Marluce Caldas tomou posse como ministra do STJ nesta quinta-feira. Foto: STJ

Ministra defendeu maior participação feminina e afirmou que pretende contribuir para uma justiça mais humana

Logo após tomar posse como ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na noite desta quinta-feira (4), Maria Marluce Caldas Bezerra destacou, em entrevista à imprensa, o caráter simbólico de sua chegada à Corte. “É a presença das mulheres, da mulher no esporte, das mulheres na carreira jurídica e principalmente no Ministério Público dos Estados. Quero mostrar que nós podemos chegar e que elas tenham em mim a inspiração”, afirmou

A nova ministra ressaltou que sua trajetória é marcada pelo esforço pessoal, mas também pelo apoio de outras pessoas. “Eu não cheguei sozinha. Trabalhei muito, mas também contei com ajuda e convivência. O que mais falta às mulheres não é competência, porque somos competentes, mas sim apoio. A mulher tem muitas atribuições em casa e na gestão, e às vezes esquece de cuidar da carreira e das instituições. Nós precisamos das mulheres nas instituições”, disse.

Representante de Alagoas, Marluce Caldas lembrou suas origens no interior do Estado e como as dificuldades enfrentadas moldaram sua atuação no serviço público.

“Trabalhei no interior por 10 anos, enfrentei falta de água, de energia, de saneamento, de planejamento urbano. Minha vida no Ministério Público foi marcada pela defesa de políticas públicas, para que as pessoas tenham acesso à justiça, dignidade e melhores condições de vida. Tenho certeza de que, pela minha experiência de vida e profissional, poderei contribuir para uma justiça mais acessível, mais humana e mais voltada para todos os brasileiros”, afirmou.

Ao comentar sua atuação futura na 5ª Turma Penal do STJ, a ministra ressaltou a importância do Direito Penal como instrumento de defesa da sociedade e da dignidade humana.

“Eu amo o Direito Penal, porque ele nos dá a visão do que existe de mal e de sofrimento humano na sociedade. Ele serve para defender a sociedade, mas também a liberdade do cidadão. Quero olhar especialmente para as crianças, as mulheres, os jovens vulneráveis, vítimas do tráfico. O Direito Penal é o último recurso, mas também aponta caminhos para programas sociais”, disse.

Ela ainda defendeu investimentos na infância e na proteção das mulheres como forma de enfrentar a violência estrutural do país. “Se cuidarmos bem da primeira infância, se tivermos apoio às mulheres, às mães solo, vamos reduzir a violência e construir um país mais humano e mais feliz”, concluiu.

Gazetaweb

 

 



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