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    Sergipe

    Há 80 anos, Congresso de Escritores defendia a democracia

    23 de julho de 20256 Minutos de Leitura
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    Por Marcos Cardoso*

    Houve um tempo em que os intelectuais tinham mais peso político e houve um tempo em que os sergipanos se destacavam no pensamento nacional. O Primeiro Congresso Brasileiro de Escritores, acontecido há 80 anos, em janeiro de 1945, confirma o dito.

    Promovido pela Associação Brasileira de Escritores (ABDE) e realizado no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 22 e 26, o Congresso teve por motivações a discussão sobre o papel social do autor e o mercado editorial, a indústria gráfica e o público, mas a reunião foi antes de tudo uma manifestação de oposição ao governo Vargas, contribuindo para aprofundar a crise do Estado Novo.

    Desde que se entende como nação que o Brasil tem lutado por democracia. Embora o país tenha experimentado diferentes regimes políticos ao longo da história, incluindo períodos de ditadura e instabilidade, a busca por um sistema democrático é um ideal constante.

    Contra a censura e a ditadura, em prol da redemocratização do país, durante o encontro de escritores foi redigido um manifesto exigindo a legalidade democrática como garantia da completa liberdade de pensamento, e a instalação de um governo eleito pelo povo mediante sufrágio universal direto e secreto.

    O fim da guerra e a vitória dos Aliados não passaram em branco. O jovem sociólogo Florestan Fernandes, na Folha da Manhã, definiu o evento como a “mobilização da inteligência”.

    A jornalista e historiadora baiana Joselia Aguiar, autora de “Jorge Amado, Uma Biografia” (Todavia, 2018), bem alentado livro sobre o romancista que foi um dos idealizadores do Congresso, narra assim:

    “Contavam-se 282 participantes, entre escritores, jornalistas e críticos, em delegações escolhidas por votação em seus estados. De tendências estéticas e ideologias várias, eram liberais e católicos, socialistas e comunistas. Do veteraníssimo Monteiro Lobato aos modernistas Mário e Oswald de Andrade. Da geração de 30, os do norte e os do sul, José Américo de Almeida, Graciliano Ramos, Gilberto Freyre e José Lins do Rego, Marques Rebelo, o casal Lúcia Miguel Pereira e Octávio Tarquínio de Sousa, Dyonélio Machado. Novatos de Minas que despontavam: Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos.

    Críticos da velha guarda, como Agripino Grieco e Tristão de Athayde, juntavam-se a uma nova fornada de ensaístas saídos da universidade, como a trinca de peso da representação paulista: Antonio Candido, Caio Prado Jr. e Sérgio Buarque de Holanda. Havia também os estrangeiros instalados no país, quarenta ao todo, como Roger Bastide e Pierre Monbeig, da missão francesa que lecionava na USP, e os portugueses exilados do salazarismo, Agostinho da Silva e Jaime Cortesão. Augusto Frederico Schmidt e Manuel Bandeira chegaram para o último dia. Quem não conseguiu ir se justificou por escrito: Drummond, Álvaro Lins e George Bernanos enviaram moções. Vieram mensagens de fora do país, de Rubem Braga e Joel Silveira, entre os correspondentes de guerra que acompanhavam a Força Expedicionária Brasileira. Apareceram inusitadas congratulações, como a de Albert Einstein.”

    Joselia, que foi correspondente da Folha de S. Paulo em Londres e curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), prossegue:

    “Da Bahia viera uma das delegações maiores, e não é difícil deduzir seu incentivador. Com quase três dezenas de participantes, igualava-se em tamanho às de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, as quatro abaixo da maior de todas, a do Distrito Federal (Rio de Janeiro), com quase cinquenta.

    Entre os baianos, agrupavam-se escritores de tradição, como Afrânio Peixoto, a elite da escola de medicina da Bahia, representada por Pirajá da Silva e Wanderley de Araújo Pinho, intelectuais emergentes que se encaminhavam na política, como João Mangabeira, Luiz Vianna Filho e Nestor Duarte. Próximos de Jorge, rapazes da Academia dos Rebeldes, Édison Carneiro, Dias da Costa, Aydano do Couto Ferraz, Sosígenes Costa, além daqueles que, não sendo rebeldes, eram velhos e novos companheiros de andanças, como Arthur Ramos e Odorico Tavares. Da família, o irmão James e a cunhada Jacinta. O primo Genolino Amado chegou pela representação sergipana.”

    Na verdade, o itaporanguense irmão do estanciano Gilberto Amado já estava radicado no Rio, depois de ter residido em Salvador e São Paulo. Uma curiosidade: Genolino escrevia para a Rádio Mayrink Veiga as “Crônicas da Cidade Maravilhosa”, cujo título inspirou o compositor André Filho a fazer a marcha carnavalesca “Cidade Maravilhosa”, em 1935.

    Membro da comissão de direitos autorais, a escritora sergipana, e de Estância, Alina Paim também estava presente ao Congresso de Escritores, onde os artistas plásticos Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade Filho, Carlos Prado, Lasar Segall, Marcelo Grassmann e Pancetti fizeram a exposição de uma nova concepção de arte.

    Foi durante o evento que Jorge Amado conheceu a jovem Zélia Vieira, filha da imigrante família de italianos Gattai, que ainda carregava o sobrenome do primeiro marido. Mas eles só começaram a namorar mesmo em julho, quando acompanhavam o poeta chileno e também comunista Pablo Neruda ao grande comício liderado por Carlos Prestes no estádio do Pacaembu.

    Após um jantar para recepcionar Neruda, Jorge Amado parou o táxi, comprou todos os cravos vermelhos de uma florista e os atirou como chuva sobre Zélia. “La lluvia de claves rojos en la madrugada”, recordaria o poeta.

    Jorge estava recém separado da estanciana Matilde Garcia Rosa, com quem fora casado de 1933 a 1944. Nesse período, ele publicou alguns romances importantes, como “Cacau” (1933), “Jubiabá” (1935), “Mar Morto” (1936) e “Capitães da Areia” (1937). Juntos, eles lançaram o livro infantil “Descoberta do Mundo” (1933). Jorge e Matilde tiveram uma filha, Eulália, a Lila, que morreu aos 15 anos, de leucemia. Matilde morreu em 1986.

    A propósito da biografia de Jorge Amado, vale registrar que a autora Joselia Aguiar cita nos agradecimentos um baiano há muito adotado por Sergipe: “Gilfrancisco Santos, um pesquisador minucioso da Academia dos Rebeldes e de toda literatura baiana, me enviou material exclusivo”.

    *Marcos Cardoso é jornalista. Autor, dentre outros livros, de “Sempre aos Domingos – Antologia de textos jornalísticos”  (Editora UFS, 2008), do romance “O Anofelino Solerte” (Edise, 2018) e de “Impressões da Ditadura” (Editora UFS, 2024).


    O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.



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