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    Brasis em confronto

    13 de agosto de 20259 Minutos de Leitura
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    Uma das virtudes de No céu da pátria nesse instante, de Sandra Kogut, é ter começado a ser gravado em reação ao sentimento de urgência existente, no início de 2022, frente à eleição presidencial marcada, no Brasil, para outubro daquele ano. Kogut demonstrou estar à altura da tarefa primordial, embora não exclusiva, de toda e todo documentarista – testemunhar com sua câmera eventos históricos do seu tempo. Ela revela, em declaração publicada no release do filme, a conexão que existe entre o pleito do ano que vem e o que elegeu Lula para seu terceiro mandato:

    Porque as eleições de 2026 já estão ali na esquina, o assunto [o perigo que a nossa democracia correu] já dominou o noticiário, e ao mesmo tempo estamos vivendo os desdobramentos e as consequências da tentativa de golpe nas últimas eleições. O país está de olho. E a experiência do filme nos faz mergulhar nisso tudo de novo.

    Um certo temor era mais do que justificado, em 2022, no momento em que Kogut deu início à escolha dos personagens de seu documentário, conforme atesta a gravação de uma voz feminina não identificada, reproduzida em off logo na abertura, a partir de 54 segundos, iniciando com a tela preta e seguindo junto com os créditos em letras brancas do coprodutor e do produtor:

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    Oi, prazer. É… eu super topo [participar do filme], não é? Só tenho medo de, sei lá, se essa cineasta aí é de esquerda como a maioria de quem trabalha no cinema no Brasil, né? Se for para favorecer os vermelhinho, eu tô fora, entendeu? Agora, se a cineasta é do bem… porque desculpa minha sinceridade, mas pra mim, hoje, você ser contra o Bolsonaro é você ser contra o Brasil. Estou cagando se gostam dele ou não. Não precisam gostar. Mas, mano, gritar ‘Lula, livre’ e querer que um bandido comande a nossa nação, pra mim é inaceitável. Desculpa minha sinceridade, mas se a cineasta é de esquerda eu tô fora. Aliás, se ela for de esquerda eu nem sei o que que ela tá fazendo aqui no Brasil.

    Magnânima, Kogut não apenas preserva, mas começa No céu da pátria nesse instante com essa manifestação grosseira de intolerância, um tanto desconcertante. Para a diretora e roteirista do documentário, trata-se de mostrar a variedade que vai das posições estúpidas de alguns dos adeptos do candidato incumbente à ingenuidade de outros, passando pela perversidade de muitos. “Tinha uma vontade de ouvir todos os lados e ao mesmo tempo em um momento de muita tensão, muita desconfiança, muito medo”, Kogut disse em entrevista ao Estúdio i, na GloboNews.

    Concluído o primeiro depoimento, a diretora diz em off, à distância, com a legenda “apresentam” em letras brancas sobre fundo preto:

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    “Alô! Ferreirinha?”

    Ele responde: “Oi, está escutando?”

    Ela confirma: “…tô”

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    Ele mesmo está se gravando sentado em uma mesa com três pessoas, que passa a apresentar a Kogut:

    “Essa aqui você já conhece, é minha esposa, Vanessa; meu cunhado, Adelar, e a minha cunhada, Viviane…”

    Após algumas amenidades, Kogut diz:

    “Eu sei que ainda tá longe, mas vocês estão otimistas ou pessimistas… com as eleições?” Ferreirinha responde em off, de novo com a tela preta: “Eu acredito muito em Deus, então eu te diria ‘otimista’, que a gente tem de acreditar.”

    Em fade lento, surge o título No céu da pátria nesse instante, todo em letras maiúsculas brancas. Ouve-se ruídos de sirene, explosões, vozerio e helicóptero, a princípio distantes, depois em primeiro plano à medida que surge o crédito “um filme de Sandra Kogut”, seguido da data “8 de janeiro de 2023”.

    Concluído esse prólogo de três minutos, segue-se um plano da sede do Supremo Tribunal Federal envolto em fumaça, cercado de manifestantes de camiseta amarela, muitos carregando partes das grades de proteção e um apedrejando o edifício. Imagens são alternadas com legendas informativas sobre o que estava ocorrendo. Um helicóptero da Polícia Militar sobrevoa e joga bombas de gás lacrimogêneo sobre a multidão que caminha em direção ao Congresso Nacional. Na rampa de acesso ao Palácio do Planalto, policiais militares montados se retiram sem ter impedido a invasão, após um dos cavalos ter arriado. A sequência termina com três legendas informativas: “Bolsonaro liderou uma campanha de desinformação contra as urnas eletrônicas durante todo o seu mandato”; “Há 26 anos o Brasil utiliza urnas eletrônicas em suas eleições”; “Nunca houve fraude comprovada”.

    Passados 5 minutos, uma legenda informa que um recuo será feito para “4 meses e 3 semanas antes”, ou seja, para “16 de agosto de 2022”, data do início da campanha eleitoral que será narrada em detalhe até chegar de novo, a partir de 1h36min26seg do documentário, ao fatídico 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse do presidente Lula.

    Diante do Forte Caxias, Quartel-General do Exército, no Distrito Federal, está montado um acampamento onde se ouve em off uma exortação: “Atenção Forças Armadas! Vocês são responsáveis pelo Brasil…” Segue-se uma declaração de pessoa não identificada dizendo estar censurada no Instagram “só porque eu sou eleitor do Bolsonaro; porque eu tenho postado vídeos alertando o povo sobre o que é que é o comunismo. Então, por causa disso, eles vão tolhendo a sua liberdade…”

    Kogut pergunta: “Você não cogita que esses vídeos sejam falsos?”

    O entrevistado responde que tem o “dom do discernimento” e explica que “o dom é algo que vem de Deus” para atestar a autenticidade dos vídeos. Segundo ele, “está escrito na Bíblia que Ele dá o dom a cada um conforme Ele quer”. A caminho do Congresso, a multidão alterna apelos feitos a Deus e às Forças Armadas para salvarem o Brasil.

    Na penúltima sequência de No céu da pátria nesse instante, a conversa final de Kogut e Ferreirinha, feita à distância com ele na cabine do seu caminhão, é um modelo de diálogo em que não há entendimento possível – conforme ele mesmo conclui:

    … Se eu estivesse em casa, eu tinha ido junto [à invasão da Praça dos Três Poderes]. Só não fui porque não tenho como eu largar o caminhão na estrada, entendeu? Eu tô com uma das carretas nossas aqui… Se as urnas não foram fraudadas, por que é que não mostra a caixa preta?

    Kogut: Mas, Ferreirinha, que caixa preta?

    Ferreirinha: Sobre as urnas.

    Kogut: Não tem caixa preta.

    Ferreirinha: Não se chama caixa preta, Sandra. É que eu não sei o vocabulário certo. Tô comentando. A fonte lá tem um negócio, tem como fazer essa contagem.

    Kogut: Mas tá tudo transparente. Foi tudo feito. Não tem nada escondido. O que que tá escondido?

    Ferreirinha: O que eles não querem mostrar.

    Kogut: Que seria o quê?

    Ferreirinha: Eu não sei falar, Sandra, o quê, exatamente. Mas tem, tem uma maneira lá de fazer essa contagem… dos votos. De provar, provar que não foi. E tá guardada só pra eles.

    Depois de outro depoimento, o diálogo prossegue:

    Mas, Ferreirinha, você acha que alguém fez um cálculo secreto, enganou um país inteiro de 200 milhões de pessoas?

    Ferreirinha: Sim, por ambição do ser humano, sim.

    Kogut: As Forças Armadas já atestaram que não teve fraude.

    Ferreirinha: Eu não sei que… que país que eu vivo ou que você tá vivendo. Por que daí eu vejo um tipo de informação, você vê outra, entendeu? Então é bem difícil, daí vai ser difícil a gente debater o assunto, porque… daí eu tô vendo uma realidade e você vê outra.

     

    Há um corte para tela preta com o agradecimento aos personagens “pelo registro de diários durante o período eleitoral”, seguido da conclusão de Ferreirinha: “Eu acho que vamo gravar esta e vamo parar por aqui porque não tem, não bate, o que eu tô falando parece que cê tá vendo um Brasil e eu tô em outro Brasil.”

    Com outro corte para tela preta, volta a surgir, como no início, o título do documentário seguido do epílogo em que é celebrado o refrão de Tá na hora do Jair já ir embora.

    Além de tratar de tema de notória relevância, No céu da pátria nesse instante tem a qualidade incomum de não incluir celebridades, nem lideranças políticas ou religiosas entre seus protagonistas – exceto uma, as personagens são pessoas comuns, homens e mulheres, três do Rio de Janeiro, dois de São Paulo e um do Paraná, do Distrito Federal, da Bahia e do Pará. Opção virtuosa, mas arriscada pois o resultado depende dos escolhidos demonstrarem nas gravações ter magnetismo pessoal e empatia de modo a fazer jus à responsabilidade que lhes foi atribuída, o que nem sempre é o caso no elenco do filme.

    Outro reparo a fazer é o tempo excessivo – a maior parte do documentário, na verdade – dedicado a providências práticas e aos procedimentos logístico-burocráticos do processo eleitoral, cobrindo do início da campanha aos dias da votação, de interesse muito relativo: treinamento dos mesários, como votar, urnas sendo instaladas, fiscalização do processo eleitoral etc.

    A eleição de Lula, em outubro de 2022, terá sido “o sol da liberdade, em raios fúlgidos que brilhou no céu da pátria nesse instante”? Sandra Kogut sugere que sim, o que não minimiza certa estranheza resultante do ufanismo implícito do título.

    Após ter recebido o Prêmio Especial do Júri e o prêmio de Melhor Montagem no 56º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em dezembro de 2023, e participado, em 2024, do Festival do Rio e da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, além de festivais no exterior, No céu da pátria nesse instante vai estrear nesta quinta-feira, 14 de agosto, no circuito de cinemas brasileiros.

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