Lançado no primeiro semestre de 2024, o programa Olhar João Pessoa tem promovido uma verdadeira transformação na vida de milhares de estudantes da rede municipal de ensino. A iniciativa, que surgiu a partir da observação de professores e gestores sobre como problemas de visão estavam impactando o desempenho escolar, já beneficiou cerca de 4 mil alunos com óculos de grau, em apenas oito meses.
Voltado para estudantes desde o Pré-II até a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o programa é uma ação integrada entre a Prefeitura de João Pessoa, por meio das Secretarias de Saúde (SMS) e de Educação e Cultura (Sedec), em parceria com o Instituto de Pesquisa e Promoção do Desenvolvimento e da Sustentabilidade (IPPEDS). A proposta faz parte do projeto Saúde Itinerante, viabilizado por emenda parlamentar, com foco na promoção da inclusão social e no acesso gratuito a atendimentos oftalmológicos de qualidade.
Como funciona o programa ‘Olhar João Pessoa’?

O fluxo do programa começa diretamente nas escolas municipais. Assistentes sociais, em conjunto com as Unidades de Saúde da Família (USFs), realizam triagens visuais nos alunos. Aqueles com dificuldade de acuidade visual são encaminhados para consultas oftalmológicas, que são agendadas por meio de um sistema digital conectado ao IPPEDS.
No dia marcado, os estudantes comparecem às consultas acompanhados pelos responsáveis. Eles passam por uma triagem completa, realizam exames como retinografia computadorizada e refração, e, ao final do processo, escolhem a armação dos óculos. O prazo para entrega é de até 15 dias, e a distribuição ocorre nas próprias escolas, coordenada pela Secretaria de Educação.
Estrutura do programa e responsabilidades
Cada entidade envolvida tem papel decisivo para o funcionamento da ação:
Instituição | Responsabilidade |
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) | Financiamento via convênios com o IPPEDS |
Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) | Organização do cronograma e triagens nas escolas |
Instituto IPPEDS | Execução do programa com equipe especializada e equipamentos oftalmológicos |
Atendimento inclusivo e humanizado
De acordo com Rodrigo Nóbrega, presidente do IPPEDS, o programa oferece um serviço de alto padrão, com profissionais qualificados e tecnologia moderna. Alunos com deficiência, como os que estão dentro do espectro autista, recebem prioridade nos atendimentos e um cuidado personalizado.
“Acolher bem é parte essencial do processo. Garantimos uma abordagem diferenciada para os alunos atípicos, com conforto e atenção às suas necessidades e às de suas famílias”, destaca Nóbrega.
Ao mesmo tempo, 14 escolas da rede municipal já foram atendidas. Desse modo, a meta é ampliar o número de instituições beneficiadas até o final de 2025.
Impacto real na vida das famílias de Joao Pessoa
Diversas famílias já relatam os efeitos positivos do programa. A mãe Jane Greyce Freire Ramos, que tem dois filhos beneficiados, sendo um deles autista, elogia a organização e o cuidado recebido:
“A escola me orientou em cada etapa. Como mãe atípica, sei o quanto é difícil ter acesso a esses serviços. O projeto foi maravilhoso, desde o agendamento até a entrega dos óculos. Foi tudo feito com carinho e respeito.”
Outra beneficiária, Maria da Penha Ramos da Silva, teve não apenas seus dois filhos atendidos, mas também recebeu os óculos como aluna do EJA:
“Soube pelo grupo da Escola Presidente João Pessoa. Tudo foi rápido e bem feito. Uma bênção poder sair da consulta já com os óculos em mãos”, contou.
Educação e saúde de mãos dadas
Assim, mais do que uma ação de saúde ocular, o ‘Olhar João Pessoa’ representa um compromisso com a equidade no acesso à educação. Dessa forma, ao garantir que os alunos enxerguem melhor, o programa amplia as possibilidades de aprendizagem, autonomia e desenvolvimento pessoal.
Portanto, com um simples par de óculos, os estudantes redescobrem o prazer de aprender, interagir e enxergar um futuro com mais clareza e esperança.
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