Seminário no Maranhão debateu potencial energético da região e cobrou agilidade no licenciamento ambiental
A exploração de petróleo e gás natural na margem equatorial brasileira ganhou força em debate realizado nesta segunda-feira (14), durante seminário promovido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado Federal, na Assembleia Legislativa do Maranhão, em São Luís. O evento reuniu parlamentares, autoridades públicas, especialistas do setor energético e representantes da indústria para discutir os impactos econômicos e sociais da atividade na região Nordeste.
Nordeste pode se tornar novo polo energético
A princípio, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que comandou a reunião, defendeu o avanço da exploração como um divisor de águas para o estado do Maranhão e outros estados da região.
“Esse seminário é essencial para debatermos o futuro do Maranhão diante de um potencial extraordinário. A exploração de gás e petróleo pode transformar para sempre nossa realidade econômica”, afirmou a senadora.
A margem equatorial abrange o litoral entre o Rio Grande do Norte e o Amapá. Antes de mais nada, estimativas de especialistas apontam que a área possui um potencial entre 10 e 30 bilhões de barris de petróleo, com expectativa de atrair investimentos superiores a US$ 50 bilhões e gerar arrecadação de até US$ 200 bilhões, além da criação de milhares de empregos diretos e indiretos.
O que é a Margem Equatorial?
Região | Litoral norte do Brasil (RN ao AP) |
Potencial estimado | 10 a 30 bilhões de barris de petróleo |
Investimento previsto | Mais de US$ 50 bilhões |
Geração de empregos | Milhares de vagas em toda a cadeia energética |
Arrecadação esperada | Até US$ 200 bilhões com royalties e impostos |

Ministério defende exploração com responsabilidade ambiental
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, reforçou que o governo apoia a exploração na região, desde que alinhada à preservação ambiental. Ele alertou que o país poderá perder até R$ 3,9 trilhões até 2055 se não investir na ampliação da exploração de petróleo e gás.
“O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Podemos explorar petróleo de forma sustentável, combatendo a pobreza energética e garantindo retorno social às populações locais”, afirmou.
Mendes também criticou a lentidão no processo de licenciamento ambiental e cobrou isonomia internacional:
“Por que o Brasil, que não é o maior emissor global, deve parar de produzir enquanto países ricos seguem explorando petróleo intensamente?”, questionou.
Entraves ambientais travam exploração
De acordo com a superintendente da ANP, Maria Abelha Ferreira, 25 blocos de exploração na margem equatorial estão suspensos devido à burocracia no licenciamento ambiental. Segundo ela, a exploração é estratégica para aumentar as reservas nacionais, gerar empregos e garantir a soberania energética.
Ela também defendeu que o Brasil precisa equilibrar a expansão das energias renováveis com o uso racional de fontes fósseis, uma vez que a demanda global por energia seguirá em alta nas próximas décadas.
Seminário contou com ampla participação
Assim, o evento reuniu diversos nomes do setor público e privado. Entre os presentes estavam:
- Marcos Vallerio Gonçalves Galvão, gerente de Exploração da Petrobras
- André Dias de Oliveira, gerente de Licenciamento da Petrobras
- Allan Kardec Duailibe, diretor-presidente da Gasmar
- Tânia Miyake, diretora da FIEMA
- Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás
- Fernando Wandscheer, diretor da ANP
- Carlos Ferreira, reitor do IFMA
- Diogo Lima, superintendente do SESI/MA
- Prefeitos e deputados estaduais do Maranhão
Perspectivas
Ao mesmo tempo, o debate deixou claro que, com licenciamento ambiental mais ágil e políticas públicas consistentes, a margem equatorial pode se tornar um dos principais motores de desenvolvimento do Norte e Nordeste nos próximos anos.
Além disso, a exploração responsável do petróleo na região pode reduzir desigualdades regionais e reforçar a autossuficiência energética do Brasil.
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