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    Brasil

    Psicologia: por que você não é tão egoísta quanto pensa

    2 de agosto de 202510 Minutos de Leitura
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    Desenho de duas pessoas na chuva de frente uma para outra, uma delas, com um guarda-chuva.

    Crédito, Getty Images

    Article Information

      • Author, Matt Warren
      • Role, BBC Future
    • Há 5 horas

    Em algum ponto entre “bem-vindos a bordo” e “desejamos a todos uma boa viagem”, vem o lembrete: “coloque primeiro a sua máscara de oxigênio, antes de ajudar os demais”.

    Ou seja, essencialmente, esta é uma instrução oficial para sermos “egoístas”.

    E é um sábio conselho. Afinal, se houver uma emergência quando estivermos voando a 10 mil metros de altitude, em velocidade de 890 km/h, e a cabine se despressurizar, não poderemos ajudar os outros se não tivermos oxigênio para respirar.

    Por outro lado, em um mundo que parece cada vez mais recompensar o narcisismo, pode haver o risco de que a mesma frase encontre ressonância em uma filosofia de vida um tanto problemática: a ideia de que devemos sempre nos colocar em primeiro lugar. E que a noção de egoísmo se sobrepõe ao altruísmo.

    O psicólogo holandês Geert Hofstede (1928-2020) definiu o individualismo como “a extensão à qual as pessoas se sentem independentes, ao contrário de serem interdependentes como membros de um todo maior”.

    Em muitas partes do mundo, especialmente no Ocidente, o individualismo não é apenas endêmico, mas cada vez mais uma tendência. A questão é saber se ele é bom ou ruim.

    Elementos de psicologia, economia e biologia (sem falar nas ideias sobre genes egoístas e no neodarwinismo) normalizaram a premissa de que a competição significa que os seres humanos são intrinsecamente cruéis, implacáveis ou egoístas, segundo o professor de Psicologia Steve Taylor, da Universidade Leeds Beckett, no Reino Unido.

    O livro de Taylor, DisConnected (“DesConectado”, em tradução livre), estuda como certos comportamentos humanos podem causar problemas sociais.

    Claramente, todos nós podemos ser egoístas. Afinal, a principal atribuição do nosso cérebro, sem dúvida, é nos manter vivos.

    Mas Taylor destaca que existem novas pesquisas que traçam um quadro mais otimista. Elas questionam a noção um tanto sombria de que nós sempre priorizamos apenas a nós mesmos.

    Um exemplo é o “efeito do espectador“, surgido nos anos 1960. Trata-se da ideia generalizada de que as pessoas tipicamente evitam intervir em uma crise quando há mais gente por perto.

    Esta teoria surgiu após a indignação causada pelo assassinato, em Nova York (EUA), da garçonete Kitty Genovese (1935-1964), de 28 anos. Ela teria sido estuprada e morta em frente a cerca de 40 testemunhas, sem contar com a ajuda de ninguém.

    Mas o detalhe final da história por trás do “efeito do espectador” parece ser duvidoso.

    Genovese, de fato, foi tragicamente abusada e assassinada, mas as investigações sugerem que os relatos de que havia 38 espectadores passivos eram incorretos.

    Um estudo de 2007, por exemplo, indicou que não havia evidência de que qualquer pessoa tivesse presenciado o assassinato de Genovese, simplesmente sem fazer nada a respeito. Os pesquisadores concluíram que a história era uma “parábola moderna e contá-la serviu para limitar o escopo do inquérito ao socorro de emergência”.

    Atos de bravura em emergências

    Pesquisas indicam, na verdade, que as pessoas estão mais do que dispostas a priorizar a segurança dos demais em relação à sua própria em muitas situações.

    Um estudo publicado em 2020, por exemplo, investigou gravações de câmeras de circuito fechado de ataques violentos no Reino Unido, na Holanda e na África do Sul.

    A conclusão foi que uma ou mais pessoas tentaram ajudar em nove a cada 10 ataques — e a presença de grupos maiores aumentou, não diminuiu, a probabilidade de intervenção.

    É possível argumentar que o próprio “chamado do herói”, em algum nível, é motivado pela autogratificação, talvez para ganhar a aprovação do grupo.

    Mas um estudo de 2014, sobre pessoas agraciadas com a Medalha Carnegie do Herói (concedida a pessoas que arriscaram suas vidas pelos demais), concluiu que esses altruístas ao extremo, em grande parte, descrevem suas ações como intuitivas e não deliberadas.

    Esta resposta indica que seu altruísmo era uma reação “automática”, um reflexo. Ou seja, é algo que somos quando não temos tempo para pensar.

    “Existe um nível superficial no qual podemos operar egoisticamente, o que fazemos com frequência”, explica Taylor. “Mas isso ocorre no nível do ego ou da identidade socialmente construída.

    O professor destaca que os seres humanos também têm a capacidade de serem altruístas por impulso.

    Ilustração em que pessoas sobem por uma escada em forma de mão humana.

    Crédito, Serenity Strull/ BBC

    Legenda da foto, Os seres humanos aparentemente são programados para ajudar os demais, apesar da natureza cada vez mais individualista das sociedades ao redor do mundo

    O altruísmo humano tem razões evolutivas, segundo Taylor. Na maior parte da nossa história, vivemos em tribos como caçadores-coletores, em grupos altamente cooperativos.

    “Não há motivo para que os primeiros seres humanos fossem competitivos ou individualistas”, explica o professor. “Isso não teria ajudado a nossa sobrevivência. Na verdade, teria colocado a nossa espécie em risco.”

    Estudos antropológicos indicam que os grupos que ainda vivem de forma similar aos nossos primeiros ancestrais permanecem igualitários em relação ao compartilhamento de recursos.

    Pesquisas com crianças também indicam que nós “nascemos altruístas”, afirma Ching-Yu Huang, diretora da Aliança de Psicologia Legal de Cambridge (uma empresa privada britânica) e executiva-chefe do Centro de Pesquisa sobre Crianças e Famílias da Universidade Nacional de Taiwan.

    Estudos concluíram que até crianças de 14 a 18 meses de idade se afastam do seu caminho para ajudar os demais e cooperam para atingir um objetivo comum, especificamente entregando objetos que outras pessoas não conseguem alcançar.

    E as crianças prestam este auxílio mesmo quando não existe recompensa em vista.

    Uma análise de estudos similares realizada em 2013, por exemplo, sugeriu que o comportamento pró-social das crianças é “intrinsecamente motivado pela preocupação com o bem-estar dos demais”.

    Pessoas que atuam regularmente como voluntários foram avaliados como parte de um estudo publicado em 2013. E 40% deles apresentaram menor propensão a desenvolver hipertensão arterial do que os que não praticavam trabalho voluntário com frequência.

    “Existe uma associação tão forte entre o altruísmo e o bem-estar que seria insensato não viver de forma altruísta”, defende Taylor.

    A própria estrutura do nosso cérebro pode ajudar a definir nossa predisposição ao altruísmo.

    A neurocientista Abigail Marsh, da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, analisou com sua equipe varreduras cerebrais em busca de diferenças entre pessoas que doaram um rim para um estranho e as demais.

    Os altruístas doadores de órgãos tinham amígdalas direitas (regiões do cérebro associadas às emoções) maiores que o grupo controle de não doadores.

    Os doadores também demonstraram maior atividade nesta região ao observarem fotografias de expressões faciais temerosas. Este aumento da atividade cerebral pode talvez torná-los mais receptivos e fazer com que eles reajam mais aos sentimentos dos demais.

    De fato, os resultados do grupo doador foram opostos ao que se esperaria observar em indivíduos psicopatas.

    A ciência sugere que a maioria de nós está programada para ser egoísta, muitas vezes de forma extraordinária. Mas isso não significa que nós podemos (ou devemos) ser egoístas o tempo todo.

    Priorizar a nós próprios ou aos demais depende, em parte, das circunstâncias, das nossas experiências anteriores e da nossa cultura.

    ‘Estamos ali no meio’

    Para o pesquisador de Filosofia da Ética Tony Milligan, do King’s College de Londres, as pessoas deveriam reconhecer que a ampla maioria de nós é “moralmente medíocre”. Mas isso não é tão desestimulante quanto parece.

    Milligan defende que as pessoas tendem a superestimar sua própria bondade moral. E isso pode ter impactos específicos quando tomamos decisões deliberadas, não automáticas, sobre nossas prioridades.

    “Quase todas as pessoas que conhecemos são moralmente medíocres”, afirma ele.

    O pesquisador destaca que não é realista, para a maioria de nós, tentar copiar a vida de pessoas extremamente altruístas, como Nelson Mandela, Gandhi, Jesus ou Buda.

    “Podemos agir à luz deles, mas, se você não for uma dessas anomalias estatísticas, precisamos reconhecer que, na verdade, estamos ali no meio.”

    Superestimar nossa bondade moral pode causar sensações de culpa e decepção quando, inevitavelmente, falhamos ao tentar viver com os padrões superinflados, segundo Milligan.

    “A questão que você precisa fazer para si mesmo não é ‘o que faria Buda?’, explica ele, “mas ‘o que eu sou capaz de fazer? Isso está ao meu alcance?'”

    Para o pesquisador, isso exige uma certa humildade e autoconhecimento. Afinal, se tivermos uma avaliação realista daquilo de que somos capazes, iremos considerar melhor os demais ao tomar decisões.

    “Você não deve pensar nisso em termos de desenvolver algo que você possa exibir para outras pessoas, como algo que fará você ser admirado”, prossegue Milligan.

    “Pense nisso mais como o desenvolvimento de uma habilidade. Uma habilidade é algo que você trabalha para melhorar lentamente, um passo de cada vez.”

    Diferenças culturais

    Muitos países asiáticos são geralmente considerados mais coletivistas, com as pessoas priorizando o bem do grupo sobre si próprios.

    Este fator influencia não só a tendência das pessoas ao altruísmo ou ao egoísmo, mas também até que ponto os atos altruístas são considerados uma escolha ou sua responsabilidade pessoal.

    Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, pesquisadores concluíram que as pessoas que moravam em culturas coletivistas era mais propensas a usar máscaras do que aquelas que viviam em países individualistas. O primeiro grupo era mais inclinado a tentar proteger os demais.

    Huang vivenciou pessoalmente estas diferenças entre o Ocidente e o Oriente. Ela passou a infância em Taiwan, descrito por ela como coletivista, e depois morou por extensos períodos em dois países comparativamente individualistas: os EUA e o Reino Unido.

    “Fui criada para realmente colocar todos os demais em primeiro lugar”, conta Huang.

    “Se você for mulher, especialmente se for jovem, e quiser se colocar em primeiro lugar, mostrando suas capacidades, isso realmente é menosprezado nesta cultura. Eles iriam chamar você de ‘mulher-tigre’, indicando que você é agressiva.”

    Quando Huang se mudou para os EUA e, posteriormente, para o Reino Unido, ela percebeu que se priorizar é mais aceitável nestes países.

    Inicialmente, ela se conteve, devido à sua criação. Mas, pouco a pouco, ela começou a ser capaz de exprimir sua confiança e suas capacidades.

    “Aprendi que, na verdade, às vezes preciso ser uma mulher-tigre, especialmente no setor profissional”, ela conta.

    Ela estudou duas formas de obediência: a “obediência comprometida” (você respeita alegremente as instruções) e a “obediência situacional” (você obedece, mas reluta ao fazê-lo).

    Huang observou três grupos: crianças pequenas de Taiwan; famílias inglesas brancas não de imigrantes no Reino Unido; e famílias de imigrantes chineses no Reino Unido.

    Todos os grupos demonstraram o mesmo nível de obediência comprometida, mas as crianças taiwanesas mostraram muito mais obediência situacional.

    Elas eram mais propensas a priorizar as instruções dos pais sobre seus próprios desejos do que os filhos de imigrantes chineses e ingleses brancos que haviam crescido no Reino Unido, que é mais individualista.

    Ilustração em que uma mão entrega pequenas esferas coloridas a outra.

    Crédito, Serenity Strull/ BBC

    Legenda da foto, A cultura em que fomos criados, nossas experiências do passado e as circunstâncias em que nos encontramos contribuem para o nosso provável grau de egoísmo

    Nas culturas coletivistas, “somos mais propensos a obedecer, mesmo se, na verdade, não quisermos”, explica Huang. Mas isso não significa que existe uma forma certa de fazer as coisas.

    O altruísmo pode beneficiar a nós mesmos e aos demais, mas precisamos ter consciência das nossas próprias necessidades e de como as experiências do passado, o contexto e a cultura influenciam o nosso comportamento.

    “Tudo começa a ficar difícil em culturas onde as expectativas de sermos sempre altruístas são supervalorizadas, como acontece em Taiwan quando você é uma mulher jovem”, afirma Huang.

    Basicamente, a responsabilidade de sempre priorizar os demais pode se tornar insuportável.

    A maioria de nós é capaz de atos extraordinários de desprendimento e o altruísmo parece ser algo que nos faz bem. Esta capacidade chegou a ajudar a nossa espécie a conseguir o imenso sucesso que atingimos ao longo da história humana.

    Mas os nossos comportamentos e decisões também são influenciados por uma enorme quantidade de fatores, desde a cultura do local onde vivemos até a nossa “mediocridade moral”.

    Em outras palavras, é ótimo ajudar os outros. Mas é preciso reconhecer que também é bom cuidar de nós mesmos.



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