O afroturismo vem ganhando cada vez mais destaque no Brasil como ferramenta de valorização da cultura negra, preservação de territórios de ancestralidade e desenvolvimento sustentável. A princípio, durante o Salão do Turismo 2025, realizado em São Paulo, a Embratur reforçou o compromisso em consolidar o país como destino plural, com ações voltadas para a promoção da igualdade racial e fortalecimento de iniciativas ligadas ao programa Rotas Negras.

Destinos que simbolizam a força da identidade afro-brasileira

O Nordeste se destaca com uma diversidade de roteiros que unem espiritualidade, cultura, história e turismo de base comunitária. A seguir, confira cinco rotas de Afroturismo no Nordeste que não podem ficar de fora do radar de quem busca experiências autênticas e conectadas às raízes africanas no Brasil.

CRUZ E CASARÕES HISTORICOS DE SALVADOR AO FUNDO
Centro Historico de Salvador – foto IPHAN reprodução

1. Salvador (BA) – A capital da ancestralidade afro-brasileira

Reconhecida como a cidade mais negra fora da África, Salvador é referência mundial em cultura afro-brasileira. O turista pode visitar terreiros de candomblé, participar de experiências gastronômicas de origem africana e percorrer roteiros pelo Pelourinho, espaço que preserva a memória da escravidão e a resistência cultural do povo negro. O bairro da Liberdade, considerado a maior comunidade negra fora do continente africano, também integra os circuitos de afroturismo.

2. Cachoeira e Recôncavo Baiano (BA) – Território de resistência e fé

O Recôncavo Baiano é um dos berços da luta pela liberdade no Brasil. Em Cachoeira, o visitante encontra irmandades religiosas, como a Irmandade da Boa Morte, formada por mulheres negras que preservam tradições centenárias. A região reúne ainda festas populares, quilombos e tradições que mantêm vivas as conexões entre fé, cultura e identidade afro.

3. São Luís (MA) – Tambor de Crioula e herança africana

No Maranhão, o afroturismo se manifesta em diversas expressões culturais, como o Tambor de Crioula, Patrimônio Imaterial da Humanidade. Em São Luís, turistas podem conhecer quilombos urbanos, participar de oficinas de danças tradicionais e explorar a culinária afro-maranhense, fortemente marcada pelo azeite de dendê e influências africanas.

4. Recife e Olinda (PE) – Maracatu, capoeira e religiosidade

O estado de Pernambuco carrega no seu DNA a força da cultura negra. Em Recife e Olinda, visitantes têm acesso a apresentações de maracatu, rodas de capoeira, além de festas tradicionais que preservam elementos da herança africana. Terreiros e comunidades quilombolas também abrem espaço para experiências de turismo comunitário, conectando espiritualidade e resistência.

5. Lençóis e Chapada Diamantina (BA) – Quilombos e turismo de base comunitária

Além do litoral e das grandes cidades, a Chapada Diamantina se destaca pelo afroturismo em comunidades quilombolas que recebem visitantes com hospitalidade e oferecem vivências únicas, como trilhas guiadas, gastronomia tradicional e artesanato. Além disso, essa integração fortalece o turismo sustentável e gera renda para famílias locais.

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Afroturismo como política de Estado

Assim, a presença da Embratur no Salão do Turismo 2025, com debates sobre Rotas Negras e gestão de turismo em territórios sagrados, reforça a importância de valorizar a história, espiritualidade e cultura afro-brasileira como parte central da experiência turística no país.

Segundo a coordenadora de Afroturismo da Embratur, Tania Neres, a agenda não se limita a promover destinos, mas a construir um novo olhar sobre o Brasil:

“Os painéis de Afroturismo mostram desde a política de Estado até a prática do empreendedor, evidenciando a força econômica e social deste segmento”, destacou.

Portanto, com iniciativas que unem políticas públicas, mercado e comunidades, o Nordeste brasileiro consolida-se como referência internacional em afroturismo, atraindo turistas que buscam não apenas lazer, mas também conexão profunda com a ancestralidade africana no Brasil.

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