Alex Medeiros
@alexmedeiros1959

Nas relações políticas há encontros e alianças que não são construídas, mas forjadas, numa reprodução bem própria das amizades de ocasião que se estabelecem por conveniências. Nas duas situações, a ausência de legitimidade provocará, irremediavelmente, um fracasso para ambos, ou aquela situação que a cultura popular chama de abraço de afogados.

Porque ambas as partes não querem perceber que o encontro, ou o abraço, não é feito de alívio, mas de desespero. Como na figuração do adágio português, as duas mãos que se apertam não estão buscando o amparo, mas arrastando-se ambas para as profundezas de seus próprios infernos ou crises peculiares.

Na ilusão de flutuarem juntas, afundam juntas, no desejo desesperado de navegarem juntas, sucumbem juntas a uma realidade de que não há um porto seguro para nenhuma.

Num abraço de afogados nos oceanos da política, por exemplo, não há heróis da navegação, apenas vilões desesperados pela sobrevivência. É comum vermos figuras nem tão convergentes assim se abraçando com sorrisos nervosos e amarelos e com um discurso cuja força verbal tem a solidez de um cavaco chinês.

Entre eles não há qualquer plano, apenas o pânico de cada um. Vejamos o parque aquático armado por Lula e Macron no mar das tempestades que engolem eles mesmos.

O que eles vendem como resultado positivo do encontro é só o pânico compartilhado diante das ondas de impopularidade que avançam sobre ambos. Agarram-se um ao outro para fugir do imenso redemoinho que arrasta a credibilidade para níveis abissais de negatividade. Macron está sob uma cartada de risco que é dissolver o parlamento e convocar eleições às pressas.

É o clássico condenado dos velhos navios, que para evitar o empurrão se adianta ao terrível destino e pula da prancha esperando que alguém apareça num passe de mágica ou de milagre para resgatá-lo das águas.

Lula não consegue achar a rota que aponte um porto seguro em que consiga reunir a tripulação do seu navio formada por marujos malfeitores e piratas do centrão, todos com o sonho comum e rivalizado de dividir o mapa do tesouro do erário.

São todos braços que se apertam no desespero da sobrevivência de um barco perdido, um governo que naufraga em fase terminal. Lula e Macron estão boiando faz tempo no mar raivoso da impopularidade.

As cenas do encontro em água ou solo da França são a falsa fotografia de uma realidade que já não existe. Tentam vender que estão unidos, mas estão vencidos no próprio pacto cheio de divergências. É um abraço que só tem imagem e não conteúdo. São dois afogados se batendo à deriva.

Diúda

E se foi minha leitora assídua, nas palavras dela mesma durante os almoços e rodas de papo com o marido José Dias e outros expoentes da política. Foi uma observadora da conjuntura com capacidade de ver o que jornalistas não viam.

Verde

Não eram poucos os bacuraus (seguidores de Aluízio Alves) que consideravam Maria de Lourdes Alves mais aluizista que o próprio irmão. O saudoso Manoel Torres, líder caicoense, criou a variação cromática do verde: “o verde-diúda”.

Complicou

Jair Bolsonaro e os demais depoentes, principalmente aqueles que exercem liderança no movimento bolsonarista, devem medir imediatamente a repercussão das falas com críticas aos acampados nos quartéis em 2022.

Desconexo

O Globo já havia publicado em março que Mauro Cid mudou cinco vezes sua delação ao longo de 16 meses quando prestou 12 depoimentos. Em alguns elevou a gravidade e deu outras versões. E agora, fez a sexta modificação.

Opinião

É um absurdo elevar um mecanismo à condição de emblema intocável. Criticar urna não é negar democracia; é como se a crítica às ambulâncias fosse negar a medicina ou falar mal de padre e pastor fosse defender o fim das religiões.

Mentirosos

A Justiça paulista condenou o perfil “Sleeping Giants” por publicar fake news contra a rede Jovem Pan. Trata-se de uma dupla de jovens que vive a patrulhar perfis de direita fazendo “reparações” da verdade. São profissionais da mentira.

Sindicatos

Aprovado projeto do deputado Nikolas Ferreira que permite ao trabalhador cancelar digitalmente a famigerada contribuição sindical descontada à revelia. Agora basta proibir o desconto do valor via aplicativo ou envio de um e-mail.

Lua cheia

Desde as primeiras horas de terça, estamos sob o efeito e magia da Lua de Morango, termo criado nos anos 1930 para o período do plenilúnio que coincide com a curta e doce temporada da colheita de morangos na América.

Artes

O músico e artista plástico Enock Domingos, o mais potiguar dos pernambucanos, criou na Austrália uma galeria digital com arte inspirada no Brasil. Acesse a loja virtual no endereço www.etsy.com/shop/TropiColorStudio.

De Scaloni

“Thiago Almada nasceu para jogar por dentro. Assume responsabilidades e isso é a melhor coisa que um jogador de futebol pode ter. Não tem medo de ter a bola. Ele tem sido muito bom para nós. Ele está nos mantendo calmos”.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.



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