Segundo o site www.bahia.gov.br, estimativas do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) mostram que a efetivação das tarifas americanas pode resultar em uma retração de 0,27% no PIB baiano, o que representa uma perda de R$ 1,3 bilhão. Além disso, cerca de 210 mil trabalhadores estão empregados em setores industriais da Bahia que exportam para os Estados Unidos incluindo a indústria petroquímica, cacau e derivados, metalurgia (ferroligas), mineração, têxtil, cosméticos e produtos da agricultura familiar, como frutas, café, mel e pescados.
“Com esse cenário, do ponto de vista interno, a legislação brasileira não tem competência para interferir nesse tipo de conduta de outro país, que pode exercer livremente suas escolhas comerciais, sobretudo quanto ao regime que deseja estabelecer para a entrada de produtos estrangeiros. No entanto, existem caminhos legais e diplomáticos possíveis”, explica o advogado Dr. Cândido Sá.
Ele pontua que empresas afetadas podem buscar apoio junto ao governo brasileiro, especialmente por meio do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) e da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), para que o Brasil acione mecanismos de solução de controvérsias no âmbito de organizações internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
“Além disso, neste momento desafiador, vejo como alternativa à diversificação de mercados, com a abertura para países que se mostrem interessados nos produtos brasileiros que deixaram de ser importados em razão das tarifas. Talvez essa seja uma janela de oportunidade para renovar os caminhos comerciais, captando novos parceiros que valorizem a produção nacional”, completa.
O advogado acredita que haverá avanços daqui em diante, com o alinhamento dos interesses de ambos os países, de modo a encontrar alternativas viáveis para o empresariado brasileiro, quanto para os consumidores americanos