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    Piauí

    Valtermãenia – revista piauí

    3 de agosto de 20258 Minutos de Leitura
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    “Me dê um V! Me dê um H! Me dê um M! Valter Hugo Mãe!”, gritava em coro um quarteto de fãs que já esperava por três horas na frente da Esquina piauí+Netflix na 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na tarde de sexta-feira. Queriam convencer a segurança a deixá-las entrar e conquistar um autógrafo do escritor português. “A gente te ama de verdade”, suplicavam.

    Do lado de dentro, a lotação estava esgotada. Depois da conversa mediada pelo editor de literatura da piauí Alejandro Chacoff, Mãe havia se posicionado no jardim da casa para autografar o livro. Ao ouvir os apelos das fãs, pediu para que entrassem. A gritaria explodiu quando elas avançaram. Ainda esperariam mais meia hora na fila, com entusiasmo. “A gente tirou o dia para perseguir ele como um Beatle”, contou a gerente de marketing Juliana Zaponi, de São Paulo. “Queremos conhecer pessoalmente, dar um abraço, pedir um autógrafo. A gente é fã de verdade”, completou a amiga Juliana Bueno, advogada. Depois de serem atendidas e repetirem a coreografia para as câmeras, ouviram do escritor: “Você não vai dar um abraço em mim?”.

    Horas antes, no camarim, à espera de subir ao palco, ele recebeu a visita da cantora Zélia Duncan, que o abraçou e o chamou de “pop star”. O autor retribuiu: “Rock star”. 

    Perguntado se ele se sentia um Beatle na Flip, disse: “Não. Acho que tem muita loucura dos outros. Não é uma loucura minha. Estou fora dessa”. É visível, porém, que ele se diverte com o assédio e a devoção dos leitores brasileiros em sua segunda participação na Flip, onde esteve em mais duas sessões: uma no auditório da Matriz, na mesma sexta-feira, e outra no sábado, quando voltou à Esquina piauí+Netflix para uma conversa com Bookster, criador de vídeos sobre livros nas redes sociais. 

    Ao final dessa participação de sábado na Esquina, o público precisava ser trocado para a mesa seguinte, com Petra Costa e Alessandra Orofino, que também tinha uma fila dobrando o quarteirão. Ele pediu então para colocar uma mesa alta na calçada e receber os fãs para autógrafos e selfies, por volta das 17h30. Ficou por lá mais de 40 minutos, até o início da noite. Ele está lançando no Brasil Educação da Tristeza (Biblioteca Azul), com reflexões sobre a vida e a morte.

    A recepção calorosa para o português nestes dias em Paraty só encontra paralelo na da mineira Conceição Evaristo.

    Nesta edição, Mãe veio a convite da Esquina piauí+Netflix para falar sobre seus livros e a respeito da adaptação cinematográfica de O Filho de Mil Homens, que a plataforma deve lançar até o fim do ano. Dirigido e roteirizado por Daniel Rezende, que assinou filmes como Bingo – O Rei das Manhãs, o longa traz Rodrigo Santoro como o pescador Crisóstomo, que, ao chegar aos 40 anos, decide buscar um filho para se sentir inteiro. Em um enredo de personagens maltratados pela vida, o protagonista é movido por uma esperança contagiante.

    Na mesa de sexta-feira, mais focada no filme, Mãe dividiu o palco com Santoro, Rezende e Higia Ikeda, da Netflix, sob mediação de Alejandro Chacoff. Na conversa, Santoro foi o primeiro a verter lágrimas, seguido por Rezende e pelo próprio Mãe, que arriscou três comentários assertivos. Um: “O filme é melhor que o livro”. Dois: “É o melhor trabalho da carreira dele” (Santoro). Três: “Pedro Páramo e Cem Anos de Solidão em comparação com esse filme (O Filho de Mil Homens) são muito pálidos”.

    A primeira pessoa na fila para ver Mãe na sexta-feira foi a gaúcha Maria do Socorro, que, aos 83 anos, aguardou por quatro horas. “Esperaria mais”, afirmou à piauí, destacando, no autor, a “sensibilidade”. Somando os diferentes intervalos, o escritor passou quatro horas dando autógrafos só naquele dia.

    Mais cedo, às 13h30, ele havia entrado no auditório da Matriz sob aplausos, com uma vistosa camisa preta e branca de motivos florais, dizendo-se “muito nervoso”. Logo elencou uma série de piadas, algumas sobre si mesmo, para autodefesa. “Prefiro fazer assim, escrachar logo.” 


    O escritor conversa com Pedro Pacífico, o Bookster, em sua segunda mesa na Esquina piauí+Netflix, na tarde de sábado

    O carisma no palco é fruto de um processo de evolução pessoal. “Eu tinha uma timidez violenta, quase física, que me impedia de falar”, ele contou à piauí no sábado à tarde em seu vasto quarto na Pousada das Letras, ornado por duas poltronas moles do designer Sérgio Rodrigues. “Decidi sobreviver a isso [a timidez]. Encaro a plateia como uma multidão de amigos. Nunca parto do pressuposto de que alguém vai me hostilizar. O medo que tenho é mais de mim mesmo.” A festa de Paraty, para ele, é um “Carnaval” no qual se sente como “um carro alegórico”, experiência que precisa ser episódica — “se fosse constante, eu não aguentaria”.

    Em 2011, quando esteve na Flip pela primeira vez, Mãe ainda podia andar anônimo pelas ruas, mas apenas até a sexta-feira 8 de julho, quando passou como um cometa em sua mesa no festival. Sentado com as pernas cruzadas, Mãe desdobrou um papel e pediu licença para ler um “pequeníssimo texto”. “Espero não vos aborrecer. A ver se entendem a importância que o Brasil tem para mim”, anunciou.

    O que se seguiu foi um relato de sete minutos sobre como o país marcou sua vida desde a infância, moldando referências afetivas e culturais a ponto de fazê-lo sentir-se, ali, “um homem de ouro”. Entre risos (seis gargalhadas coletivas) e pausas para conter a emoção, encerrou sob aplausos de pé. Os livros se esgotaram. A própria Flip hoje classifica a cena como “uma das mesas mais icônicas” de sua história.

    Catorze anos depois, ele é reconhecido até disfarçado de casaco e boné na cor bege. “Valter Hugo Mãe é o amor da minha vida”, disse em uma esquina de Paraty a jornalista Brisa Espinheira. Ela destaca, em sua obra, o livro A Máquina de Fazer Espanhóis (2010). “Ele é um fofo”, resumiu Camila Rocha, 47, escritora da cidade gaúcha de Sapucaia do Sul que enfrentou duas horas de fila à tarde e mais meia hora à noite para obter seu autógrafo.

    “A Flip fez uma volta completa. Subitamente, as pessoas conheciam a minha cara. Isso foi um pouco assustador”, disse Valter na mesa Encontro com o autor, em que foi entrevistado por Pedro Pacífico, o “Bookster”, na casa Esquina piauí+Netflix, no sábado à tarde. Ele relembrou que, após aquela mesa em 2011, começou a dar autógrafos e aparecer no jornal, mas dias depois a ficha caiu e desatou em choro noutra esquina de Paraty. “Minha energia estava completamente esgotada”. Ao mesmo tempo, a energia que passou a sentir no Brasil, a partir dali, o marcou profundamente.

    “Quando estou mal comigo mesmo, recorro a essas memórias dos momentos que passei com leitores no Brasil”, disse Mãe na mesa no auditório da Flip, na Praça da Matriz. No palco, brincou sobre estar encalhado, sobre convites de casamento, sobre comer demais por influência da mãe. Ao ouvir um “fiu-fiu”, devolveu: “Minha beleza é o livro. A pessoa olha pra mim e vê as páginas no meio”. E completou, rindo: “Comigo querem casar pelo livro; com o Rodrigo Santoro, é por pena”.

    O autor também falou redobradas vezes sobre a sua relação afetiva com o Brasil: “Eu cresci em metades. Eu queria muito ser brasileiro, perder a virgindade no Brasil, tudo. Tudo no Brasil parecia mais feliz. Até a tragédia no Brasil tem sol.” Lembrou das viagens anuais ao país entre 2000 e 2010 e de uma viagem marcante de um mês em Niterói, na Ilha da Conceição. Naquele mês, frequentou o Bar do Peixe e agora fez um relato detalhado sobre sua experiência.

    “Eu ficava lá, comendo peixe, todo esborratado de azeite ou de óleo, o que faz mal ao fígado e é muito pouco sexy. Mas no Bar do Peixe tinha sempre alguém que me queria pegar. E isso é muito generoso, essa ideia de que você pode curtir um peixe frito e ainda assim alguém gosta de você, é muito lindo. É o tipo de humanidade que eu quero: uma humanidade que pensa assim: ‘Você não é muito bonito, mas eu vou te comer de qualquer jeito’.”

    Os elogios ao Brasil são outra forma de cativar a cada conversa. “O Brasil é despadronizado, irreverente, pioneiro em chegar a espaços estéticos que ninguém descobriu”, afirmou o escritor, apontando essa liberdade como um motor para a invenção em literatura, música, publicidade e design.

    Comparando o homem que era em 2011 e o que é em 2025, Mãe diz que, no fundo, continua “grato e perplexo” com tudo, como era em 2011. A diferença é que hoje não sente mais que precisa “provar nada” ou convencer quem não gosta dele ou de seus livros. “Acho normal que alguém não goste só de olhar para a minha cara”, diz, rindo. “Eu também não gosto de algumas pessoas só de olhar para a cara delas.”

    Em algum momento, resume a experiência de estar com o público com viver sempre à beira de um precipício: “Ou caio, ou dou um passo atrás e fico inteiro”.





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