No dia 28 de abril, o Brasil celebra o Dia Nacional da Caatinga, uma data dedicada à valorização e preservação de um dos biomas mais singulares e estratégicos do país — e que tem no Nordeste sua maior e mais importante expressão.
Um tesouro do Nordeste
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, ocupando cerca de 11% do território nacional e se estendendo principalmente pelos estados nordestinos como Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Piauí, além do norte de Minas Gerais.
Apesar de ser historicamente vista como uma região árida e inóspita, a Caatinga abriga uma biodiversidade rica e adaptada ao clima semiárido, com espécies únicas de fauna e flora.
Fauna e flora como patrimônio

Mais do que um conjunto de paisagens secas e árvores retorcidas, a Caatinga é berço de saberes tradicionais, comunidades resilientes e recursos naturais essenciais. O bioma sustenta a vida de milhões de pessoas e é fonte de práticas sustentáveis de agricultura, pecuária, fitoterápicos e culinária regional.
Plantas como umbu, mandacaru, juazeiro, jurema e aroeira têm usos medicinais e alimentares, e os animais adaptados à região — como a ararinha-azul, o tamanduá-bandeira e o jacu — tornam a Caatinga um patrimônio ecológico insubstituível.


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Ameaças e conservação
Apesar de sua importância, a Caatinga é um dos biomas mais degradados e menos protegidos do Brasil. Estima-se que mais de 50% da vegetação original já tenha sido desmatada, principalmente por queimadas, avanço da agricultura predatória, pecuária extensiva e uso insustentável do solo.
Por isso, o Dia Nacional da Caatinga é também um chamado à consciência ambiental, ao fortalecimento de políticas públicas e à preservação dos ecossistemas do semiárido. A ampliação das Unidades de Conservação, o fomento à pesquisa científica e o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para manter esse bioma vivo e produtivo.
Um símbolo de resistência
Celebrar a Caatinga é reconhecer a força do Nordeste, que mesmo diante das adversidades climáticas, transforma a terra seca em cultura, arte, vida e esperança. É valorizar a sabedoria popular, os modos de vida tradicionais, e a capacidade de adaptação de um povo que aprendeu a conviver com a seca sem destruir o seu entorno.
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