O Rio Grande do Norte acaba de dar um passo estratégico rumo ao futuro da energia limpa e da industrialização sustentável. Nesta terça-feira (3), a Assembleia Legislativa do Estado aprovou o projeto de lei que institui o Marco Legal do Hidrogênio Verde e da Indústria Verde, posicionando o estado como um dos protagonistas nacionais na transição energética. A matéria segue agora para sanção da governadora Fátima Bezerra.
A princípio, com ainiciativa do Governo do Estado, o marco legal estabelece diretrizes para todas as etapas da cadeia produtiva do hidrogênio verde (H₂V) — desde a geração até o uso final —, criando um ambiente jurídico mais seguro e atrativo para novos investimentos.
Estado se antecipa às demandas globais por energia limpa
Durante missão oficial na Dinamarca, país referência mundial em transição energética, a governadora celebrou a aprovação do projeto. “É um marco histórico. Essa legislação representa planejamento com responsabilidade, consolidando o RN como referência em energia limpa e industrialização verde”, afirmou Fátima Bezerra.
Dessa maneira, a nova legislação também cria o Programa Estadual de Hidrogênio Verde (PNRH2V), com metas de ampliar o uso do H₂V na matriz energética potiguar e estimular ações voltadas à redução das emissões de carbono. A iniciativa prevê ainda incentivos fiscais e regulatórios por meio do Regime Especial de Incentivos RNVerde, que deve acelerar a chegada de empresas e projetos ao estado.
RN lidera uso industrial do hidrogênio verde no Brasil
O Rio Grande do Norte também se destaca por ser o primeiro estado do país a aplicar o hidrogênio verde na indústria, em parceria com grandes players nacionais e internacionais como a CPFL Energia, o grupo chinês State Grid e a Mizu Cimentos.
A planta piloto, localizada em Baraúna, terá capacidade de produção de 250 toneladas de hidrogênio por ano, abastecida por uma unidade com 1 megawatt de potência. O investimento inicial é de R$ 43 milhões, com previsão de início das operações até 2027.
O que é hidrogênio verde?

O hidrogênio verde é considerado o “combustível do futuro” por ser produzido via eletrólise da água, utilizando exclusivamente fontes de energia renováveis — como solar, eólica ou hídrica — e sem emissão de dióxido de carbono (CO₂). Além disso, trata-se de uma alternativa promissora para descarbonizar setores como transporte, indústria pesada e geração de energia.
Projetos de Hidrogênio Verde em andamento no Nordeste
Estado | Projeto / Empresa | Localização | Capacidade Prevista | Previsão de Início |
---|---|---|---|---|
Rio Grande do Norte | CPFL / State Grid / Mizu Cimentos | Baraúna (RN) | 250 toneladas/ano (1 MW) | Até 2027 |
Ceará | Fortescue Future Industries / EDP | Complexo do Pecém | 15 mil toneladas/ano (fase 1) | 2025 (fase piloto) |
Bahia | Unigel / thyssenkrupp nucera | Camaçari (BA) | 10 mil toneladas/ano | 2024 (operação inicial) |
Pernambuco | Neoenergia / Senai / Porto de Suape | Suape (PE) | Estudo de viabilidade | Em fase de planejamento |
Maranhão | Eneva / Governo do Maranhão | Porto do Itaqui (MA) | Estudo para 100 MW | Em fase de licenciamento |
Piauí | Omega Energia / empresas internacionais | Serra da Capivara (PI) | Projeto em estudo | Sem previsão oficial |
Alagoas | Projeto do Governo do Estado com investidores estrangeiros | Região Metropolitana | Estudo inicial | Em tratativas |
Sergipe | Governo Estadual / UFS | Zona de Expansão | Projeto piloto acadêmico | Desenvolvimento inicial |
Paraíba | Governo Estadual | João Pessoa e Cabedelo | Estudo de viabilidade | 2025 (projeto piloto) |
Hidrogênio verde: motor do futuro energético do Nordeste
A regulamentação e os investimentos em hidrogênio verde reforçam o papel do Nordeste como protagonista da transição energética brasileira e global. Afinal, com seu vasto potencial em fontes renováveis — como vento e sol —, a região atrai cada vez mais projetos inovadores, capazes de impulsionar desenvolvimento econômico, geração de empregos qualificados e exportação de tecnologia limpa.
Portanto, com a aprovação do Marco Legal no Rio Grande do Norte e o avanço de projetos similares em outros estados, o Nordeste consolida sua posição como polo estratégico para o futuro da indústria de baixo carbono no Brasil e no mundo.
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