O novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, participa nesta sexta-feira (2) de uma reunião estratégica com integrantes da Advocacia-Geral da União e da Controladoria-Geral da União para discutir o plano de ressarcimento aos aposentados e pensionistas prejudicados por uma fraude bilionária nos contracheques. Estima-se que o esquema tenha desviado R$ 6,3 bilhões por meio de descontos indevidos vinculados a associações e entidades sindicais.

Waller Júnior foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última quarta-feira (30), após a exoneração de Alessandro Stefanutto, que ocupava o cargo desde setembro de 2023. A troca no comando do INSS ocorre em meio à pressão por respostas rápidas sobre o escândalo, revelado por meio de investigações conduzidas pela Controladoria-Geral da União.

Segundo um relatório inédito obtido pelo governo, uma das associações envolvidas no esquema conseguiu filiar mais de 250 mil aposentados apenas no mês de abril de 2024  o equivalente a mais de 1.500 filiações por hora. Os dados reforçam os indícios de manipulação em massa de dados cadastrais e utilização de autorizações falsas para debitar valores diretamente dos benefícios previdenciários.

Apesar da gravidade do caso, o governo federal ainda não anunciou oficialmente como será feito o processo de devolução dos valores aos lesados, nem estipulou um prazo para o ressarcimento. A expectativa é que a reunião desta quinta-feira defina os parâmetros legais, operacionais e financeiros para a reparação dos prejuízos.

Em nota, o INSS informou que “a prioridade absoluta da nova gestão é garantir justiça aos aposentados afetados, fortalecer os mecanismos de controle e impedir que fraudes como essa se repitam”. Já a Controladoria-Geral da União destacou que novas medidas estão sendo preparadas para ampliar a transparência nos sistemas de autorização de descontos em folha.

A apuração segue em andamento, e novas fases da investigação podem atingir outras entidades suspeitas de participação no esquema. A Advocacia-Geral da União deve atuar na judicialização dos processos de cobrança para recuperação dos recursos desviados, inclusive por meio de bloqueio de bens dos responsáveis.

A reunião entre os órgãos de controle e o novo presidente do INSS ocorre a portas fechadas na sede da Previdência Social, em Brasília. Uma coletiva de imprensa poderá ser convocada ainda nesta semana para apresentar os primeiros desdobramentos do plano emergencial.

 



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