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    Piauí

    Apocalipse no horizonte próximo

    10 de setembro de 20256 Minutos de Leitura
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    Quis o acaso que o documentário de Jorge Bodanzky – Amazônia, a nova Minamata? – e a ficção de Petrus Cariry – A praia do fim do mundo – estreassem juntos, quinta-feira passada (4), no circuito brasileiro de cinemas. Ambos versam sobre catástrofes apocalípticas em curso, cada qual a seu modo. Em um caso, o desastre se dá pela persistência do uso de mercúrio para separar o ouro nos garimpos da Amazônia, resultando na contaminação dos peixes; no outro, é decorrente da fúria do mar em uma praia fictícia chamada Ciarema, anagrama de Iracema, embora a gravação tenha sido feita mesmo nas praias de Icaraí, em Caucaia, no Ceará, e de Atafona, em São João da Barra, no Rio de Janeiro.

    Ainda será possível evitar que a tragédia ocorrida na década de 1950, em Minamata, no Japão, volte a ocorrer em dimensão equivalente na Amazônia, conforme o título do documentário indaga? Essa foi a pergunta que motivou a realização de Amazônia, a nova Minamata?, com o propósito deliberado de ser um sinal de alerta feito a tempo.

    Durante a pandemia, quando a montagem do documentário ainda estava em andamento, Piero Sbragia, Juca Badaró e eu tivemos a oportunidade de conversar com Bodanzky no programa Terça ao vivo, produzido pelo canal de YouTube Cinema Sem-Fim. Nessa conversa, ocorrida em 8 de setembro de 2020, o diretor enfatizou a gravidade da questão da saúde na região:

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    A pandemia é uma questão de saúde, e a questão da saúde é uma das questões mais graves em toda a região amazônica. Ela ficou mais visível com a pandemia, mas sempre foi gravíssima. O filme que eu estou fazendo trata das consequências do envenenamento da população local com o mercúrio utilizado nos garimpos… E é uma população extremamente desassistida nesse sentido. Em todos os sentidos, mas particularmente na saúde… Por que Minamata? Porque Minamata é uma baía no Japão que nos anos 1950 tinha uma indústria química que derramou mercúrio, e esse mercúrio foi para o fundo da baía, e os peixes absorveram esse mercúrio e contaminaram as pessoas que comeram esses peixes e ficaram com problemas neurológicos terríveis… A ideia do filme é comparar o que está acontecendo hoje na Amazônia com o que aconteceu quarenta anos atrás em Minamata, e a gente pode prever quais vão ser as consequências do envenenamento que está acontecendo hoje… o envenenamento do mercúrio é um processo muito lento. Ele só aparece depois de dez, vinte, trinta anos… E é uma coisa irreversível. São problemas neurológicos que não têm cura… (A fala está no vídeo a partir de 1:24:50.)

    Cena de Amazônia, a nova Minamata? — Crédito: Divulgação

     

    Em seus documentários, Bodanzky articula como poucos a relevância do tema com a beleza da forma. Integram sua filmografia títulos longevos cuja excelência é reconhecida há décadas. Mesmo assim, Amazônia, a nova Minamata? só mereceu um lançamento modesto em três salas de São Paulo, uma no Rio, outra em Salvador e uma terceira em Vitória. Moldado para o entretenimento em larga escala, o circuito comercial demonstra, mais uma vez, sua dificuldade em propiciar condições mínimas para documentários de valor, como os de Bodanzky, conseguirem estabelecer elos com setores amplos do público.

     

    Além de diretor e diretor de fotografia, ratificando seus múltiplos talentos, Petrus Cariry é também corroteirista e comontador, com Firmino Holanda, de A praia do fim do mundo. A deslumbrante fotografia, em preto, branco e gradações de cinza, contribui para a atmosfera opressiva permanente, na qual a beleza do mar se contrapõe ao seu poder destruidor que deixa as construções na beira da praia em ruínas – ameaça constante aguçada por sons variados da água, ora em primeiro plano, ora menos audíveis.

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    O plano inicial de A praia do fim do mundo nos mostra durante 32 segundos uma versão em preto e branco de Jonas e a baleia, pintada a óleo em painel de carvalho, por Pieter Lastman, em 1621. Qual será a intenção de Cariry ao começar o filme com essa imagem? Justifica-se ter suprimido as cores vivas da pintura original apenas, talvez, por uma questão de coerência com o restante da fotografia?

    Crédito: VCG Wilson/Corbis via Getty Images

     

    À primeira vista, o coitado do espectador desprevenido que não conhece o Antigo Testamento pode pensar que Jonas está prestes a ser devorado pelo gigantesco peixe, usualmente chamado de “baleia”. E quando ainda por cima uma enorme baleia-jubarte voadora, vista de luneta por Alice (Fátima Macedo), aproxima-se no plano final de A praia do fim do mundo, parecendo ser uma ameaça, a conclusão a que se pode chegar é que a imagem de abertura e a cena de encerramento pretendem ser metáforas da força destruidora do mar.

    Ledo engano, porém. Conhecedores do Antigo Testamento e historiadores da arte sabem que a cena pintada por Lastman não retrata os instantes finais de Jonas antes de ser devorado pela baleia. Pelo contrário, ele está sendo devolvido ao mundo são e salvo depois de passar três dias e noites nas suas entranhas, expelido pelo gigantesco peixe para cumprir a missão que lhe havia sido dada por Deus – pregar uma mensagem que resulte no arrependimento do povo, levando Deus a poupá-los da destruição.

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    No quadro de Lastman, segundo Alison Gray, professora-tutora em lingua, literatura e teologia do Antigo Testamento,

    há um forte contraste de luz e sombra, atraindo o olhar para o brilho do corpo de Jonas enquanto ele emerge das sombras mortais da criatura marinha. Sob essa luz, a experiência dramática de Jonas neste ponto da história é retratada como um momento de revelação e de uma nova vida, em contraste com as profundezas do Sheol [reino dos mortos] que o mantiveram cativo por três dias… A expulsão repentina do peixe (‘vomitado’ no texto hebraico) é uma experiência de desnudamento, um ‘renascimento’. Há uma sensação de vulnerabilidade infantil de Jonas transmitida pela decisão do pintor de mostrá-lo nu, e ainda assim há esperança na maneira como ele é banhado pela luz da misericórdia de Deus. Ele recebeu outra chance de viver.

    Com certeza, nada disso é novidade para os corroteiristas Cariry e Holanda. Como explicar, então, que a catástrofe que paira sobre a praia de Ciarema no filme seja introduzida por Jonas e a baleia, flagrante pintado, por assim dizer, no qual se há algo apocalíptico seria no sentido de “revelação”, “nova vida”, “renascimento”, “esperança” e “outra chance de viver”?

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