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    Brasil

    Intoxicação por metanol danifica sistema nervoso, pulmões, coração e pode provocar falência de órgãos

    4 de outubro de 20258 Minutos de Leitura
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    Copos de caipirinhas em preparação

    Crédito, Getty Images

    Article Information

    Casos recentes de intoxicação grave por metanol — um composto químico de uso industrial, presente em solventes, combustíveis e outros produtos, mas impróprio para consumo humano devido à sua elevada toxicidade — têm provocado preocupação e amplo debate no Brasil ao longo da última semana.

    De acordo com informações da Agência Brasil, o país já soma 59 ocorrências de intoxicação por metanol, entre casos confirmados e em apuração, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. A maior parte foi registrada em São Paulo, com 41 notificações. Entre os oito óbitos investigados, um já foi confirmado no estado, cinco seguem sob análise também em São Paulo e outros dois em Pernambuco.

    O cenário levanta uma questão central: por que o metanol é tão mais perigoso que o etanol, o álcool presente nas bebidas comuns?

    Ambos são classificados quimicamente como álcoois e, do ponto de vista visual, são muito semelhantes: são transparentes, tem a mesma liquosidade e incluse o mesmo odor – e não é possivel distingui-los por percepcao.

    Mas os efeitos que produzem no organismo humano são radicalmente diferentes — e essa diferença, aponta a infectologista Jessica Fernandes Ramos, explica a gravidade dos casos registrados.

    “No fígado, os dois são metabolizados pela mesma enzima, mas os resultados são distintos: o etanol gera substâncias menos nocivas, enquanto o metanol é transformado em formaldeído (o formol usado para embalsamar cadáveres) e em ácido fórmico, extremamente tóxico.”

    “Esse ácido é corrosivo para o nervo óptico, para estruturas do sistema nervoso e altera o pH do sangue, o que pode comprometer o metabolismo celular, afetar o funcionamento de órgãos vitais e levar a complicações graves, incluindo falência de múltiplos sistemas”, descreve Ramos, que integra o Núcleo de Infectologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

    Os casos recentes ganharam ainda mais destaque porque, diferentemente de situações anteriores em que a ingestão de metanol estava ligada principalmente a contextos de uso intencional, muitas vezes entre populações em situação de rua, desta vez as ocorrências se deram em bares e envolveram diferentes tipos de bebidas adulteradas, como gim, uísque, vodca e outros destilados.

    Ainda não se sabe se o metanol foi adicionado a bebidas falsificadas (para dar mais volume e barateá-las), ou se são casos de contaminação — mas as declarações dadas pelas autoridades até o momento apontam para a primeira opção.

    O metanol é rapidamente absorvido. Os primeiros sintomas podem ser sentidos de duas até 48 horas – a depender de quanto da substância foi ingerido.

    “Em algumas intoxicações se usa lavagem gástrica, mas no caso do metanol isso não adianta, porque a absorção é muito rápida. Uma vez absorvido pelo trato digestivo, ele passa pelo fígado e se transforma nesses dois metabólitos tóxicos, que entram na circulação”, aponta a infectologista.

    Os metabólitos, descreve Ramos, chegam rapidamente ao sistema nervoso, e as células mais vulneráveis são os neurônios.

    “Por isso os primeiros sintomas são dor de cabeça intensa, alterações no nervo óptico, visão turva ou borrada, podendo evoluir para redução da acuidade visual e, nos casos mais graves, cegueira.”

    O corpo também passa a produzir substâncias muito ácidas durante a digestão desse produto. Isso faz com que o sangue fique mais ácido do que deveria, uma condição chamada acidose metabólica.

    Para tentar compensar, a pessoa começa a respirar de forma rápida e curta, numa tentativa de eliminar esse excesso de acidez pelo ar.

    “Esse desequilíbrio afeta todas as células do corpo, mas o coração é um dos primeiros a sofrer, porque precisa de um funcionamento muito estável para manter os batimentos. O sistema respiratório também é prejudicado, já que precisa trabalhar além do normal para tentar equilibrar o organismo. Os rins, por sua vez, têm papel central nesse processo: eles tentam segurar bicarbonato (que é uma substância alcalina) para neutralizar a acidez. Mas esse esforço cobra um preço — a função de filtração fica comprometida, e o paciente pode evoluir para uma insuficiência renal.”

    Essa combinação de efeitos — toxinas circulando no sangue, acidose metabólica, sobrecarga do coração, dos pulmões e dos rins — pode levar à falência múltipla de órgãos, porque cada sistema vital passa a funcionar de forma inadequada, sobrecarregando os demais e comprometendo a capacidade do corpo de manter funções essenciais.

    Segundo a médica, não há dose de metanol que possa ser considerada segura.

    “Já foram descritos casos graves em outros países com ingestão de apenas 10 ml de metanol. Pode ser que mínimas pequenas, diluídas em bastante etanol, não causem sintomas imediatos, mas não existe nível seguro comprovado. O que se sabe é que até pequenas quantidades já foram suficientes para levar pacientes ao hospital.”

    Quanto mais rápido o atendimento, melhor o prognóstico

    De acordo com Ramos, quanto mais cedo o atendimento após suspeita de intoxicação por metanol, maior a chance de impedir complicações.

    Segundo a médica patologista clínica do DB diagnósticos Maria Gabriela de Lucca Oliveira, os sintomas mais comuns incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, tontura, dor de cabeça, visão borrada ou dupla, confusão mental, convulsões, falta de ar e dificuldade para urinar.

    O tratamento envolve oferecer o antídoto (etanol endovenoso, para competir com o metanol no fígado) e medidas de suporte.

    O que já foi metabolizado pode ser removido por hemodiálise. Também é feito o uso de bicarbonato endovenoso, hidratação, suporte respiratório e outros cuidados conforme o caso.

    O antídoto para a intoxicação por metanol é justamente o etanol — o mesmo tipo de álcool encontrado em bebidas alcoólicas e que o corpo humano consegue metabolizar de forma tolerada, ainda que também nociva em excesso e a longo prazo.

    Como é feito o tratamento

    Isso ocorre porque tanto o metanol quanto o etanol disputam a mesma enzima no fígado, chamada álcool desidrogenase. Quando o fígado está ocupado processando o etanol, o metanol deixa de ser metabolizado rapidamente. Isso é essencial porque, ao ser transformado no fígado, o metanol se converte em ácido fórmico, que é a substância realmente tóxica e capaz de causar danos severos, como cegueira, lesões neurológicas e até a morte.

    O tratamento é feito em ambiente hospitalar e sempre supervisionado por profissionais de saúde. O etanol pode ser administrado por via oral ou intravenosa, mas apenas na forma farmacêutica, em grau de pureza adequado para uso médico.

    O objetivo é manter níveis constantes de álcool no sangue por um período prolongado, até que o metanol seja eliminado naturalmente pela respiração e pela urina, sem se transformar em ácido fórmico.

    Esse processo geralmente é combinado com hemodiálise, que ajuda a filtrar o sangue e acelerar a retirada do metanol e de seus subprodutos. Assim, o corpo consegue se livrar da substância antes que ela cause danos irreversíveis.

    No Brasil, os atendimentos de emergência em casos de intoxicação são feitos em parceria com os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), serviços especializados em diagnóstico e manejo de envenenamentos. O país conta atualmente com 32 unidades, sendo nove delas em São Paulo, estado que concentrou a maior parte das ocorrências recentes de intoxicação por metanol.

    Outra opção, mas ainda não disponível no Brasil, é o fomepizol, um medicamento desenvolvido justamente para tratar intoxicações por metanol.

    “É considerado um antídoto melhor do que o etanol, porque bloqueia a enzima responsável pelo metabolismo do metanol, impedindo a produção de ácido fórmico e formaldeído. Ele não gera o efeito de embriaguez que o etanol causa”, avalia Ramos.

    Copos de 'shot' com bebida alcoólica

    Crédito, Getty Images

    Medida mais segura é evitar destilados

    A recomendação é evitar completamente o consumo de destilados.

    “Até agora não há registros de contaminação em cerveja ou vinho, mas já houve em cachaça, gin, vodka, uísque. Como o metanol é incolor e tem o mesmo odor do etanol, não há como identificar. Também não é possível garantir segurança com base em marcas, cidades ou distribuidores — todas estão sob suspeita até novas orientações das autoridades sanitárias”, aponta a infectologista.

    O conselho que Ramos tem dado a pacientes é: consumo zero de destilados até segunda ordem. É muito arriscado.

    “Estamos vendo casos em pessoas jovens, saudáveis, que ingeriram pequenas quantidades em estabelecimentos de alto padrão, em regiões que teoricamente teriam mais fiscalização. Então, neste momento, não há margem para arriscar”

    A psiquiatra e pesquisadora de consumo de álcool Olivia Pozzolo aponta que a população precisa, mais do que nunca, estar atenta a sintomas suspeitos como náusea intensa, tontura, alteração visual e falta de ar após o consumo de álcool.

    “Diante da recomendação da Anvisa de evitar neste momento o consumo de destilados, como vodca, gim e uísque, é importante alertar: quem sente dificuldade em ficar sem consumir bebidas alcoólicas deve buscar ajuda profissional”, aponta Pozzolo, que faz parte do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).



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