Recife vive uma crise alarmante na saúde mental. Apesar de contar com 30 aparelhos de atenção psicossocial, sendo 27 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), o número de equipamentos e profissionais está longe de atender à crescente demanda da população. O sistema de atendimento está sobrecarregado, e muitos pacientes seguem sem diagnóstico, sem acolhimento e sem tratamento adequado.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2010 e 2019, Recife registrou 579 mortes por suicídio, uma média de 58 casos por ano. O Brasil é hoje o país com maior prevalência de depressão da América Latina e ocupa o 5º lugar no ranking mundial.

A depressão é uma doença silenciosa, que mata. É marcada pela forte carga emocional: angústia, vazio e solidão.

Durante a plenária, desta terça-feira, (02), na Câmara Municipal, vereador Eduardo Moura (Novo) fez um pronunciamento emocionante ao falar sobre a importância do Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre saúde mental e prevenção ao suicídio. “Depressão tem a ver com suicídio. Depressão não é tristeza ou um problema qualquer. É um distúrbio no cérebro”, alertou Eduardo.

Quase 200 mil recifenses vivem hoje com diagnóstico de depressão, e muitos sequer conseguem atendimento profissional. Para Eduardo Moura, pedir ajuda é essencial para salvar vida: “Eu sou um cara que sofre de depressão. Eu tenho depressão. Tomo medicação. Em 2023, eu tentei tirar a minha própria vida. Deus falou comigo e disse: “você ainda tem o que fazer aqui” Se apeguem a Deus. Ele salvou a minha vida, e vai salvar a sua também” disse o vereador.

Tal declaração prendeu a atenção dos demais parlamentares e emocionou o plenário, justamente por romper o silêncio sobre um tema ainda cercado de estigmas e preconceitos. Eduardo reforçou ainda que a saúde mental precisa ser tratada como prioridade. “Ignorar esse problema pode custar vidas”, ressaltou o vereador.



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