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    Brasil

    ‘Meu pai começou a abusar da minha mãe’: os medicamentos que podem alterar comportamento sexual como efeito colateral

    28 de julho de 20259 Minutos de Leitura
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    Sarah olhando para a câmera. É uma mulher branca, loira e de olhos claros
    Legenda da foto, Sarah disse que os medicamentos receitados a seu pai o deixaram obcecado por pornografia
    Article Information

      • Author, Noel Titheradge
      • Role, Especialista em Investigação da BBC News
    • Há 1 hora

    Quando Sarah subiu ao sótão da casa de seu pai, ela não estava preparada para o que iria encontrar.

    Seu pai, James, era um homem modesto, que havia trabalhado a vida toda na mesma empresa e se aposentado há 20 anos, quando foi diagnosticado com Parkinson.

    Com ajuda de um medicamento chamado ropinirol, ele vinha controlando os tremores e os problemas de equilíbrio causados pela doença. Mas, durante a pandemia de Covid-19, Sarah começou a se preocupar com o comportamento reservado do pai e decidiu investigar com o que ele estava ocupando seu tempo.

    No sótão, ela encontrou várias anotações feitas à mão e uma dezena de aparelhos de gravação que James estava usando para espionar a própria casa.

    Nos textos e gravações, ele havia registrado sons inocentes que a esposa fazia enquanto andava pela casa ou dormia, na tentativa de provar que ela estava tendo um caso extraconjugal.

    Quando Sarah contou à mãe o que havia descoberto, ficou horrorizada ao saber que ela havia sido coagida sexualmente por James.

    Mas foi só quando Sarah levou o pai para ver um especialista, cinco anos atrás, que descobriu que os medicamentos que ele tomava podiam causar efeitos colaterais tão extremos.

    “Ah, ele está com muita libido, né?”, perguntou a enfermeira.

    O casal de idosos vive hoje separado, já que James representa um risco muito grande para a esposa, segundo Sarah. Ele mora em uma residência especializada e a filha conta que ele chegou a agredir sexualmente funcionários do local.

    “Esse medicamento destruiu a minha família”, disse Sarah, cujo nome foi alterado, assim com o do pai, para proteger a identidade.

    Sarah tem uma procuração que lhe confere poder legal sobre seus pais, o que inclui decisões sobre seu tratamento médico.

    Segundo ela, o interesse de ambos foi avaliado cuidadosamente antes de decidir compartilhar a história da família para que mais pessoas conheçam os impactos que esses medicamentos podem causar.

    Mudança de comportamento

    O caso de James é um dos 50 relatados à BBC, a maioria deles envolvendo homens em tratamento por distúrbios do movimento, cujo comportamento mudou drasticamente após receberem uma prescrição de medicamentos de uma classe específica.

    No geral, o comportamento começou a mudar após muitos anos tomando os remédios, em doses cada vez maiores, conforme relataram os próprios pacientes.

    Em março, a BBC revelou que os médicos não haviam alertado as mulheres de que o uso do mesmo tipo de medicação para a síndrome das pernas inquietas (SPI) poderia provocar um desejo compulsivo por relações sexuais e jogos de aposta, colocando-as em risco pessoal e prejudicando suas finanças, carreiras e relacionamentos.

    Celulares e gravadores em cima de uma mesa
    Legenda da foto, Sarah encontrou aparelhos de gravação que seu pai estava usando para espionar a própria casa

    Muitos dos casos que a BBC ouviu envolvem a exploração de mulheres e crianças. Entre eles:

    • Um homem condenado por crimes sexuais contra menores após abusar de uma criança;
    • Um homem com mais de 80 anos que afirma ter se viciado em pornografia, incluindo imagens de zoofilia e abuso infantil;
    • Um pai de três filhos que afirmou que os medicamentos provocavam uma necessidade de ter relações sexuais até sete vezes por dia, o que o levou a abandonar dois casamentos, uma vez que suas parceiras não conseguiam acompanhá-lo;

    Os três homens afirmaram que não tinham esse tipo de comportamento sexual antes de tomar os medicamentos. Também disseram que sentiam uma vergonha profunda pelo próprio comportamento, mas acreditavam que a medicação os ajudava com suas doenças.

    Outros homens entrevistados pela BBC disseram que não queriam parar de tomar os remédios porque haviam descoberto novos interesses sexuais — que são legais e consensuais — e passaram a gostar do aumento da libido.

    Um senhor casado, com cerca de 60 anos, começou a se vestir com roupas femininas e a ter relações online com homens. Outro afirmou que os medicamentos desinibiram sentimentos homossexuais que ele não havia explorado antes.

    Os registros de prescrição mostram que alguns dos homens com quem conversamos tentaram reduzir a dose, mas relataram um impacto negativo em sua saúde.

    Riscos conhecidos

    O ropinirol, remédio usado por James, pertence a uma classe de medicamentos conhecida como agonistas da dopamina, prescritos para tratar o Parkinson, a síndrome das pernas inquietas, tumores hipofisários e outras condições.

    O risco de efeitos colaterais relacionados a comportamentos impulsivos causados por medicamentos agonistas da dopamina é conhecido há anos, mas a BBC descobriu que médicos no Reino Unido continuam fazendo prescrições para várias condições sem alertar todos os pacientes.

    Em março, a BBC revelou que a empresa farmacêutica britânica GSK havia descoberto, já em 2003, uma relação entre ropinirol e o que descreveu como comportamento sexual “desviado”, incluindo casos de pedofilia.

    A GSK disse à BBC que compartilhou essas descobertas com as autoridades de saúde, incluiu um alerta de segurança nas bulas do medicamento e conduziu ensaios clínicos rigorosos com o medicamento, que já foi prescrito em 17 milhões de tratamentos.

    Paulette Hamilton é uma mulher negra e usa óculos
    Legenda da foto, A parlamentar Paulette Hamilton quer que as advertências nas bulas dos medicamentos sejam reforçadas

    Contudo, os alertas sobre esse tipo de comportamento só foram incluídos nas bulas a partir de 2007 e, mesmo hoje, apenas especificam os riscos como “interesse sexual alterado” e “libido excessiva” ou “aumentada”.

    Segundo a presidente interina da Comissão de Saúde, a parlamentar trabalhista Paulette Hamilton, é urgente reforçar as recomendações de segurança sobre os efeitos colaterais “tóxicos” do medicamento, já que seu impacto pode ser “devastador”.

    “Nove em cada dez pessoas não leem o que está nas bulas”, afirma.

    “E mesmo que leiam, o que significa ‘alteração do interesse sexual’? Não faço a menor ideia.”

    O que dizem os estudos

    Os medicamentos atuam imitando os efeitos da dopamina, uma substância química natural que ajuda a transmitir mensagens no cérebro, como as que controlam os movimentos.

    A dopamina também é conhecida como o “hormônio da felicidade”, pois é ativada quando sentimos prazer ou uma sensação de recompensa.

    Os agonistas da dopamina podem estimular essas sensações em excesso, o que ajuda as pessoas que sofrem certos distúrbios do movimento associados a baixos níveis de dopamina.

    No entanto, esses medicamentos também podem reduzir a percepção das consequências, levando a comportamentos impulsivos, segundo pesquisadores.

    De acordo com dezenas de pessoas ouvidas pela BBC, o medicamento também pode agravar sintomas existentes da síndrome das pernas inquietas, causando, em alguns casos, uma necessidade incontrolável de movimentar outras partes do corpo.

    Esse é um risco bem documentado entre aqueles que tomam o medicamento por períodos prolongados e é conhecido como “aumentação”.

    Duas mãos dadas, de uma médica e um paciente

    Crédito, Getty Images

    Legenda da foto, Medicamentos administrados a pessoas com Parkinson atuam imitando os efeitos da dopamina, uma substância química natural que ajuda a transmitir mensagens no cérebro

    A BBC também encontrou preocupações levantadas em dois estudos que analisaram a capacidade de outro agonista da dopamina, a rotigotina, de combater o agravamento de condições de saúde.

    Ambos os estudos foram patrocinados pela fabricante do medicamento, a empresa belga UCB.

    Segundo informações obtidas pela BBC, executivos da empresa rejeitaram repetidamente as evidências de aumentação (agravamento dos sintomas) causadas pela rotigotina durante o primeiro estudo, realizado em 2012.

    Diego García-Borreguero, um dos autores do estudo, afirmou que os representantes da UCB participaram das reuniões e debateram os resultados com os pesquisadores. Disse que a interferência foi “sutil”, mas que os resultados publicados não foram imparciais.

    A BBC também descobriu que oito dos nove autores do segundo estudo sobre a rotigotina, realizado em 2017, haviam recebido pagamentos da UCB em algum momento — e cinco deles eram funcionários diretos da empresa.

    As conclusões do estudo — de que a rotigotina era eficaz no tratamento de aumentação — foram classificadas como “ridículas”, pelo neurologista Andy Berkowski, coautor das diretrizes clínicas para o tratamento da síndrome das pernas inquietas nos Estados Unidos.

    De acordo com Berkowski, os dados mostram que mais de 50% dos pacientes deixaram de tomar o medicamento durante o estudo, grande parte devido aos efeitos adversos ou a falta da eficácia. Além disso, mais da metade dos que completaram o tratamento precisaram de aumento de dose, possivelmente em razão do agravamento dos sintomas da SPI.

    Em resposta, a UCB afirmou que os estudos foram imparciais, submetidos a uma revisão independente por pares, e que todos os autores — inclusive os funcionários da empresa ou com vínculos anteriores — seguiram integralmente as diretrizes sobre conflito de interesses.

    A empresa também destacou que a eficácia da rotigotina foi demonstrada em diversos ensaios clínicos, e que a maioria dos pacientes que concluiu o estudo de 2017 apresentou melhora clínica significativa. Isso corresponde a 37 dos 99 pacientes que iniciaram o estudo.

    Monitoramento de efeitos colaterais

    No ano passado, médicos de atenção primária na Inglaterra prescreveram quase 1,5 milhão de medicamentos agonistas da dopamina, segundo dados publicados aos quais a BBC teve acesso.

    Outro medicamento, o aripiprazol — um agonista parcial da dopamina utilizado para tratar problemas de saúde mental — também é conhecido por causar comportamentos impulsivos.

    Ele foi prescrito em mais de 1,7 milhão de tratamentos somente na Inglaterra, no último ano, principalmente para pacientes jovens.

    Um paciente que tomava o medicamento relatou que sua dependência em jogos de azar se tornou tão grande que chegou a roubar para financiar seu vício.

    A mãe de outro paciente acredita que o medicamento fez com que seu filho se exibisse em público.

    A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido afirma que não tem planos de alterar as advertências sobre os medicamentos agonistas da dopamina.

    Anteriormente, a agência informou à BBC que os impulsos sexuais variam e que já existe um alerta geral sobre os comportamentos potencialmente prejudiciais.

    O Colégio Real de Clínicos Gerais do Reino Unido anunciou que seu currículo atualizado, utilizado na formação de médicos e que será publicado no próximo mês, passará a incluir o monitoramento de efeitos colaterais relacionados a comportamentos impulsivos em pacientes com síndrome das pernas inquietas, condição que se estima afetar entre 6% e 17% dos pacientes.

    Um efeito colateral pode ser considerado “comum” quando afeta apenas 1% das pessoas que tomam o medicamento, segundo órgão de diretrizes de saúde do Reino Unido (NICE, na sigla em inglês).

    O Departamento de Saúde e Assistência Social não quis comentar o caso.



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