Já parou para pensar no preço que uma mulher paga para entrar e permanecer na política? No Brasil, esse custo é elevado, marcado por hostilidade, ataques e, em casos extremos, violência fatal. O assassinato brutal de Marielle Franco, em 14 de março de 2018, expôs uma realidade preocupante: mulheres que ousam ocupar espaços historicamente dominados por homens enfrentam uma resistência feroz.
Seis anos depois, a memória de Marielle segue viva, mas a pergunta permanece: por que a política ainda é um ambiente tão hostil para as mulheres? Apesar de serem mais da metade da população brasileira e do eleitorado, as mulheres ainda enfrentam desafios desproporcionais na ocupação de cargos políticos. Na Câmara dos Deputados, ocupam apenas 18% das cadeiras. No Senado, são menos de 20%. Em prefeituras, representam menos de 15% dos eleitos. A discrepância é evidente.
Os obstáculos para as mulheres na política não são apenas visíveis, como a falta de financiamento e o preconceito aberto, mas também estruturais e culturais. A política ainda é vista como um espaço masculino, um reflexo do machismo estrutural presente na sociedade. Violência política de gênero, ameaças, descredibilização e ataques pessoais são estratégias utilizadas para afastar mulheres do poder.
A Violência Política de Gênero e o Caminho para a Mudança
A violência política de gênero não é apenas um ataque individual, mas uma estratégia para impedir a participação feminina. Quando mulheres são atacadas por suas pautas, seus corpos são alvos de discursos misóginos e suas vozes são interrompidas, o recado é claro: esse espaço não é para elas.
Mas há formas de mudar essa realidade. Algumas medidas essenciais incluem:
• Punição rigorosa para a violência política de gênero: É necessário que o Judiciário e os órgãos de fiscalização atuem de maneira rápida e efetiva para coibir ataques e garantir a segurança das mulheres que ocupam cargos públicos.
• Rede de apoio e segurança: Mulheres na política e em cargos de liderança precisam saber que não estão sozinhas. O apoio coletivo e institucional é essencial.
• Compromisso com a diversidade: Não basta apenas eleger mulheres, é preciso garantir que elas tenham espaço, voz e segurança para atuar.
• Valorização das pautas femininas: Mulheres na política não podem ser apenas um número. Elas precisam representar e defender políticas que impactam diretamente a vida das mulheres.
A delegada Gabriela Garrido é um exemplo de resistência e coragem, mas sua trajetória também reforça a necessidade de um ambiente mais seguro e igualitário para todas. Honrar o legado de mulheres como Marielle Franco significa continuar ocupando espaços, mesmo diante das dificuldades.
A delegada Gabriela Garrido: Desafiando o Sistema
Entre as mulheres que enfrentam esse sistema desigual está a delegada Dra Gabriela Garrido. Reconhecida por seu trabalho na segurança pública e na defesa dos direitos das mulheres, Dra. Gabriela não se intimida diante dos desafios. Sua trajetória mostra que, quando mulheres ocupam cargos estratégicos, elas enfrentam resistência, mas também abrem caminhos para outras.
A delegada Gabriela Garrido representa a luta de muitas mulheres que, mesmo fora do ambiente legislativo, enfrentam a violência política de gênero. Seja por meio da descredibilização, das ameaças ou da tentativa de silenciamento, o objetivo dos ataques sempre é afastar as mulheres do poder.
O Brasil precisa de mais mulheres no poder, na política e na segurança pública. Não podemos permitir que a violência e o machismo estrutural continuem afastando mulheres que têm o direito de estar onde quiserem. Afinal, a democracia só será plena quando refletir a diversidade do povo brasileiro.