Enquanto a Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado registraram aumentos, o bioma nordestino conseguiu reduzir em 16% a sua área queimada.

Em um ano marcado por recordes negativos de queimadas em praticamente todo o território nacional, uma boa notícia veio do coração do Nordeste brasileiro. A Caatinga, bioma exclusivo do semiárido nordestino, foi o único do Brasil a apresentar redução nas áreas atingidas pelo fogo em 2024.

De acordo com o Relatório Anual do Fogo (RAF) e dados da plataforma MapBiomas, enquanto biomas como Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal e Cerrado registraram aumentos preocupantes, a Caatinga conseguiu reduzir em 16% a sua área queimada no último ano.

Foram 404 mil hectares atingidos pelo fogo em 2024, contra uma média histórica de 480 mil hectares nos últimos 40 anos.

Como cada bioma se comportou com as queimadas

Bioma Área Queimada em 2024 Variação em relação à média histórica
Caatinga 404 mil ha -16% (único com redução)
Amazônia 15,6 milhões ha Maior da história (+52%)
Mata Atlântica 1,2 milhão ha +261% (recorde)
Pantanal 2,2 milhões ha +157%
Cerrado 10,6 milhões ha +10%
Pampa 7,9 mil ha aumento pequeno

Dessa forma, a redução de queimadas na Caatinga se deve a diversos fatores:

  • Ações mais eficazes de prevenção e monitoramento;
  • Maior conscientização de comunidades locais;
  • Adoção de práticas sustentáveis de manejo;
  • Colaboração entre órgãos ambientais, ONGs e populações tradicionais.

De acordo com Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, os dados do relatório são fundamentais para ajudar no planejamento de ações preventivas e para direcionar melhor os esforços de combate aos incêndios em todo o Brasil.

imagem mostra o mapa de biomas do Brasil
A Caatinga é um bioma exclusivo do Nordeste. Imagem: IBGE

 Um exemplo que vem do Nordeste

A Caatinga, muitas vezes subestimada, mais uma vez mostra sua força, resiliência e capacidade de regeneração. Enquanto outros biomas sofrem com o avanço descontrolado do fogo, o semiárido nordestino prova que é possível reduzir e equilibrar preservação, desenvolvimento e convivência sustentável.

Que este exemplo da Caatinga só inspire a cada vez mais políticas públicas e ações para que todo o Brasil desfrute da redução destes números.



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