O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, nesta quarta-feira (4), a conclusão do julgamento que discute a responsabilização das plataformas digitais por conteúdos ilegais publicados por seus usuários. A análise da matéria foi retomada hoje após ter sido interrompida em dezembro do ano passado, quando o ministro André Mendonça pediu vista para analisar com mais profundidade os processos.
Na abertura da sessão,o ministro André Mendonça informou que realizará a leitura integral de seu voto, o que deve demandar duas sessões do plenário. Ao apresentar a primeira parte de sua manifestação, o ministro sinalizou que deverá se posicionar favoravelmente à manutenção do dispositivo previsto no Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014), que estabelece a responsabilização das plataformas apenas em caso de descumprimento de ordens judiciais para remoção de conteúdos considerados ilícitos.
Com a conclusão parcial do voto, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, suspendeu a sessão, que será retomada nesta quinta-feira (5), com a continuidade da leitura da posição do ministro André Mendonça .
O julgamento tem grande repercussão no cenário jurídico e político, uma vez que definirá os limites da responsabilidade das redes sociais, influenciando diretamente o funcionamento de plataformas como Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube no Brasil. A decisão do Supremo poderá estabelecer parâmetros mais claros sobre o equilíbrio entre a liberdade de expressão e o combate à desinformação e aos discursos de ódio na internet.
Até o momento, os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luiz Fux já apresentaram seus votos, com posições divergentes sobre a extensão da responsabilidade das plataformas. A expectativa é de que, após a conclusão do voto do ministro André Mendonça , o julgamento avance para a manifestação dos demais ministros, definindo, assim, a tese que orientará o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema.
O caso é acompanhado de perto por especialistas em direito digital, representantes das big techs, organizações de defesa dos direitos humanos e autoridades públicas, dada a sua relevância para o futuro da regulação das plataformas no país.