Com o avanço dos projetos de hidrogênio verde e a possível chegada de grandes data centers no Nordeste, a necessidade por uma infraestrutura energética robusta nunca foi tão urgente. Atenta a essa demanda crescente, a Eletrobras, por meio da Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), vai investir R$ 5,2 bilhões em um ambicioso projeto de expansão do sistema de transmissão na região.
A iniciativa contempla a construção de 18 novas linhas de transmissão, totalizando 1.900 km de extensão, que atravessarão os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco. O objetivo é garantir segurança energética e capacidade operacional para receber megainvestimentos em setores eletrointensivos, como o Porto de Pecém (CE), onde estão previstos data centers e fábricas de hidrogênio verde.

Energia para um novo Nordeste: mais robustez e oportunidades
A diretora de Engenharia de Transmissão da Eletrobras, Luciana Martins, destaca que as obras vão ampliar significativamente a capacidade da rede, solucionando um dos gargalos da região:
“Estamos falando de um reforço estratégico que dará suporte a todo o crescimento industrial e tecnológico que o Nordeste começa a viver. Hoje, o desafio não é apenas gerar energia, mas conseguir transmiti-la com segurança e eficiência.”
O cronograma de implantação prevê início das obras em janeiro de 2026, com pico de execução em setembro do mesmo ano, quando cerca de 10 mil empregos devem ser gerados diretamente. A conclusão está prevista para 2028, colocando o Nordeste em uma posição estratégica dentro do mapa energético nacional.
Subestações estratégicas e novos corredores de energia
Além das linhas, o projeto inclui a instalação de subestações de grande porte em cidades como Bom Nome (PE), Quixadá (CE) e Teresina (PI), que vão funcionar como hubs de distribuição regional. Esses pontos são considerados estratégicos para o escoamento de energia gerada em fontes renováveis como solar e eólica, bastante presentes na região.
Atualmente, o projeto está em fase de licenciamento ambiental, com articulações em curso junto ao Ibama e às secretarias estaduais de meio ambiente. Segundo Luciana Martins, o maior desafio é justamente obter a liberação dentro do prazo para garantir o início das obras.
Principais linhas de transmissão previstas
Confira as principais linhas que compõem o projeto da Eletrobras no Nordeste:
Trecho | Extensão (km) | Estados |
Bom Nome (PE) – Campo Formoso (BA) | 369 km | PE / BA |
Bom Nome – Zebu III (BA) | 183,7 km | BA |
Zebu III – Olindina (BA) | 227 km | BA |
Zebu – Floresta (PE) | 91,9 km | PE |
Chapada III (Araripe) – Crato (CE) | 168 km | CE |
Morada Nova – Pacatuba (CE) | 146,7 km | CE |
Quixadá – Cratéus (CE) | Em definição | CE |
Um novo ciclo energético no Nordeste
Com 74 mil km de linhas de transmissão sob sua responsabilidade, a Eletrobras reforça seu protagonismo no setor elétrico. A empresa arrematou quatro lotes no leilão de abril de 2024, sendo que três deles concentram-se no Nordeste, mostrando o peso estratégico da região para o futuro do setor energético brasileiro.
Afinal, este novo ciclo de investimentos surge em um momento em que o Nordeste se projeta como polo de inovação e sustentabilidade, com destaque para:
- Produção e exportação de hidrogênio verde;
- Instalação de data centers de grande porte;
- Expansão da geração eólica offshore e solar fotovoltaica.
Portanto, embora este projeto trate da implantação de novas linhas, é importante compreender o papel do retrofit em iniciativas de infraestrutura.
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