O senador Ciro Nogueira (PP), um dos dirigentes da Federação União Progressitas, afirmou ao jornalista Felipe Nunes, da CBN Paraíba, que não existe uma definição de palanque para Lula na Paraíba.
E disse mais. Se depender dele, não haverá apoio para o presidente Lula.
“Ainda não está definida esta questão. Isso não é uma deliberação minha. Mas se depender de mim, não. Quem vai decidir é a convenção. Não é uma decisão somente do presidente”, afirmou Ciro.
A lógica de Ciro Nogueira segue uma linha já conhecida dos arranjos nacionais que estão sendo feitos. É que a Federação recém-criada deverá embarcar no apoio a uma candidatura de direita.
Fala-se, inclusive, que o próprio Ciro poderia ser o indicado para candidato a vice, numa eventual chapa do bolsonarismo ou de Tarcísio de Freitas.
Conflito local
A declaração de Ciro Nogueira vai de encontro ao que disse, ontem (11), a Senadora Daniella Ribeiro (PP), em entrevista ao jornalista Luís Torres, na TV Arapuan.
Ela afirmou que o palanque do petista estaria assegurado com Lucas e que esse acerto já havia sido feito em Brasília.
Na semana passada, o vice-governador Lucas Ribeiro (PP), também afirmou que dará apoio ao presidente, na Paraíba, no projeto de reeleição.
A estratégia é tentar ampliar o convencimento da base governista e antecipar a escolha de Lucas como candidato à sucessão estadual.
O vice-governador é filho de Daniella e é apontado como candidato natural do grupo.
Ciro Nogueira foi ministro da Casa Civil do Governo Bolsonaro. Mesmo após o fim da gestão, ele continua sendo um nome importante na defesa do bolsonarismo a nível nacional.
Em tempo
As declarações conflituosas surgem em um ambiente de instabilidade e descontrole vivido pela base do governo João Azevêdo (PSB), sobre a sucessão estadual. Outros pré-candidatos a governador desse grupo, como Adriano Galdino (Rep), tem alertado para a falta de palanque para o petista no Estado com a candidatura dos Ribeiros.
Ainda nesse grupo há o desconforto da candidatura ‘natural’ de Lucas com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que também parece estar decidido a ir para a disputa – e não aceita a tese da ‘naturalidade’ na política.