Atendimentos a vítimas de acidentes de moto sobem mais de 30% no 1º semestre em Campina Grande
Acidentes de moto aumentam 34% em Campina Grande e no Sertão da Paraíba. Reprodução / TV Cabo Branco

O Hospital de Trauma de Campina Grande registrou um crescimento maior que 30% nos atendimentos a vítimas de acidentes de moto no primeiro semestre de 2025. Foram atendidos mais de 6,3 mil pacientes, contra 4,8 mil no mesmo período de 2024.

Em toda a Paraíba, em 2024, foram registrados 12.991 atendimentos a vítimas de trânsito, com 859 mortes. Foram 250 óbitos só no Sertão do estado.

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Também em todo o estado, apenas no primeiro semestre de 2025, já foram 8.112 ocorrências, sendo 407 mortes. Delas, 110 no Sertão.

‘Motociclistas são os mais vulneráveis’

Um relatório da Polícia Rodoviária Federal realizado em Campina Grande e região, em aproximadamente 500 quilômetros de rodovias, aponta que motociclistas são os mais afetados nos acidentes de trânsito.

“A gente verifica de forma clara que os motociclistas são os mais vulneráveis. Há uma desproporcionalidade muito grande entre sinistros (acidentes) que envolvem motocicletas e a gravidade das vítimas”, afirmou Fabiano Lacerda, da PRF.

O estudo mostra que cidades como Queimadas, Lagoa Seca e Alagoa Nova registraram 56% dos acidentes com motos. E as BRs 104 e 230 concentram o maior número de ocorrências. Entre 2006 e 2022, o número de motocicletas cresceu 9,9%, enquanto o de automóveis caiu mais de 11%.

E os números têm rostos. O jovem Samuel Catanam ainda se recupera de um acidente de moto sofrido junto com uma amiga, na zona rural de Sousa, Sertão da Paraíba. A condutora perdeu o controle da direção e bateu o veículo. Ele teve traumatismo craniano e ficou dias internado no Hospital de Trauma de Campina Grande.

A mãe dele, Francisca Catanam, lembra do momento em que os médicos não acreditavam na recuperação. “Ele olhou pra mim e disse ‘não tem jeito, o caso do seu filho’. E ali acabou meu mundo”.

Custos para a saúde pública

Além das vidas impactadas, os acidentes de moto também representam altos custos para o sistema público.

O diretor do Hospital de Trauma, Sebastião Viana, explica que uma diária em enfermaria custa cerca de R$ 700 e, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o valor chega a R$ 1.900.

“Existem cirurgias ortopédicas desde a colocação de um simples pino, que varia a partir de R$ 800, mas também, se for uma fratura patológica, podemos chegar até R$ 60 mil”, disse.

O gasto mensal com vítimas desse tipo de acidente varia entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão.



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