O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal , determinou que a empresa Meta, responsável por plataformas como o Instagram, envie à Corte os dados completos de dois perfis nas redes sociais supostamente utilizados pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para divulgar informações sigilosas relacionadas à delação premiada firmada com a Polícia Federal. A delação faz parte das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

A decisão impõe à Meta o prazo de 24 horas para fornecer os dados cadastrais das contas identificadas como @gabrielar702 e Gabriela R no Instagram. Entre as informações exigidas estão o número de telefone vinculado às contas, registros de e-mail, endereço IP de acesso, além de todas as postagens feitas entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025.

A ordem judicial foi expedida após a defesa de Mauro Cid solicitar a abertura de uma nova investigação. O pedido se deu em resposta à publicação da revista Veja, que revelou supostas inconsistências no depoimento prestado por Cid ao STF na última segunda-feira (9). A reportagem apontou que o ex-ajudante de ordens teria mentido ao omitir ou distorcer informações relevantes sobre o vazamento dos detalhes de sua colaboração premiada.

O conteúdo das postagens feitas por meio dos perfis investigados ainda não foi tornado público, mas os investigadores acreditam que tenham sido usadas para antecipar ou manipular informações confidenciais do inquérito que investiga a tentativa de subversão da ordem democrática no país.

Mauro Cid, figura central nas investigações que envolvem o núcleo próximo ao ex-presidente Bolsonaro, já havia sido preso em 2023 e, desde então, firmou acordo de colaboração com a PF. Ele se comprometeu a relatar, com riqueza de detalhes, os bastidores de reuniões, estratégias e movimentações que teriam como objetivo deslegitimar o resultado das eleições de 2022.

A decisão de Alexandre de Moraes reforça a estratégia do STF de rastrear o uso indevido de redes sociais na disseminação de informações falsas ou sigilosas com fins políticos e judiciais. A Meta, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o cumprimento da decisão até o fechamento desta reportagem.

Entenda o caso:

  • Mauro Cid firmou delação premiada no âmbito da investigação sobre tentativa de golpe;
  • Publicações em perfis do Instagram podem ter revelado ilegalmente informações do acordo;
  • Defesa de Cid alega que ele está sendo alvo de campanha difamatória baseada em informações vazadas;
  • STF busca identificar os responsáveis pelo vazamento e apurar se houve obstrução à Justiça.

A apuração segue em sigilo, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.



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