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    Piauí

    O último suspiro – revista piauí

    30 de julho de 20256 Minutos de Leitura
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    Eu havia me perguntado por qual motivo o novo filme de Costa-Gavras, exibido no Festival do Rio em 2024 e recém-lançado no circuito de cinemas brasileiros, recebeu o título Uma bela vida, que não tem nada a ver com seu tema, muito menos com o nome original – Le dernier souffle, cuja tradução exata é “o último suspiro”. Vim a saber, por acaso, que a ficção científica franco-canadense Dans la brume (que significa “na névoa”) foi lançada no Brasil em 2018 com o nome O último suspiro. Evitar a repetição pode ter sido a razão por trás do título Uma bela vida. O resultado, porém, é um despropósito, pois o objetivo de Costa-Gavras não é exaltar a vida. Ele se dispõe a refletir sobre o direito individual de decidir o momento e a maneira de morrer com dignidade.

    A morte espreita no primeiro plano do filme. Em seguida aos créditos de abertura, em letras brancas sobre fundo preto, e antes do título Le dernier souffle surgir superposto à imagem do tomógrafo, o deslocamento lento da câmera, de baixo para cima, revela sobre um fundo cinzento escuro, à esquerda, a caveira da morte, com seu sorriso malicioso e as arcadas dentárias à vista, segurando um porrete. À direita são mostrados corpos nus entrelaçados, plácidos, de mulheres, homens e crianças que parecem estar dormindo – é a pintura a óleo lúgubre, mas de cores vivas, Morte e Vida, de Gustav Klimt, exposta pela primeira vez em 1911, refeita em parte e retocada em 1915, segundo ano da mortífera Primeira Guerra Mundial. Para a historiadora da arte e editora da revista DailyArt, Zuzanna Stańska, “em vez de uma visão ameaçadora da morte, vemos a aceitação da mortalidade. Os momentos de prazer, beleza, juventude, serenidade, esperança e aceitação. O ciclo da vida se repete indefinidamente, pelo menos na visão” de Klimt.

    Quando Le dernier souffle estreou na França, em fevereiro deste ano, Costa-Gavras estava completando 92 anos de idade e 60 de profissão como diretor de filmes que marcaram época, entre eles Z (1969), A confissão (1970), Estado de sítio (1972), Sessão especial de justiça (1975) e Desaparecido: um grande mistério (1982). A essa altura da vida e da carreira, é razoável presumir que a perspectiva da morte estivesse no seu horizonte. Ele havia encontrado em Le dernier souffle: accompagner la fin de vie (O último suspiro: acompanhar o fim da vida), livro de Claude Grange e Régis Debray, publicado pela Gallimard, em 2023, um relato sobre a prática da medicina paliativa e da eutanásia e a reflexão sobre a importância da dignidade nos momentos finais da vida. O novo filme é uma adaptação do livro. Costa-Gavras, além de dirigir e, em parceria com Loacene Trevisan, fazer a montagem, escreveu o roteiro.

    Em entrevista ao crítico de cinema Serge Kaganski, publicada na revista Mastermind, Costa-Gavras disse que, aos 90 anos, 

    estava pensando que a questão do fim da vida afeta a sociedade há algum tempo. Nós nos recusamos a aceitar a ideia da morte. Todos nós acreditamos que viveremos para sempre, mas a morte é um fato da vida que afeta a todos. (…)

    Quando Régis [Debray] me enviou seu livro, achei-o muito interessante. Pensei se eu conseguiria encontrar um fio condutor, uma história fictícia que se desenvolvesse com personagens. Acabei imaginando que o filósofo [o escritor Fabrice Toussaint, interpretado por Denis Podalydès] tem uma lesão cancerígena sobre a qual só conta à esposa, e ele acompanha a evolução desse problema. Seu interesse pela doença se transforma em interesse pelo fim da vida e pela morte. Também pensei que o final do filme não poderia ser um funeral. Nunca me esqueço de que um cineasta faz espetáculos, não discursos acadêmicos. (…)

    Para mim, [o mais assustador não é a morte em si], é o declínio – a velhice extrema, a dependência, a necessidade de entes queridos ou de uma enfermeira para nos lavar e alimentar. Acho que precisamos de um lugar em nossas sociedades para onde possamos ir e dizer: “Quero terminar minha vida em boas condições.” Existem instituições assim na Suíça. Na França, não ousamos falar sobre essas questões por causa das religiões que dizem que devemos esperar que Deus decida e assim por diante. Mesmo pessoas que não são religiosas estão imbuídas dessa moral. Respeito aqueles que acreditam que existe um paraíso após a morte – é um bom consolo – mas eu não consigo acreditar nisso.

    Na sequência do filme em que está sendo preparada uma entrevista de Fabrice para um programa de televisão, perguntam a ele: “O que o senhor propõe?” Ele responde: “Achar soluções não é meu papel, nem minha responsabilidade. Eu sou um observador. Eu observo e relato.”

    Costa-Gavras talvez definisse seu papel como cineasta do mesmo modo. Ambos procuram “aprender e compreender”, como diz Fabrice quando um paciente terminal pergunta se ele “também é especialista”. O que diferencia o roteirista e diretor do personagem, no entanto, é o diagnóstico preocupante feito na primeira sequência: “Há uma minúscula mancha escura entre o fígado e os pulmões. Está inativa, adormecida. Precisamos ficar de olho. Uma ressonância de seis em seis meses… Se ela acordar, teremos que erradicá-la imediatamente. Há sempre o risco de um desenvolvimento fulminante… Vamos fazer uma biópsia.” Mas, em vez da biópsia, brindam com champagne!

    A jornada de Fabrice tem início quinze dias depois, quando, após uma nova tomografia, ele conhece o doutor Augustin Masset (Kad Merat), especialista “no final da vida, cuidados paliativos, acompanhamento como se diz hoje em dia”.

    Em entrevista ao crítico de cinema e escritor iraniano Ali Moosavi, publicada na Film International online em fevereiro, Costa-Gavras disse:

    Eu entendi que nascemos, vivemos e depois desaparecemos. Isso é normal para pessoas, para animais, para árvores, para tudo. Também respeito aqueles que decidem morrer por vontade própria, porque a morte é aceitar que você desaparece, que tudo o que você fez aqui desaparece completamente e para sempre. É muito difícil aceitar, mas você tem que aceitar porque não há outra maneira.

    Nos primeiros quatro dias em cartaz, exibido de 17 a 20 de julho em 22 cinemas, Uma bela vida foi assistido por 5.286 espectadores. Não chega a ser um grande sucesso, mas é quase o dobro de Cazuza: boas novas, visto no mesmo período por 2740 espectadores em 53 cinemas. Uma bela vida teve média de 240 pessoas por sala, enquanto a média de público por sala de Cazuza foi de 52. Na segunda semana, entre 24 e 27 de julho, ainda em 22 cinemas, o filme de Costa-Gavras teve 5.215 espectadores e média de 237 por sala,  resultado quase igual ao da semana anterior, demonstrando estabilidade incomum e potencial para continuar em exibição. Nas duas primeiras semanas acumulou público total de 13.351 pessoas (dados do portal Filme B).





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