O domingo foi de decisão para o surfe em Natal. Na praia de Miami, na zona Leste da capital potiguar, foram conhecidos os campeões da seletiva sul-americana da WSL, etapa QS 4000, fundamental na corrida por vagas no Challenger Series de 2026 — próximo degrau rumo à elite. O potiguar Israel Júnior foi o campeão da etapa Natal do Circuito Banco do Brasil de Surfe.
O surfista é de Natal e venceu Heitor Mueller em uma final eletrizante. A vitória veio nos minutos finais da bateria, em uma virada que levantou a torcida natalense que estava acompanhando na Praia de Miami.
Além do título, Israel leva pontos importantes no ranking da WSL.
Potiguares brilham no QS de Natal
O QS 4000 na praia de Miami teve presença forte dos locais. Onze potiguares avançaram ao round dos 32: Jadson André, Lucas Pires, Paulo Henrique Grilo, Emanuel Tobias, Deyvison Santos, Israel Júnior, Adauto Sena, Lysandro Leandro, Madson Costa, Mateus Sena e Rafael Barbosa.
Ano passado, quem brilhou foram justamente Mateus Sena, de Natal, e Adauto Sena, de Baía Formosa — sem parentesco, apesar do sobrenome em comum. Eles protagonizaram uma histórica final 100% potiguar na etapa inaugural do QS em casa.
No feminino, a experiente Alessandra Ramos, da Escolinha AR de Surfe, mais uma vez foi a melhor potiguar na competição, ficando no geral à frente da jovem Maria Clara Dornellas, atual vice-campeã brasileira sub-16, que desta vez reforçou positivamente a participação potiguar no QS 4000, já que no ano passado não participou devido a um evento de base na mesma data. Ambas foram os principais destaques locais na disputa feminina.
O surfe feminino potiguar tem em sua trajetória nomes de grande destaque, como Alcione Silva, campeã mundial pela ISA no início dos anos 2000 — a maior referência do surfe feminino do estado, que atualmente enfrenta desafios de saúde, mas segue como inspiração para as novas gerações.
Como exemplo da evolução do surfe feminino no Brasil, a divisão de acesso criada em 1992 só passou a ter competições femininas no país 13 anos depois, em 2005, com a primeira etapa de qualifying feminino realizada no Brasil e vencida pela veterana Diana Cristina, que em Miami perdeu para a jovem Ana Lu Silva e para a renovação potiguar representada por Maria Clara Dornellas.
Hoje, as competições femininas avançam cada vez mais, como no Circuito Banco Brasil de Surfe, válido pelo sul-americano da Liga Mundial, que possui igualdade de premiação e categoria feminina separada em todas as suas etapas.