
Velhas receitas para novos amores. Assim são vistas as simpatias para o Dia de Santo Antônio, tradição comemorada nesta sexta-feira (13). Conhecido como o ‘’santo casamenteiro’’, ele é lembrado por quem deseja casar ou simplesmente viver um amor verdadeiro.
LEIA TAMBÉM:
Em João Pessoa, duas comunidades católicas se destacam pelas tradições: a Paróquia Santo Antônio de Lisboa, no bairro de Tambaú, e a Paróquia de Santo Antônio de Pádua, no Geisel. Em ambas, além das celebrações religiosas, são comuns rituais que fazem parte da cultura popular.
Por que Santo Antônio é conhecido como casamenteiro?
Santo Antônio passou a ser visto como protetor das famílias por sua escuta e acolhimento. Segundo o pároco Monsenhor Ivonio Cassiano, a fama de intercessor em assuntos de amor surgiu porque ele sempre atendia quem buscava conselhos para relacionamentos e casamento.
“Aos poucos, foi se formando a respeito dele essa fama de ‘grande protetor’ das relações matrimoniais e intercessor daqueles que têm o desejo de formar uma família”, explicou.
Com o fim da Trezena — período de 13 dias de orações para Santo Antônio —, muitas pessoas começam a fazer simpatias em casa. Embora seja um tempo voltado para a fé, o padre Cassiano explica que é comum ver práticas populares misturadas às celebrações. “Embora o foco da Trezena não sejam as simpatias, a religiosidade popular alimenta a crendice de que alguns ritos realizados ajudarão o santo a concretizar o milagre desejado”.
Josy Morais, secretária da Paróquia Santo Antônio de Pádua, no Geisel, conta que o santo ajudava moças pobres a conseguirem um enxoval e um dote para se casarem.
“Durante a vida ele foi um grande opositor dos casamentos arranjados por interesse entre famílias, lutando contra a mercantilização do Sacramento do Matrimônio. Santo Antônio defendia que os casais deveriam se unir por amor”, afirma.
Simpatias que atravessam gerações
O Jornal da Paraíba reuniu tradições mantidas nas paróquias de Lisboa e Pádua, além de outras conhecidas no país:
Santo Antônio de cabeça para baixo
A simpatia mais conhecida é colocar a imagem do santo de cabeça para baixo dentro do guarda-roupa, com uma fita branca amarrada. O pedido deve ser feito na noite do dia 13 de junho, com o desejo de encontrar um amor no prazo de três meses.
Aliança ou medalha no bolo
Na Paróquia de Tambaú, é tradição colocar alianças ou medalhas nas fatias do bolo de Santo Antônio. Quem encontra uma acredita que poderá viver um novo amor ou até se casar em breve. Também é comum amarrar uma fita com o nome do santo no braço e fazer um pedido.
“Sempre há relatos de testemunhos de graças alcançadas pelos fiéis”, afirma o padre Cassiano.
Nome do futuro companheiro
A simpatia começa com a escrita dos nomes de possíveis pretendentes em pedaços de papel, que devem ser dobrados e colocados em um prato branco com água à meia-noite do dia 12 de junho.
O prato deve ficar exposto ao sereno durante a madrugada. Segundo Josy, no dia seguinte, o papel que estiver mais aberto revela o nome do futuro companheiro ou companheira.
Passar pela fenda da Pedra de Santo Antônio, em Fagundes
Em Fagundes, no Agreste da Paraíba, fiéis passam pela fenda de uma pedra em busca de casamento. A tradição começou no século 19, quando uma imagem de Santo Antônio foi encontrada no local. A entrada é gratuita.
Sonhar com a alma gêmea
Três flores de jasmim gardênia devem ser amarradas com uma fita branca e levadas ao quarto na noite do Dia dos Namorados. Antes de dormir, a pessoa faz um pedido para sonhar com a pessoa com quem vai se casar.
No dia seguinte, uma pétala de cada flor deve ser fervida em água. Depois de esfriar, a água deve ser jogada sobre a cabeça de quem fez a simpatia. A crença é que, em até sete dias, a pessoa sonhe com sua alma gêmea.