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    Início » Bebês reborn: ‘Apego por boneca pode vir da vontade de controle absoluto das relações’
    Brasil

    Bebês reborn: ‘Apego por boneca pode vir da vontade de controle absoluto das relações’

    26 de maio de 20256 Minutos de Leitura
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    Bonecas reborn em uma feira em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 2022

    Crédito, Getty Images

    Article information

    Uma busca rápida nas redes sociais mostra que conteúdos sobre as bonecas hiper realistas chamadas de “bebês reborn” tem ganhado cada vez mais repercussão.

    Com peso semelhante ao de bebês de verdade, fios de cabelo pintados à mão, veias visíveis na pele maleável e aparência incrivelmente realista, as bonecas custam entre cerca de R$ 800 e até mais de R$ 10 mil, dependendo do nível de detalhamento.

    Entre perfis de colecionadoras das bonecas e pessoas fazendo role playing (interpretações em que cuidam das bonecas como se fossem filhos reais), o número de vídeos, fotos e depoimentos vem crescendo, principalmente no TikTok e no Instagram.

    Há cenas de criação de enxovais, passeios com carrinhos de bebê, trocas de roupa, alimentação com mamadeiras, consultas médicas simuladas e até registros de “aniversários” dos bonecos.

    Em alguns casos, as postagens se confundem com a rotina de mães de recém-nascidos, o que tem despertado tanto curiosidade quanto críticas e questionamentos sobre saúde mental, solidão e o papel das redes na amplificação e influência de comportamentos.

    A psicóloga Daniela Bittar, especialista em luto perinatal, explica que ainda não é possível afirmar se há, de fato, um aumento no número de pessoas com algum tipo de disfunção afetiva — projetando sentimentos e atribuindo significados às bonecas além do que seria considerado saudável — ou se o fenômeno reflete apenas uma tendência de consumo, uma busca por atenção nas redes sociais, ou mesmo um recorte específico que ganhou visibilidade e dá a impressão de ser mais comum do que realmente é.

    Vale também considerar que para uns pode se tratar de um passatempo, como qualquer outro hobby.

    “É algo muito novo e parece estar mais focado no Brasil, então por enquanto não temos nenhum estudo científico, nenhum artigo, nada que nos possibilite avaliar de fato o que está acontecendo. Mas podemos considerar possibilidades – e uma delas é a vontade de nutrir relações nas quais temos total controle”, diz a psicóloga.

    boneca realista

    Crédito, Getty Images

    O risco de substituição e ilusão

    O uso das bonecas pode se tornar um problema quando se desenvolve um apego excessivo, adverte Bittar, que trabalha com psicologia feminina e familiar, e atende mulheres que tiveram bebês natimortos e perdas gestacionais.

    Embora faltem dados para avaliar se este é realmente o cenário, a psicóloga considera que é uma possibilidade.

    “Nós vivemos uma sociedade muito opressora, principalmente se a gente for pensar no feminino e na maternidade. Então, será que nós estamos buscando relações em que não tem uma investida do outro? Relações onde eu me relaciono completamente no controle?”

    “Esses bebês reborn, apesar de trazerem a sensação sensorial de um bebê, eles não se relacionam de volta. A relação só tem uma via.”

    Bittar propõe uma reflexão sobre o que o aumento de vínculos com bonecas e outras formas não humanas pode estar revelando.

    “O primeiro pensamento que eu tenho é: se isso está acontecendo, o que isso está nos dizendo?”, questiona. “Talvez vivamos em um mundo onde ninguém olha mais para o outro, em que as pessoas se sentem tão solitárias que começam a se relacionar com formas não humanas.”

    Ela cita exemplos que vão além dos bebês reborn: homens que se relacionam com bonecas, pessoas que tratam a inteligência artificial como melhor amiga, mulheres que têm Alexa como confidente.

    “No Japão, as bonecas até falam. Existem hotéis em que, em vez de encontrar uma acompanhante, o homem vai a um quarto onde está uma boneca que fala, responde, interage — mas ainda é uma boneca.”

    “E os bebês reborn agora entram nisso. Eu ainda tenho dúvidas se estamos diante de um fenômeno coletivo, uma distorção midiática ou se realmente há mulheres tratando essas bonecas como filhos.”

    O controle total sobre esse tipo de relação seria parte do apelo. “Quando me relaciono com uma forma não humana, eu estou no controle. Posso projetar amor, posso evitar a rejeição. Crio uma ilusão. Um cenário de fantasia em que finjo, inclusive, que estou sendo amada.”

    O perigo, descreve, está em “realmente se afeiçoar muito a um objeto e acabar criando uma conexão que não é saudável, e começar a trazê-lo como um preenchimento de um vazio vivencial e existencial que você tem.”

    “Se consideramos uma mulher extremamente machucada por conta de vários processos da vida dela, ela pode trazer esse boneco como uma substituição de relação e de um vazio existencial. “

    Nesses cenários, explica a psicóloga, a necessidade de afeição, para além da dor, busca subterfúgios.

    “Mulheres que enfrentam o luto, a infertilidade ou o fato de os filhos já terem saído de casa estão lidando com um vazio existencial — e tentar preenchê-lo pode se tornar algo patológico. Nesse ponto, muitas já estão em um processo psíquico delicado e precisam de ajuda, não de julgamento.”

    Quando as bonecas reborn têm valor terapêutico

    As ‘bebês reborn’ começaram a ganhar popularidade nos anos 1990 — tanto como brinquedos e itens de coleção como para ajudar em processos terapêuticos específicos.

    “Elas são usadas há muito tempo por profissionais que trabalham com, por exemplo, a psicologia perinatal, que é gestação, parto e pós-parto, e também em processos de ressignificação de luto”, diz Bittar.

    Um exemplo, explica a psicóloga, seria o de um casal à espera de um filho que sente muita ansiedade e medo em relação aos cuidados com um recém-nascido. Nesse contexto, a boneca pode ser utilizada como uma ferramenta de preparação emocional.

    “Se torna uma ferramenta porque ela é realmente maleável e flexível e, na textura, por conta dos materiais que usam, se assemelha muito a um bebê de verdade. Ela te faz acreditar que está com uma criança no colo. Sensorialmente, a percepção da pessoa é essa.”

    Em casos de luto perinatal, as bonecas também podem ser incorporadas como parte de um processo terapêutico.

    “Para trazer um luto simbólico para uma mãe que não conseguiu enterrar um bebê, por exemplo. Ela pode usar o boneco para segurar de vez em quando, para abraçar quando ela estiver chorando muito — também é terapêutico, mas deve ser feito com cuidado e dentro de um processo de terapia para que não se desenvolva um apego desproporcional ao objeto.”

    O uso das bonecas com idosos e pessoas com demência, explica Bittar, também pode trazer benefícios terapêuticos.

    “A pessoa com Alzheimer, por exemplo, volta à infância. E o bebê reborn, por ser sensorial, desperta emoções e memórias. É fácil sentir algo ao abraçá-lo.”

    Mesmo com limitações cognitivas, ela diz, o estímulo afetivo pode ser valioso, já que a boneca pode resgatar vínculos importantes.

    O efeito, segundo a psicóloga, também se aplica a pessoas idosas solitárias. “Não há problema em precisar de uma ferramenta terapêutica que aqueça o coração e provoque emoção. Isso é afeto.”



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