Com 99% dos jovens entre 15 e 17 anos ativos nas redes sociais, segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2023, cresce a preocupação de pais e responsáveis com o tempo de tela e o tipo de conteúdo acessado por adolescentes.
Para tentar oferecer mais segurança nesse ambiente, o Instagram criou as Contas de Adolescente, que reúnem filtros automáticos e permitem o acompanhamento dos pais direto pelo app.
Veja abaixo como ativar, o que muda e como conversar com o adolescente sobre isso.
O que são as Contas de Adolescente no Instagram?
As ‘’Contas de Adolescente’’ são uma configuração da plataforma, lançada no fim de 2024, voltada para usuários com menos de 16 anos.
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Elas foram criadas para limitar o contato com desconhecidos, evitar a exposição a conteúdos sensíveis e dar mais controle aos responsáveis.
As principais proteções ativadas automaticamente são:
- Perfil privado por padrão
- Restrições de mensagem: só recebe DM de quem já segue
- Filtro de conteúdo sensível (como brigas e padrões estéticos extremos)
- Menções e marcações limitadas a seguidores
- Palavras ofensivas ocultadas automaticamente
- Lembrete de uso após 60 minutos
- Modo de descanso ativado entre 22h e 7h
Como ativar as Contas de Adolescente no Instagram
A conta protegida é ativada automaticamente para adolescentes com menos de 16 anos.
Para os pais conseguirem acompanhar o uso da plataforma e aprovar mudanças, é necessário ativar o recurso de supervisão parental, disponível no próprio aplicativo.
Veja o passo a passo:
- Abra o Instagram no seu celular e vá até o perfil do seu filho
- Toque em “Configurações e privacidade” > “Supervisão”
- Siga as instruções para enviar um convite de supervisão
- O adolescente precisa aceitar o convite na conta dele
A partir daí, você poderá:
- Ver com quem ele trocou mensagens nos últimos 7 dias
- Estabelecer um limite diário de uso do Instagram
- Bloquear o acesso ao app em horários específicos
- Acompanhar os temas que ele escolheu ver no Explorar
Em breve, os pais também poderão ajustar diretamente as configurações de segurança, mesmo sem solicitação do adolescente.
Como conversar sobre isso com seu filho
O Brasil é o segundo país em que as pessoas passam mais tempo online — são, em média, 9 horas e 13 minutos por dia, segundo o relatório Digital 2024. A preocupação é que o excesso de exposição a conteúdos superficiais esteja impactando diretamente a saúde mental de jovens e adolescentes.
A psicóloga Alice Santos, que trabalha com adolescentes e jovens, alerta que a exposição prolongada a conteúdos rápidos e repetitivos, como os de reels e stories, pode afetar diretamente o bem-estar dos jovens.
“Isto expõe os usuários das plataformas a diversos riscos, como cyberbullying, preocupação excessiva com a aparência, em decorrência do uso de filtros com base em padrões estéticos irreais. A exposição prolongada aos dispositivos eletrônicos pode estar contribuindo para a deterioração da saúde mental de uma geração, que é o próprio fenômeno brain rot, palavra do ano pelo Dicionário Oxford para 2024”, explica.
Para a profissional, o ponto mais importante não é o controle, mas a construção de confiança entre pais e filhos. “Diferenças geracionais sempre vão existir, mas dialogar e combinar limites promove senso de autonomia”, destaca.
Veja as dicas da psicóloga para uma conversa produtiva:
- Estimular diálogo aberto sobre o que o adolescente vê nas redes
- Estabelecer acordos em conjunto, em vez de impor regras rígidas
- Usar frases de apoio, como “Confie sempre em mim”
- Explicar o que é arriscado ou inseguro, sem recorrer apenas à proibição
- Acompanhar o conteúdo junto com o filho, promovendo um olhar crítico
- Atuar como presença constante, e não como vigilância
Alice reforça que, mais do que qualquer controle tecnológico, o que protege de verdade é o vínculo construído entre pais e filhos no dia a dia.