Imagine um sistema capaz de prever com precisão quanta água evapora e é transpirada pelas plantas todos os dias em qualquer canto do Brasil — e com mais detalhe do que os modelos utilizados pela própria NASA. Parece ficção científica, mas é realidade: trata-se do ESTIMET, um algoritmo desenvolvido por pesquisadores em um estudo da UFPB (Universidade Federal da Paraíba) que já está sendo apontado como um divisor de águas para a agricultura, o clima e a gestão hídrica nacional.
Com tecnologia totalmente nacional, o ESTIMET inova ao oferecer mapas e planilhas com dados diários de evapotranspiração — um dos principais indicadores utilizados na agricultura e na climatologia. Ele analisa imagens de satélites e gera resultados quatro vezes mais detalhados do que o atual modelo mais utilizado no mundo, o MOD16 da NASA, que, por sua vez, só atualiza os dados a cada oito dias.
“É um avanço extraordinário, especialmente para um país tropical como o Brasil, onde a presença constante de nuvens costuma atrapalhar a captação de imagens claras”, explica a equipe de desenvolvimento do ESTIMET. Para lidar com esse desafio, o algoritmo foi ajustado para reduzir os efeitos da cobertura de nuvens, tornando suas medições mais confiáveis.
Além disso, o ESTIMET oferece cobertura completa de todo o território brasileiro, sendo uma ferramenta essencial para produtores rurais, pesquisadores, gestores ambientais e tomadores de decisão em tempos de mudanças climáticas cada vez mais intensas.
Estudo da UFPB observa a água voltando para a atmosfera
A evapotranspiração é o processo combinado de evaporação da água do solo e transpiração das plantas. Saber quanta água está “voltando para a atmosfera” é crucial para entender o comportamento dos ecossistemas, planejar irrigação agrícola, prever secas, monitorar a disponibilidade hídrica e até modelar o clima.
Desenvolvido a partir de melhorias no modelo da NASA, o ESTIMET aumenta a resolução espacial das imagens, traz mais precisão nas estimativas e amplia as possibilidades de uso prático em áreas que antes ficavam fora do radar.
A inovação faz parte do movimento crescente de produção científica de alta relevância na região Nordeste, colocando a Paraíba e a UFPB no mapa das soluções tecnológicas de impacto global.

Comparativo entre o ESTIMET (UFPB) e o MOD16 (NASA)
Critério | ESTIMET (UFPB) | MOD16 (NASA) |
---|---|---|
Origem | Universidade Federal da Paraíba – Brasil | NASA – Estados Unidos |
Frequência de dados | Diária | A cada 8 dias |
Resolução espacial | 4 vezes mais detalhada | Menor nível de detalhe |
Ajuste para nuvens tropicais | Sim | Não |
Acesso | Mapas e planilhas para todo o Brasil | Global, mas menos adaptado ao Brasil |
Aplicações | Agricultura, gestão hídrica, clima | Clima e modelagem ambiental global |
Assim, a criação do ESTIMET reforça que a ciência brasileira tem capacidade de inovar e oferecer soluções próprias, adaptadas às suas realidades e desafios. Com iniciativas como essa, o Brasil dá passos importantes rumo à autonomia tecnológica e à sustentabilidade na gestão de seus recursos naturais.
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#PraTodosVerem: No card há uma fotografia com cinco pessoas uma ao lado da outra, sendo uma mulher e quatro homens. Os pesquisadores estão em área aberta, com chão de terra, plantação e uma torre ao fundo. Também é possível ver o céu nublado.
Com o ESTIMET, a UFPB planta ciência e colhe resultados que beneficiam todo o país — e o mundo.