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    Piauí

    “Chegamos ao nosso limite, governador”

    19 de junho de 202511 Minutos de Leitura
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    Em 20 de janeiro, o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz), Samuel Kinoshita, iniciou um processo de reestruturação na pasta. Chamou seu chefe de gabinete, Rodrigo Bezerra da Silva, para informar a exoneração de dez servidores comissionados. 

    Depois de comunicados, os servidores demitidos tiveram seus computadores recolhidos e o acesso ao sistema revogado. Em seguida, foram retirados de seus postos de trabalho e instalados numa sala envidraçada no 1º andar do prédio onde fica a secretaria, na Avenida Rangel Pestana, na região central da capital paulista. Até 1º de fevereiro, quando as exonerações foram publicadas no Diário Oficial, os servidores cumpriram expediente nesse “aquário”. Desprovidos de computador, comunicação com os colegas de trabalho ou qualquer tipo de demanda relacionada ao órgão, entravam pela manhã e saíam no fim da tarde. Apenas liam, conversavam ou mexiam no celular.

    Quem passava pelo aquário, localizado próximo ao departamento de recursos humanos, sabia que aqueles funcionários tinham sido demitidos. Diante da situação constrangedora (“humilhante”, diz um colega), o espaço ganhou os apelidos de “cantinho da vergonha” e de “casa de vidro do BBB”, em referência ao zoológico humano que o reality show Big Brother Brasil monta em shoppings em alguma etapa da competição. “Pessoas com vinte anos de secretaria que pareciam bandidas”, descreveu uma servidora concursada há mais de uma década à piauí.

    Esse episódio está relatado em ao menos duas de cinco cartas enviadas em maio ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e também à Ouvidoria da secretaria, com queixas contra Kinoshita e também contra seu secretário executivo, Rogério Campos. Nenhuma das missivas foi assinada, por temor de represálias. “Chegamos ao nosso limite, governador. O medo e o desrespeito são a marca do nosso dia a dia na Sefaz, o que me obriga ao anonimato para não sofrer perseguição”, resume um dos autores.

    A piauí teve acesso às cartas, conversou com dois de seus remetentes e ouviu outros funcionários com queixas semelhantes sobre a gestão. 

    Em uma das cartas, o denunciante diz: “assim como mais de uma dezena de colegas de trabalho, tenho sido alvo constante de atitudes desrespeitosas e abusivas por parte de ambos [Kinoshita e Campos]”. O texto segue: “O comportamento desses gestores têm tornado o ambiente de trabalho hostil, inseguro e emocionalmente desgastante.” 

    Essa mesma carta cita o uso frequente de “palavras ofensivas, ironias e humilhações públicas”, além de listar outras práticas nocivas: a “desvalorização sistemática do trabalho da equipe, com críticas vazias e destrutivas, sem espaço para diálogo ou sugestões”; a “atribuição de culpa injusta por falhas de processos ou decisões que não estão sob minha responsabilidade”; e o “isolamento e boicote velado, dificultando a fluidez do trabalho e criando uma atmosfera de medo e insegurança”.

    Outro acusador afirma que a “falta de respeito com funcionários é frequentemente materializada através de assédio moral contra aqueles que se posicionam, respeitosamente, contrariamente a opiniões e atos dos secretários, e são nessas ocasiões que a ira recai sobre os servidores de forma sádica”. 

    No único relato datado (8 de abril), o remetente diz: “Venho sendo alvo de boicote e isolamento no trato direto e inquisições ríspidas de ações passadas para as quais comprovei, revendo casos e revirando expedientes (…). Não critico o controle a que os servidores devem se submeter. O alvo de minha crítica é a verdadeira e evidente intenção de causar medo e desestabilizar os servidores no exercício de seu trabalho (…) Peço ajuda pois minha saúde está abalada e não quero desistir ou me esconder em algum trabalho diferente, pois isso não seria justo comigo ou minha equipe.” 

    No dia 9 de maio, uma auditora fiscal de alta patente encaminhou à reportagem um post do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo no Instagram que ensina a identificar o assédio moral no emprego. O texto explica que “algumas situações no ambiente de trabalho passam por ‘normais’, mas não são”, e que comportamentos disfarçados de “brincadeira”, “pressão” ou “perfil da chefia” podem configurar a prática de assédio. E exemplifica: ignorar a pessoa ou excluí-la de grupos e decisões importantes; fazer piadas ofensivas ou usar apelidos pejorativos; cobrar metas impossíveis; expor erros em público, humilhar, gritar ou ridicularizar diante dos colegas; retirar ou atribuir funções sem justificativa, apenas para punir; e induzir ao erro de propósito ou mudar instruções sem aviso. A auditora então comenta: “Vi esses itens e me chamaram muito a atenção sobre a conduta aqui. Parece que fica mais fácil entender e ver que é real.” 

    Há também acusações de misoginia nas cartas. “Chama a atenção, de forma particularmente preocupante, o tratamento diferenciado e, por vezes, hostil dirigido às mulheres da equipe – conduta absolutamente incompatível com os princípios da administração pública e os valores humanos fundamentais.

    Frases como ‘mulher chora’, ‘mulher é sensível’, ‘não sei tratar com mulher’, já foram ouvidas em alto e bom som, por homens e mulheres, saindo da boca dele [Kinoshita]”, afirma o trecho de outro documento.

    Diferentes funcionários ouvidos pela piauí fazem relatos semelhantes. Uma profissional diz que, certa vez, durante uma reunião semanal de planejamento que o secretário mantém com subsecretários e gestores de cada área, ele afirmou que tinha dificuldade em trabalhar com o sexo feminino “porque a mulher, se você manda ela tomar no cu, ela chora”. O contexto da conversa era a possível escalação de uma funcionária para uma função estratégica.

    Um outro auditor fiscal contou à piauí que perdeu poder (ainda que sem redução de salário) por reclamar das mudanças no regime de trabalho remoto da pasta, instituído durante a pandemia, que definiu que lideranças tinham autonomia para combinar o melhor formato com sua equipe. Para esse profissional, ficou definido um dia presencial a cada dez. Em setembro de 2024, Kinoshita mudou a regra para ao menos três dias presenciais por semana. 

    “Mandei um e-mail respeitoso ao secretário criticando a medida do ponto de vista da eficiência organizacional. Ponderei que a infraestrutura à disposição na secretaria é aquém da que eu tenho em casa e que minha equipe estava descentralizada no estado. Nenhuma das cinco pessoas trabalhava na mesma cidade. Ou seja: eu não encontraria ninguém do meu time indo ao escritório. Mas, no fim, disse que, se a medida não fosse revista, que nós tivéssemos ao menos um ambiente legal de trabalho. Tentei fazer uma crítica construtiva”, explicou. 

    Dois meses depois de enviar o e-mail a Kinoshita, o servidor foi retirado da função e passou a cumprir expediente realizando serviços administrativos. “Sem justificativa, razão, aviso prévio ou conversa.” Ele relata que seus superiores diretos (um supervisor e uma diretora) não estavam sabendo da movimentação. “Foi uma decisão que pulou todos os níveis de hierarquia.”

    “Fiquei com a impressão de que o e-mail que mandei tenha desagradado alguém e isso desceu na hierarquia até que eu fosse retirado da minha função, para me ensinar uma lição ou algo semelhante.”

    No comando das finanças de um estado com o PIB de 3,5 trilhões de reais, superior ao de países como a Suécia e o Uruguai, a Secretaria da Fazenda e Planejamento é um dos cargos mais cobiçados do governo de São Paulo. Por isso, acomodou nomes de peso como Henrique Meirelles (2019-2022), que foi presidente do Banco Central nos dois primeiros governos Lula e ministro da Fazenda de Michel Temer, e Andrea Calabi (2011-2014), que presidiu o Banco do Brasil e o BNDES no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

    Quando Tarcísio de Freitas foi eleito governador, o primeiro nome cogitado para o posto foi o de Paulo Guedes, o ministro da Economia de Jair Bolsonaro. Ele não topou a vaga, mas indicou Kinoshita, que fora um dos seus assessores especiais no governo federal e que, por recomendação sua, já tinha trabalhado como assessor para assuntos econômicos da campanha do candidato a governador.

    Além de contar como parte da cota bolsonarista no governo paulista, Kinoshita também tinha o aval de Guilherme Afif Domingos, que coordenou a transição de governo e atualmente comanda a pasta extraordinária de Projetos Estratégicos. Ainda assim, Kinoshita é tido como um nome “da turma de Brasília” – que, segundo os detratores, tem pose de equipe presidencial, mas pouco prestígio no Palácio dos Bandeirantes. Nessa área, o governador é mais afeito a Roberto Campos, que deixou a presidência do Banco Central no fim do ano passado e foi visto como um possível novo ocupante da pasta em uma possível reforma do secretariado, o que não se confirmou. 

    Graduado em economia pelo Insper, Kinoshita tem um currículo acadêmico respeitável: é mestre em economia pela Universidade Pompeu Fabra de Barcelona e em estatística pela Universidade de Columbia. A forte fluência no idioma farialimer, porém, tira um pouco do lustro do cargo – repete sempre frases de efeito como The second place is the first loser (O segundo lugar é o primeiro dos perdedores). “Dá uma vergonha alheia em todo mundo… Ele acha que está abalando”, comenta uma servidora. 

    Por essas e outras, virou presa fácil para memes no WhatsApp dos funcionários. Um deles traz sua caricatura com uma chupeta verde na boca e o título “Conheça o Secretário Reborn” – aquele que “não toma decisões”, “se acha o máximo” e vem com a função “culpar os outros” de fábrica.

    Outro detalhe que chama a atenção dos detratores é o fato de ter uma escolta armada, algo incomum no histórico de secretários da pasta. “Mesmo nas reuniões dentro do prédio da secretaria ele anda com três capangas. Para mim, tem a ver com o fato de as pessoas não saberem quem ele é, então ele gosta de causar um frisson”, disse um profissional. A aposta da equipe é que ele se inspirou em Meirelles. “O Meirelles era meio encanado. Tinha gente para provar a comida dele antes. Ele usava seguranças armados, mas ali era compreensível, porque declarou o patrimônio quando foi candidato à presidência, em 2018, e era altíssimo [na época, 377 milhões de reais]”. 

    Procurada pela piauí, a ouvidoria da pasta alegou sigilo ao não comentar as cartas. Mas disse que, caso haja “elementos mínimos descritivos de irregularidade ou indícios” que corroborem as acusações, “a denúncia é habilitada pela Ouvidoria e enviada à autoridade competente” – neste caso, a Corregedoria-Geral do Estado. 

    A piauí também questionou Kinoshita sobre o conteúdo das queixas. O secretário respondeu por meio da assessoria de imprensa da pasta, na seguinte nota:

    Os relatos apurados pela revista parecem nascer de insatisfações geradas pela reforma no regime de cargos comissionados do Estado de São Paulo, ocorrida a partir da Lei Complementar nº 1.395, de 22 de dezembro de 2022. Aliado a esse movimento, houve uma diretriz para todo o governo de corte de 10% no quantitativo de cargos comissionados. Em razão dessas duas realidades, foram necessários ajustes que levaram a exonerações e substituições de colaboradores.

    A sala mencionada no primeiro andar é como as demais do setor de Recursos Humanos da Secretaria, onde temporariamente esses servidores foram alocados. No período de transição entre a comunicação de seu desligamento da função originalmente ocupada e o ato administrativo que o formalizou, os servidores estavam sendo remunerados. Logo, não poderiam ser dispensados.

    A solução encontrada foi acolhê-los num espaço do setor de recursos humanos, onde não seria possível o acesso a dados e informações sigilosas e/ou sensíveis, naturais no âmbito da secretaria. Ressalte-se que essa solução também permitiu que vários deles fossem realocados em outras posições na própria secretaria ou em outros órgãos do Estado.

    Por fim, reforçamos o compromisso da Secretaria da Fazenda e Planejamento com as melhores práticas de gestão pública.

    Já Tarcísio de Freitas, por meio da assessoria de imprensa do governo, disse o seguinte:

    O Governo do Estado de São Paulo reitera seu compromisso com a legalidade, a ética e os princípios que regem a administração pública. A atual gestão não compactua com quaisquer atos ou condutas que contrariem esses valores.

    Todas as denúncias recebidas são rigorosamente apuradas, com celeridade e respeito ao devido processo legal, independentemente do cargo ou função dos envolvidos. Quando comprovadas irregularidades, as medidas legais, disciplinares e administrativas cabíveis são imediatamente adotadas, visando à devida responsabilização.

    A promoção da integridade é prioridade desta gestão, que instituiu o Radar Anticorrupção, voltado à implementação de ações de compliance em todos os órgãos da administração estadual. A iniciativa é acompanhada do estímulo ao uso das ouvidorias e da garantia de proteção aos denunciantes, conforme estabelecido no Decreto nº 68.156/2023.





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