Vicente Serejo
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Mais do que o Brasil, esse mundo do terceiro milênio não foi engendrado para amadores. As guerras explodem com um massacre dos fortes contra os fracos. E como bem definiu o sociólogo Demétrio Magnoli, sobre o confronto de israelenses e palestinos, “A ocupação secou suas almas, e vingança degrada a sociedade”. O mundo de feridas abertas pela intolerância assiste ao horror do uso desumano da fome como arma de guerra. É a barbárie do genocídio a renascer em plena civilização.

O extremismo é burro. Veja-se: a estupidez do Centrão com o imperialismo intolerante dos EUA, deu numa multidão nas ruas. Um conflito de envergadura política que tem nos seus dois polos- líderes, Donald Trump e Lula da Silva, dois vitoriosos, não pode ter como mediador a figura medíocre de Eduardo Bolsonaro. A articulação é uma arte. Não cabe, como ferramenta, o calor do amor de filho, mesmo sendo legítimo, mas a frieza de estrategista construindo a saída sem derrotar as partes.

Mas, como já analisou Hélio Schwartsman, as vitórias de Lula nos últimos dias foram todas no plano da comunicação e seus efeito sobre a avaliação popular. Não significa que vão perdurar até a campanha, ano que vem. Aliás, dos erros políticos recentes nenhum será maior, no tempo próximo do que aquilo que o concerto das vozes populares taxou de ‘PEC da Bandidagem’. Descarado na sua gula, o Poder Legislativo elevou de R$ 1 bi para R$ 4,9 bi o Fundão da farra eleitoral em todo Brasil.

O jornalista e escritor Fernando Morais declarou à Folha de S. Paulo que acabara de chegar a uma constatação: a biografia de Lula não cabe em dois volumes como desejou. Serão três, a exemplo da biografia de Getúlio Vargas. E confirmou: contratou advogados no Brasil e nos Estados Unidos para que juntos consigam acessar os arquivos secretos da segurança que citem Lula. Morais afirmou que tem indícios da existência de documentos secretos na CIA e no FBI. Seriam ao todo 916 registros.

Vem aí um livro da chamada História Contemporânea, vivida ao vivo por esses dias: o livro do jornalista Eduardo Scolese: “1.461 dias na Trincheira”. Já lançado no Rio e São Paulo: ele conta, como editor de política da Folha, a rotina dos anos sob o governo Bolsonaro. E o The Economist abriu capa para avisar ao mundo: Trump falhará em silenciar críticos, mas os EUA perdem mesmo assim”. É que sua loucura chegou ao ponto de imaginar controlar “o que se vê e lê e que é o óbvio”.

Grave: segundo a Folha, nenhum estado brasileiro cumpre o piso nacional para professores temporários e, se são temporários, já são um absurdo. Proibir a presença de imigrantes tem um preço: O Canadá vai abrigar os grandes talentos que Donald Trump rejeitar. Para Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia, Donald Trump pode ter percebido que Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo mentiram. E, convenhamos, na Casa Branca não deve ter vagas para dois fronteiriços em política.

PALCO

EFEITO – O lançamento precoce de Alysson Bezerra ao governo pode produzir a grande pedra no seu caminho com Rogério Marinho para governador, Styvenson Valentim e Álvaro Dias, a senadores.

PORTUGAL – O escritor Tomislav Femenick trabalha na conferência que fará na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, sobre a presença da cultura Ibérica na velha formação da cultura nordestina.

BÚZIOS – Uma cartomante com intimidade na governadoria, e depois de ouvir seus búzios, avisa: “Walter Alves não é candidato ao governo, nem Lula pedindo. Ele sabe: o estado será ingovernável”.

BRASIL – O empresário Joesley Batista saiu das páginas policiais, no Brasil, para o Salão Oval da Casa Branca. É o brasileiro mais ouvido por Donald Trump para aceitar Lula e acabar com o tarifaço.


EGO
– Donald Trump quer agora ter sua efígie na moeda de um dólar. Mas a lei, nos EUA, proíbe esse tipo de homenagem a pessoas vivas, inclusive presidentes. Só que Trump não respeita as leis.

TIRO – De Paul Thomas Anderson, cineasta norte-americano, nas amarelas, de Veja: “Quanto mais a gente convive com extremistas, mais absurdos e ridículos eles se tornam. Eles são perigosos, sim”.

POESIA – Vale sempre repetir para não esquecer esses três versos do poema ‘A Roupa’, de Newton Navarro: “As roupas escuras / esconderam meus pecados mortais. / Roupas brancas nunca mais…”.

FOME – De Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, vendo o brilho vaidoso do intelectual conterrâneo de ego estufado, ouvidos atentos e riso esgarçando a boca: “Ele tem fome de aplauso”.

CAMARIM

NAVARRO – Será dia 9, na quinta, a entrega do título de Doutor Honoris Causa (post-mortem), a Newton Navarro. A UFRN lança ‘A Dramaturgia de Newton Navarro’, organizado por Tarcísio Gurgel, com o espetáculo ‘Hoje Tem Poesia’ e a exposição “Os frutos do Amor Amadurecem ao Sol’.

SANTO – Academia Norte-Rio-Grandense de Letras presta homenagem nos 120 anos da morte do Padre João Maria e faz a entrega do título de Sócio de Honra ao arcebispo Dom Heitor de Araújo Sales. Será saudado pelo padre e acadêmico João Medeiros Filho. Sessão solene será aberta às 17h.

ADEUS – O conde Chiquinho Scarpa lembrou e publicou no perfil do instagram sua foto ao lado de Cláudia Cardinali. Ele de smoking, jovem e garboso, e ela na plenitude da sua beleza. Triste com sua morte – ele jantou ao seu lado – Chiquinho manteve a sua nobreza e mandou o seu beijo de adeus.

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