifestar com análises críticas e, em muitos casos, com ironia.
Deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) foram alguns dos mais vocais. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) se referiu a Bolsonaro como “presidiário” e publicou uma montagem com a imagem do filme Ainda Estou Aqui, em que Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva morto pela ditadura militar, orienta os filhos a sorrirem para uma foto. A cena, carregada de simbolismo, foi usada para destacar o momento que, segundo o parlamentar, representa um acerto de contas com a história.
Já o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) exaltou o Estado Democrático de Direito e afirmou que Bolsonaro colhe as consequências por desrespeitar as instituições do país. “Tem presunção de inocência, ampla defesa e devido processo legal. Mas, mesmo assim, insiste em cuspir no prato em que come. Desrespeita nossas instituições, ridiculariza a Justiça e acumula mais um erro na sua longa lista de afrontas”, escreveu.
Pelo Psol, o deputado federal Pastor Henrique Vieira reforçou que a medida judicial representa um passo necessário dentro dos limites legais. “Não é vingança. Não é punitivismo. É JUSTIÇA. Ele tentou um golpe. Desrespeitou medidas judiciais. Fez lobby internacional contra o Brasil. Intimidou, ameaçou e atuou contra a democracia. Ninguém pode estar acima da lei”, disse.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada sob a acusação de descumprimento de medidas cautelares impostas pelo STF. O ex-presidente teria mantido atividades em redes sociais, inclusive por meio de terceiros, o que violaria as restrições determinadas pela Corte no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe de Estado.
A medida também reacendeu a polarização política no país. Enquanto aliados de Bolsonaro classificam a decisão como autoritária e injusta, parlamentares da oposição veem no episódio a reafirmação da força das instituições e da responsabilização de figuras públicas por seus atos. O cenário deve continuar gerando embates nos próximos dias, tanto nas ruas quanto no Congresso Nacional.