O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou no último sábado (16) que as medidas de apoio às empresas atingidas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos não representarão novos gastos para a União.

De acordo com o Alckmin, os recursos liberados pelo governo são valores que já pertencem aos exportadores, apenas antecipados para reduzir prejuízos causados pelo chamado tarifaço norte-americano.

“O que estamos fazendo é antecipar algo que vai ser devolvido. Recursos que não pertencem ao governo”, disse Alckmin, durante visita a uma concessionária em Brasília para acompanhar o programa Carro Sustentável, que concede descontos em veículos menos poluentes.

Plano Brasil Soberano

As medidas fazem parte da Medida Provisória (MP) Plano Brasil Soberano, enviada ao Congresso na última quarta-feira (13). O pacote prevê R$ 30 bilhões em apoio a exportadores e trabalhadores afetados.

Entre os instrumentos adotados estão o Drawback e o Novo Reintegra, que, de acordo com o vice-presidente, não configuram novas despesas fiscais, mas a devolução de créditos já existentes.

Como funcionam os mecanismos:

Medida O que é Benefício para empresas Situação atual
Drawback Suspensão de tributos sobre insumos importados usados na produção de exportados Prorrogação de 1 ano no prazo para exportar mercadorias destinadas aos EUA Permite que empresas busquem novos mercados sem pagar multa
Novo Reintegra Incentivo fiscal que devolve impostos indiretos acumulados na cadeia produtiva Restituição de 3% do valor do produto exportado em créditos tributários Ajuda a reduzir custos e aumentar competitividade no mercado externo

Sem impacto nas contas públicas

Alckmin explicou que, embora a Constituição determine a isenção tributária para exportações, os produtos brasileiros acumulam impostos durante a produção. Com o Reintegra, parte desse resíduo tem devolução ao exportador.

“Quando eu exporto um automóvel, não pago imposto de exportação, mas já paguei tributos no aço, nos pneus e no vidro. Esses valores precisam ser devolvidos. Estamos apenas antecipando essa restituição”, ressaltou.

Expectativa de aprovação

O vice-presidente também destacou a necessidade de rapidez na tramitação da MP no Congresso. A medida já está em vigor, mas precisa ter aprovação em até 120 dias para não perder validade.

“Temos a expectativa de que isso seja feito rapidamente, porque um projeto está vinculado ao outro. O Legislativo tem um papel importante, que é o de dar uma resposta ágil ao setor produtivo”, concluiu Alckmin.

Portanto, com o Plano Brasil Soberano, o governo aposta em uma solução de baixo impacto fiscal para dar fôlego imediato aos exportadores afetados pelas tarifas dos EUA. A antecipação de créditos via Novo Reintegra (3%) e a prorrogação do Drawback por um ano funcionam como um colchão de liquidez para preservar empregos, margens e competitividade no curto prazo.

No entanto, a eficácia do pacote depende de aprovação célere no Congresso (em até 120 dias) e de regulamentação ágil para que os recursos cheguem à ponta sem burocracia.

Afinal, com esses passos, a indústria tende a mitigar perdas, ganhar previsibilidade e manter planos de investimento, enquanto o setor externo se ajusta ao novo cenário tarifário.

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