O cantor Júnior Lima, ex-dupla de Sandy, chamou a atenção do país  ao se manifestar publicamente sobre a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua apresentação no festival The Town, em São Paulo. Conhecido por manter um perfil mais reservado em relação a declarações políticas, o artista surpreendeu o público ao subir o tom contra a possibilidade de anistia ao ex-mandatário.

Em um dos momentos mais intensos do show, transmitido ao vivo pelo Multishow, Júnior gritou em cima do palco: “Anistia é o carlho, porr*!”*. A plateia reagiu com gritos, aplausos e vaias isoladas, mas a cena foi suficiente para transformar o comentário em um dos tópicos mais discutidos da noite nas redes sociais.

Repercussão imediata

No X (antigo Twitter), milhares de internautas repercutiram a atitude do cantor. Alguns celebraram a coragem de um artista mainstream levantar a voz em um festival de grande visibilidade. “O Júnior mostrou que não tem medo de se posicionar. É isso que a gente espera da música: arte engajada!”, escreveu uma fã.

Outros, no entanto, consideraram a reação do público paulista discreta. “Notem que o público paulistano classe média quase não reagiu, porque eles são alérgicos a política pública. Se um artista grita isso no Rock in Rio o chão até treme”, disse uma internauta, em postagem que viralizou.

O episódio, portanto, não apenas dividiu opiniões como também reforçou o debate sobre o papel dos artistas em manifestações políticas, especialmente em grandes eventos culturais.

Repercussões familiares e no meio sertanejo

Além do impacto entre fãs e críticos, a fala de Júnior reacendeu especulações sobre a relação do músico com sua família. Isso porque seu tio, Chitãozinho  da dupla com Xororó, pai de Sandy e Júnior  manifestou apoio aberto a Bolsonaro durante as eleições de 2022. O sertanejo chegou a comparecer a encontros de artistas com o então presidente, ao lado de nomes como Leonardo, Zezé Di Camargo e Gusttavo Lima, todos aliados declarados do ex-mandatário.

A postura de Júnior, por outro lado, contrasta com esse alinhamento político dentro da própria família. Embora nunca tenha se colocado no centro do debate público, o cantor já vinha, em entrevistas, sinalizando uma visão mais progressista sobre temas sociais e culturais.

Contexto político

A declaração acontece em meio à ampla repercussão da condenação de Bolsonaro, que enfrenta desdobramentos jurídicos e políticos após ser considerado inelegível por oito anos. O debate sobre uma eventual anistia ao ex-presidente vem ganhando espaço no Congresso Nacional e divide opiniões entre partidos, sociedade civil e apoiadores do ex-chefe do Executivo.

Ao usar um festival como palco para se manifestar, Júnior amplia o alcance do debate e reforça uma tendência crescente entre artistas brasileiros: utilizar grandes eventos musicais como espaços de posicionamento político e social.

O impacto na carreira

Para especialistas em cultura e política, o gesto pode marcar uma mudança significativa na trajetória de Júnior Lima, que sempre se destacou por uma carreira mais discreta em relação ao cenário político. A fala, no entanto, mostra que o artista está disposto a assumir uma postura pública mais clara diante do atual momento do país.

Até a manhã deste domingo (14), o cantor não havia se pronunciado novamente em suas redes sociais. Ainda assim, sua frase ecoa dentro e fora dos palcos, gerando debates que ultrapassam o universo da música e se inserem diretamente no cenário político nacional.



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