Enquanto o Norte do país já registra estados em que os evangélicos superaram os católicos, o Nordeste segue como o principal reduto do catolicismo no Brasil. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, e mostram que seis dos sete estados com maior percentual de católicos estão no Nordeste.

Apesar da hegemonia, a região também sente os efeitos da transição religiosa que se espalha pelo país: a proporção de católicos caiu em todos os estados nordestinos desde o levantamento anterior, feito em 2010.

Segundo o IBGE, o Piauí lidera o ranking nacional com 77,4% da população se declarando católica. Ceará (70,4%) e Paraíba (69%) vêm em seguida, reforçando o papel do Nordeste como bastião da tradição religiosa católica. Por outro lado, os evangélicos têm crescido, especialmente entre os mais jovens, o que explica a aceleração da mudança em regiões de população mais jovem, como o Norte.

Percentual de Católicos nos Estados do Nordeste

Estado Percentual de Católicos (%)
Piauí 77,4%
Ceará 70,4%
Paraíba 69,0%
Sergipe 67,8%
Rio Grande do Norte 67,0%
Maranhão 64,4%
Bahia 62,8%
Pernambuco 61,9%
Alagoas 61,6%

Mesmo estados como Bahia e Pernambuco, que possuem grande diversidade religiosa e tradição afro-brasileira com presença de religiões de matriz africana como o candomblé, ainda mantêm a predominância do catolicismo, segundo o Censo.

Como estão as religiões de matriz africana no Nordeste?

Vale destacar que a Bahia também aparece entre os quatro estados com maior número de praticantes de umbanda e candomblé, com 1% da população. Embora esse número pareça pequeno, ele coloca o estado na dianteira entre as unidades da federação mais ligadas a essas religiões.

Imagem mostra a mão de uma mullher negra em volta de fio de contas, brajá, · guias e colar de santo típicos do candomblé.
As religiões de matrizes africanas continuam a crescer em todo o Brasil.

Além disso, o avanço dos evangélicos — embora mais lento no Nordeste — também ocorre. No Maranhão, por exemplo, o percentual de evangélicos já se aproxima dos 30%, número que tende a crescer nas próximas décadas, especialmente se o ritmo de crescimento continuar mais forte entre jovens e nas periferias urbanas.

O cenário apresentado pelo IBGE deixa clara uma coisa: a religiosidade brasileira está em plena transformação, e embora o Nordeste mantenha uma forte tradição católica, mudanças estão em curso. A pluralidade cresce, e o Censo de 2030 poderá trazer uma fotografia ainda mais diversa do que a que conhecemos hoje.

 



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