A pesquisa revela que João Pessoa (64%) é a capital que mais lê livros no Brasil. Ela é seguida por Curitiba (63%) e Manaus (62%).
Em um mundo dominado por celulares e telas, ainda existem brasileiros que reservam tempo para os livros. A 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada entre abril e julho de 2024 pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com a Fundação Itaú e o IPEC, revelou que uma capital no Nordeste é a que mais lê livros no Brasil.
A pesquisa revela que João Pessoa (64%) é a capital que mais lê livros no Brasil. Ela é seguida por Curitiba (63%) e Manaus (62%). No Norte, Belém (61%) se destaca graças a feiras literárias e uma forte tradição oral, enquanto no Nordeste, Teresina e São Luís (59%) mostram o impacto de saraus e bibliotecas comunitárias.
Ao todo, foram entrevistadas 5.504 pessoas em 208 cidades, considerando como leitor quem leu pelo menos um livro (impresso ou digital) nos últimos três meses – mesmo que parcialmente. Os resultados mostram surpresas, desigualdades e iniciativas inspiradoras.
Nordeste em destaque nos livros
Desta vez, o Nordeste e o Norte aparecem em posições de destaque, desafiando a ideia de que a leitura se concentra apenas nos grandes centros urbanos do Sudeste. Veja o ranking completo:
Posição | Cidade | Percentual de Leitores | Destaques |
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1ª | João Pessoa (PB) | 64% | Escolas engajadas e bibliotecas de bairro |
2ª | Curitiba (PR) | 63% | Tradição em feiras literárias |
3ª | Manaus (AM) | 62% | Projetos comunitários de incentivo à leitura |
4ª | Belém (PA) | 61% | Forte influência de feiras e cultura oral |
5ª | São Paulo (SP) | 60% | Infraestrutura de bibliotecas e livrarias |
6ª | Teresina (PI) | 59% | Saraus e redes escolares ativas |
7ª | São Luís (MA) | 59% | Bibliotecas comunitárias |
8ª | Aracaju (SE) | 58% | Clubes de leitura e mediação |
9ª | Salvador (BA) | 57% | Literatura afro-brasileira e poesia falada |
10ª | Florianópolis (SC) | 56% | Centros culturais e escolas incentivadoras |

Desafios nas Outras Regiões
Algumas capitais ainda enfrentam dificuldades para consolidar uma cultura leitora:
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Fortaleza (46%), Recife (46%) e Maceió (45%) sofrem com a falta de políticas públicas permanentes de incentivo.
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Porto Velho, Macapá e Rio Branco (41%) têm os menores índices, reflexo de desafios logísticos e falta de acesso.
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Goiânia (40%) aparece na última posição, indicando a necessidade de mais investimento em bibliotecas e projetos literários.
O Que Faz uma Cidade Ler Mais?
A princípio, os dados mostram que escolas engajadas, bibliotecas acessíveis e eventos literários fazem a diferença. João Pessoa, por exemplo, tem forte atuação de bibliotecas de bairro, enquanto São Luís e Teresina investem em saraus e rodas de leitura.
Ao mesmo tempo, a pesquisa prova que o hábito da leitura não é um privilégio de grandes metrópoles. Ela depende de políticas públicas, acesso a livros e iniciativas comunitárias. Se o Brasil quer formar mais leitores, é preciso levar livros para além das escolas e criar espaços de leitura em todas as regiões.